Com a conivência dos chefes militares, no caso das micaretas na porta dos quartéis, além do corpo mole e da cumplicidade da Polícia Rodoviária Federal, em relação aos bloqueios nas estradas, não se vislumbra até 31 de dezembro uma solução para os crimes contra a democracia que acontecem em sequência desde que Bolsonaro perdeu a eleição.
Cumprindo ordens de um presidente que literalmente abandonou o governo, limitando seus últimos dias de mandato formal ao incentivo a manifestações golpistas e criminosas, o Ministério da Justiça garroteia a Polícia Federal, que age com o freio de mão puxado, enquanto os fascistas seguem impunes.
Mas até quando? Para um governo como o de Lula, com sólidos compromissos democráticos, será intolerável a convivência com essa afronta cotidiana ao estado democrático de direito. Penso que a nomeação dos futuros comandantes militares deve ter como requisito básico o compromisso dos generais e almirantes de pôr um ponto final nessa aberração constitucional.
Por óbvio, depois de empossado em 1º de janeiro de 2023, o novo governo deverá se empenhar em resolver pacificamente a grave afronta às instituições da República e ao direito constitucional de ir e vir que tem prejudicado a vida de um grande número de pessoas. Contudo, se os vagabundos insistirem em desafiar os poderes, o uso do monopólio da força por parte do estado será a única saída. Simples assim.
E, para resolver esse imbróglio, a escolha dos comandantes das forças armadas é um fator decisivo. Caso os candidatos a postos de chefia compartilhem da visão delinquente de Bolsonaro, segundo a qual a defesa da ruptura institucional se encontra amparada pelo conceito iluminista da liberdade de expressão, devem ser alijados imediatamente do rol de postulantes e mandados para a reserva sumariamente.
Quem nunca pisou inadvertidamente em uma calçada de quartel e foi chamado atenção pelas sentinelas exibindo suas baionetas? Pois só falta os comandantes das unidades estenderem tapete vermelho para os desordeiros que acampam diante as unidades do Exército.
Pessoas de bom senso vêm fazendo a seguinte indagação: e se fosse com professores, operários, bancários, petroleiros, sem-terra e sem-teto?
Ninguém aguenta mais. O Brasil precisa de paz.
0 comentários:
Postar um comentário