Charge: Miguel Paiva |
Pensando bem, até que ele não se portou tão mal. Quase, quase, mas não foi o que se poderia esperar de um desequilibrado sem remédio.
No lançamento da sua candidatura à reeleição, Jair Messias se ateve praticamente o tempo todo ao discurso escrito para ser lido por ele.
Fez quase tudo direitinho: leu devagar, pausado e enfático (creio que as partes enfáticas tenham sido grifadas ou marcadas em negrito), até que, no finalzinho, degringolou, mas ainda assim se conteve – à sua maneira.
Ainda bem que não citou nomes de integrantes tanto do Tribunal Superior Eleitoral como do Supremo Tribunal Eleitoral, leia-se Alexandre de Moraes, Luiz Edson Fachin ou Luis Roberto Barroso.
Preferiu se limitar a denunciar os “surdos de capa”, leia-se togas, que não ouvem o povo.
Ninguém sabe ao certo que “povo” é esse, além dos incensadores mais radicais do psicopata que ocupa a presidência.
E, claro, desancou o sistema eleitoral pelo qual foi eleito ao longo dos tempos, primeiro como deputado federal e agora como o pior e mais abjeto presidente da história da República.
Mas nem isso é o mais importante na fala enevoada de Jair Messias na apresentação de sua candidatura.
Importante de verdade é o chamamento que ele fez para que essa gente se una e promova uma gigantesca, multitudinária manifestação no dia sete de setembro, daqui a um mês e meio, quando deveriam ser celebrados os 200 anos de independência do Brasil de Portugal.
No sete de setembro do ano passado Jair Messias fez um chamamento despudorado para um golpe.
Foi sossegado, ou quase, por uma figurinha menor porém hábil, o mesmo Michel Temer que agora ele ataca de maneira indireta e suja, como é do seu feitio.
A questão hoje é exatamente essa: quem vai serenizar o sempre histérico Jair Messias no dia 7 de setembro?
E o que será que ele quis dizer ao chamar sua malta para sair num 7 de setembro “pela última vez”?
Terá sido um recado claro e consistente de quem sabe que dentro de um ano poderá estar atrás das grades e não nas ruas?
Nunca é demais repetir o óbvio: daqui em diante a tensão que já sufoca o país não fará outra coisa que aumentar.
E, mais que nunca, Jair Messias, seus filhotes e os asseclas que perambulam à sua volta não farão outra coisa que incentivar esse aumento.
Resta saber o que farão, se é que farão alguma coisa, os militares da ativa.
Porque os empijamados que rodeiam Jair Messias já estão a postos para não apenas cumprir suas ordens como para estimular seus desvarios cada vez mais endoidecidos.
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