Ilustração: Samuel Bono/Repórter Brasil |
Com Jair Bolsonaro e sua necropolítica, a violência no campo cresceu de forma assustadora. Estudo da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado nesta semana aponta que o número de conflitos na zona rural nos últimos três anos disparou: foram 4.214, alta de 11,5% em relação aos três anos anteriores, com um saldo de 109 mortes.
No ano passado, foram registrados 1.768 casos, com destaque para os estados de Minas Gerais, Pará, Maranhão e Bahia. No total, 35 pessoas foram assassinadas – 29 na Amazônia. A região virou o epicentro da violência devido ao avanço das fronteiras agrícolas e do garimpo ilegal, que vitimam principalmente os povos indígenas e quilombolas.
Conforme enfatiza reportagem publicada na Folha neste domingo (28), a violência está diretamente relacionada à ascensão ao poder do fascista. “Jair Bolsonaro se elegeu em 2018 com as promessas de não demarcar ‘nem um centímetro’ de terras indígenas e de afrouxar regras de licenciamento ambiental. No governo, ele aplicou políticas públicas que estimularam a grilagem, como o Titula Brasil, que transfere poderes a municípios para regularização de terras, e ações como a pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho”.
Após lembrar do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, a matéria registra que “não foi um caso isolado. Conflitos provocados por invasões à terra indígena passaram a ser cada vez mais frequentes, especialmente em razão do desmantelamento de órgãos como a Funai (Fundação Nacional do Índio)”.
Invasões de terras indígenas
Em 2021, houve 305 casos de invasão, exploração ilegal e danos a 226 terras indígenas no país, um recorde segundo levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A cifra representa aumento de 180% em relação aos números de 2018, antes do início da gestão do fascista.
O relatório do Cimi ainda cita 176 assassinatos de indígenas no ano passado. Em 2020, foram 182, o maior número já registrado desde 2014. Além da Amazônia, a região do Cerrado também virou um dos principais palcos de conflitos agrários, sobretudo em regiões das novas fronteiras agrícolas nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
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