terça-feira, 27 de junho de 2023

Dono de ex-afiliada da Jovem Pan é alvo da PF

Charge: Nando Motta
Por Altamiro Borges


A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (27) um mandado de busca e apreensão contra Milton de Oliveira Júnior, dono de uma rádio em Itapetininga (SP), que foi afiliada da Jovem Pan – também chamada por Jovem Klan por sua linha editorial fascistoide. O empresário é investigado por financiar os atos terroristas que vandalizaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) no fatídico 8 de janeiro.

A ação policial, autorizada pelo STF, faz parte da 13ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os executores, financiadores, incentivadores e organizadores das ações golpistas. Em uma entrevista a uma rádio local, Milton de Oliveira se jactou de ter ajudado os “patriotas” a irem a Brasília para “protestar” contra o governo Lula. Ao vivo, ele confessou que doou dinheiro e ainda disse ter os comprovantes das transações.

Emissora preocupada com sua reputação

Vale reproduzir as afirmações do golpista, que até debochou da possibilidade de ser punido: “Se eu tiver que ser preso por ter ajudado patriotas a irem para Brasília protestar contra um governo ilegítimo, então que assim seja. Não há nenhum problema. Não tenho medo da Justiça. Eu contribuí e se a senhora quiser, posso enviar os recibos dos pagamentos por Pix pelo seu WhatsApp. Tudo está vinculado ao meu CPF”, rosnou.

Na sequência, diante da repercussão de suas bravatas, o valentão se acovardou e negou tudo. O recuo, porém, não salvou o fascistinha. Como lembra o site g1, “após as declarações, em abril deste ano, o Grupo Jovem Pan encerrou o contrato com a afiliada de Itapetininga, na qual ele fez as afirmações. Segundo a rádio, a afiliada violou ‘cláusulas contratuais que têm como objetivo a preservação da marca e a reputação’ da empresa de comunicação”. Como se a Jovem Klan ainda tivesse alguma “reputação”!

Âncora calunia Flávio Dino

Nesta semana, além do cerco ao ex-afiliado terrorista, a Advocacia Geral da União (AGU) entrou com uma ação civil pública contra Tiago Pavinatto, âncora da emissora. No programa Jovem Pan News de maio, ele associou o ministro da Justiça do governo Lula ao crime organizado. “Se o Flávio Dino entra e sai do Complexo da Maré, eu não posso conjecturar que talvez não se queira expulsar de lá o PCC por razões outras? Como é que o senhor entrou no Complexo da Maré, dominado pelo Comando Vermelho?”.

Em função dessas “conjecturas” criminosas, foi pedido indenização de R$ 300 mil por danos morais coletivos e que o caluniador divulgue uma retratação em suas redes sociais. Também foi requisitado que as plataformas digitais informem se os conteúdos veiculados por Tiago Pavinatto geraram algum lucro e, em caso positivo, que esses valores sejam restituídos. Na ocasião do crime, o ministro Flávio Dino já havia antecipado que não toleraria as fakes news da emissora. “É isso que a extrema-direita chama absurdamente de ‘liberdade de expressão’. Óbvio que não é. Em nenhum país do mundo”.

0 comentários: