Foto: Ricardo Stuckert |
À primeira vista, nada há de extraordinário do que um governo que se instala tenha magnetismo capaz de atrair muita gente e, por este ângulo, não surpreende o potencial de adesão que Lula está despertando na fauna política brasileira.
Nem em que um governo que, ungido pelo voto popular, está tão longe de ter maioria parlamentar própria, aceite que é deste magnetismo que pode tirar condições políticas para se o comando do país e sobreviver ao campo minado que, nos últimos anos, passou a ser o exercício da Presidência.
O que há de diferente é que isso é a única defesa possível contra a ação de um núcleo extremista que, ainda que vencido eleitoralmente, está longe de ser desfeito politicamente e que não dará nem mesmo a trégua inicial com que governos contam ao se instituírem.
E que por isso, precisa ser isolado para minguar.
Disso depende a tranquilidade política necessária a uma recuperação econômica perceptível e Lula sabe que terá de compor um “governo ônibus”, onde quem quiser entra, desde que pague o “preço da passagem”: colaborar com a governabilidade e paciência até ter “lugar na janelinha”, para usar a expressão notabilizada por Romário.
O motorista é experiente, conhece o caminho, os buracos da estrada, os desvios necessários e sabe conversar com os passageiros e não se abala com que haja os que vão saltar no meio do caminho.
Quem quiser venha, para ir até onde quiser.
E não se incomode com o bolsonarismo estatelado no para-brisas tentando detê-lo.
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