Charge: Amorim |
Nos eventos mais recentes da sua cavalgada pela reeleição, Jair Bolsonaro tem bravateado que defende a “liberdade de expressão”, contrapondo-se aos “ditadores da toga” e da mídia que tentam cercear os seus seguidores – como os empresários flagrados pregando golpe em um grupo de WhatsApp ou o deputado-miliciano Daniel Silveira (PL-RJ).
A bravata, porém, serve apenas para enganar otários. O fascista é um inimigo declarado da verdadeira liberdade de expressão. Ele ama a ditadura, as torturas e a morte. Os relatórios anuais da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) comprovam que ele estimula a violência contra os jornalistas – em especial contra as mulheres jornalistas.
Ele também adora cercear a imprensa. Estudo divulgado na sexta-feira (26) pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostra que a famiglia Bolsonaro já bloqueou 157 jornalistas e 11 veículos de comunicação no Twitter nos últimos dois anos. Apenas o presidente-fascista bloqueou 94 contas de jornalistas e colunistas da mídia.
O vereador Carlos Bolsonaro, o filhote 02 – também chamado de Carluxo Pitbull –, cerceou 22 contas; o deputado Eduardo Bolsonaro, o 03 – apelidado meigamente de Dudu Bananinha –, bloqueou 21 perfis; e o senador Flávio Bolsonaro, o pimpolho 01 – vulgo Flávio Rachadinha –, restringiu 19 profissionais da imprensa no microblog.
Abraji apresenta mandado de segurança coletivo
Além do clã presidencial, seus capachos no governo também detestam a liberdade de expressão. Segundo o estudo, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub – que hoje está brigado com o “tchutchuca do Centrão” – bloqueou 42 jornalistas. Já o patético Mário Frias, ex-secretário da Cultura, impediu 41 perfis de profissionais da imprensa.
Em julho de 2021, a Abraji chegou a apresentar mandado de segurança coletivo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o presidente da República desbloqueasse os profissionais de imprensa da sua conta no Twitter. De acordo com a associação, o bloqueio impede a mídia de apurar e interagir com autoridades do governo:
“O bloqueio funciona, na prática, como um controle exercido por um funcionário público sobre fontes de coleta de informação de jornalistas”, argumentou o pedido. Na ocasião, porém, o bajulador-geral da República, Augusto Aras, decidiu que as redes sociais do presidente não poderiam ser classificadas como meios oficiais de comunicação.
34 ações de censura do "capetão"
Antes mesmo de virar presidente, o fascistoide já era um inimigo hidrófobo da liberdade de expressão – só a mídia monopolista é que parece não ter percebido. Outro estudo da Abraji, divulgado em maio passado, revelou que até 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro tentou por 34 vezes censurar judicialmente os veículos de comunicação.
Seus seguidores farsantes seguem os passos do “mito”. Segundo o levantamento, bolsonaristas “pró-liberdade de expressão” já moveram 20 ações de censura na atual legislatura. “A campeã é a deputada Bia Kicis, autora de seis processos. Carla Zambelli e Eder Mauro apresentaram quatro ações cada; Marco Feliciano protocolou três; Capitão Alberto Neto, duas; e Daniel Silveira, uma. Os processos em busca de censura judicial miraram veículos de imprensa 13 vezes. O Google foi alvo de duas ações, a exemplo do Facebook. O Twitter foi processado uma vez”, detalha o site Metrópoles.
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