Foto: Stefan Sauer/DPA |
No domingo passado (04/09/2022), o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez uma dura declaração acusando a Rússia de ser um exportador não confiável, ao não garantir o suprimento de gás à Europa no volume estipulado nos contratos firmados.
O inacreditável nesta história é que a Rússia é o país que vem sendo alvo do mais violento boicote já aplicado a alguma nação, sofrendo sanções avassaladoras em todas as áreas de atividades, e que foi vítima de um confisco (roubo) de mais de 300 bilhões de dólares de suas reservas internacionais.
Agora, o dirigente alemão acusa a Rússia de provocar o caos na Europa ao não fornecer o gás e o petróleo suficientes para garantir a tranquilidade da vida social e econômica europeia. Pode soar como um descarado deboche, mas esta tem sido a tradição do comportamento do imperialismo desde sempre. A atitude de Olaf Scholz neste caso está plenamente afinada com o que os países imperialistas vêm praticando há séculos.
Conforme já nos ensinava Lênin, uma das razões que levam os países do capitalismo central a expandir sua exploração imperialista às nações periféricas é o interesse em preservar um nível de estabilidade interna que impeça o surgimento de sobressaltos que coloquem em risco a hegemonia do poder do próprio capital. Por isso, o saque e a espoliação das riquezas dos países subjugados permitem que as burguesias imperialistas tenham condições de oferecer às classes trabalhadoras de seus países um nível de vida um pouco mais satisfatório a ponto de mantê-los apaziguados e sem disposição para se confrontar com as bases estruturais do sistema.
Quando tomaram a decisão de desfechar contra a Rússia seu plano de boicote e sanções, os dirigentes dos países da OTAN, provavelmente, acreditavam que, em pouco tempo, o caso estaria resolvido e a ousadia dos russos ao desafiar suas diretrizes expansionistas seria exemplarmente punida.
No entanto, a maneira como o governo russo decidiu enfrentar o desafio surpreendeu as lideranças ocidentais. Em lugar de aceitar cabisbaixo as afrontas que lhe estavam sendo impostas, a Rússia resolveu fazer com que os europeus ocidentais sentissem na pele as dores que eles costumam impingir aos povos que eles subjugam. E é por isso que agora os líderes da Europa Ocidental estão apavorados. A revolta das massas populares que eles desejavam ver acontecer na Rússia está em vias de acontecer em seus próprios quintais.
O vídeo que estamos trazendo em associação com este texto tem um grande valor didático a respeito da questão que estamos abordando. Portanto, considero de muita utilidade vê-lo com atenção e tratar de refletir sobre seu conteúdo. Para torná-lo compreensível a um maior número de brasileiros, fiz a tradução ao português e providenciei as legendas. Oxalá ele sirva aos objetivos de clarear nossa mente frente aos grandes desafios que estamos enfrentando em tempos presentes.
O link de acesso ao vídeo é: https://www.youtube.com/watch?v=tSrNrJnBnxc
* Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.
O inacreditável nesta história é que a Rússia é o país que vem sendo alvo do mais violento boicote já aplicado a alguma nação, sofrendo sanções avassaladoras em todas as áreas de atividades, e que foi vítima de um confisco (roubo) de mais de 300 bilhões de dólares de suas reservas internacionais.
Agora, o dirigente alemão acusa a Rússia de provocar o caos na Europa ao não fornecer o gás e o petróleo suficientes para garantir a tranquilidade da vida social e econômica europeia. Pode soar como um descarado deboche, mas esta tem sido a tradição do comportamento do imperialismo desde sempre. A atitude de Olaf Scholz neste caso está plenamente afinada com o que os países imperialistas vêm praticando há séculos.
Conforme já nos ensinava Lênin, uma das razões que levam os países do capitalismo central a expandir sua exploração imperialista às nações periféricas é o interesse em preservar um nível de estabilidade interna que impeça o surgimento de sobressaltos que coloquem em risco a hegemonia do poder do próprio capital. Por isso, o saque e a espoliação das riquezas dos países subjugados permitem que as burguesias imperialistas tenham condições de oferecer às classes trabalhadoras de seus países um nível de vida um pouco mais satisfatório a ponto de mantê-los apaziguados e sem disposição para se confrontar com as bases estruturais do sistema.
Quando tomaram a decisão de desfechar contra a Rússia seu plano de boicote e sanções, os dirigentes dos países da OTAN, provavelmente, acreditavam que, em pouco tempo, o caso estaria resolvido e a ousadia dos russos ao desafiar suas diretrizes expansionistas seria exemplarmente punida.
No entanto, a maneira como o governo russo decidiu enfrentar o desafio surpreendeu as lideranças ocidentais. Em lugar de aceitar cabisbaixo as afrontas que lhe estavam sendo impostas, a Rússia resolveu fazer com que os europeus ocidentais sentissem na pele as dores que eles costumam impingir aos povos que eles subjugam. E é por isso que agora os líderes da Europa Ocidental estão apavorados. A revolta das massas populares que eles desejavam ver acontecer na Rússia está em vias de acontecer em seus próprios quintais.
O vídeo que estamos trazendo em associação com este texto tem um grande valor didático a respeito da questão que estamos abordando. Portanto, considero de muita utilidade vê-lo com atenção e tratar de refletir sobre seu conteúdo. Para torná-lo compreensível a um maior número de brasileiros, fiz a tradução ao português e providenciei as legendas. Oxalá ele sirva aos objetivos de clarear nossa mente frente aos grandes desafios que estamos enfrentando em tempos presentes.
O link de acesso ao vídeo é: https://www.youtube.com/watch?v=tSrNrJnBnxc
* Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.
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