Com Chico Buarque, em Belo Horizonte (09/10/22) Foto: Ricardo Stuckert |
Em entrevista na manhã deste domingo (9) em Belo Horizonte, onde participa de um grande ato pelas ruas, Lula (PT) rebateu a chantagem da mídia neoliberal, que pressiona pela pauta econômica e pelo nome do ministro da Fazenda em eventual terceiro mandato no Palácio do Planalto em 2023.
Em pergunta, o repórter André Junqueira, TV Globo, repetiu o chavão patronal sobre a ""expectativa com relação aos planos econômicos" e indagou: "O que você pode falar para o mercado?".
Lula respondeu dizendo que sabe da "preocupação" da Globo, mas ressaltou que primeiramente é preciso ganhar as eleições.
"Eu não posso montar governo sem ganhar as eleições. Primeiro tem que ganhar eleições para depois montar governo. Não se pode ficar exigindo programa de governo para um partido que já governou esse país por 13 anos, para um presidente que teve o mandato mais bem sucedido na economia. E eu vou lhe dar os números. Eu sei da preocupação da Globo com os números", disse Lula antes de listar dados econômicos de seu governo.
Quando assumi a Presidência em 2003, economistas, inclusive companheiros e companheiras da Globo, diziam que o Brasil estava quebrado, que não tinha conserto.
A inflação e o desemprego estavam em 12%, nós tínhamos uma dívida interna de 60,5% do PIB e uma dívida com o FMI.
A primeira coisa que a gente fez quando entrei no governo foi reduzir a dívida pública de 60,5% do PIB para 37,7%.
Segundo, a gente trouxe a inflação de 12% para 4,5% que era o centro da meta durante todo nosso mandato. Nós geramos em 13 anos 22 milhões de empregos formais.
Quarto: nós pagamos a dívida com o FMI, emprestamos 15 bilhões para o FMI - nós éramos devedores e viramos credores - e conseguimos fazer ainda, pela primeira vez na história do Brasil, uma reserva que até hoje é a salvação da lavoura, que faz com que o país não quebre.
Mais ainda, a gente teve um crescimento médio do PIB de 4,5% ao ano, que foi o mais importante crescimento", emendou.
Lula, então, confirmou que não antecipará nomes de eventual ministério. "Ora, então, porque as pessoas querem que eu apresente ministro da Fazenda? Se eu apresentar 1, eu perco dez. Se eu apresentar dez, eu perco 50. Eu vou saber da cabeça de vocês quem quer ser ministro? Eu sou louco de indicar um? Não. Primeiro, eu vou ganhar".
O petista, no entanto, deu informações sobre um de seus primeiros atos na área econômica, caso saia vitorioso nas eleições do próximo dia 30.
"A minha economia começa o seguinte: a primeira coisa que quero fazer é reunir, na primeira semana de janeiro, os 27 governadores de estados desse país, independentemente do partido, porque quero discutir as principais necessidades de cada estado na infraestrutura e nos campos de educação e saúde.
Para que a gente possa construir um novo PAC com a participação de prefeitos e governadores para começar a fazer imediatamente obras de infraestrutura em todos os cantos para que a economia volte a crescer".
Assista a entrevista de Lula em Belo Horizonte [aqui].
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