Foto: Stefani Ceolla/Apufsc |
Na última sexta-feira, dia 25, foi realizado no Auditório da Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Santa Catarina (Fecesc), em Florianópolis, o 1º Seminário de Comunicação Antifascista de SC. O evento foi promovido pela Cooperativa Comunicacional Sul e pelo portal Desacato, com apoio da Apufsc-Sindical. O presidente do sindicato, José Guadalupe Fletes, e a coordenadora de Comunicação, Stefani Ceolla, estiveram presentes. Entre os convidados, estavam especialistas em comunicação e educação, e parlamentares catarinenses. )
A primeira mesa abordou o tema “O papel da mídia antifascista no Brasil”, e a segunda” O fascismo em Santa Catarina e como combatê-lo”. Mediadora da primeira mesa, Elenira Vilela apontou: “se a comunicação é um elemento utilizado pelo fascismo, a gente precisa discutir como, nesse campo, enfrentá-lo”.
Altamiro Borges, jornalista, escritor, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e responsável pelo Blog do Miro, explicou, em sua fala, o crescimento do fascismo em todo o mundo e também no Brasil e como a comunicação atua nesse cenário. “O crescimento do fascismo se explica pela crise do sistema capitalista e das instituições, e também pela dificuldade no campo da esquerda, que não consegue dar alternativas consistentes”, avaliou. Para ele, o fascismo “é uma força potencializada pela comunicação”. Miro ponderou ainda que “a extrema-direita se antecipou no uso das redes sociais”, e fez acordos com as big techs, que incentivam e se beneficiam de discursos de ódio.
Ainda na primeira mesa, Marco Arenhart, analista de sistemas e membro do Fórum pela Democratização da Comunicação, explicou que desinformação é algo mais complexo do que disseminação de fake news, e apresentou dados sobre a atuação de grupos de extrema-direita nas redes sociais. Ele apontou ainda caminhos para combater a desinformação, que passam por checar, educar, moderar conteúdo e rotular.
A fala de encerramento da mesa foi da jornalista e escritora Cristina Serra, que acabou de lançar o livro “Nós, sobreviventes do ódio”. Na Fecesc, ela afirmou que “o modelo de negócio das mídias digitais é o extremismo”, por isso é tão grande o desafio para quem trabalha com comunicação. Entre as preocupações de Cristina, porém, não estão apenas os discursos de ódio nas redes: a mídia tradicional também carece de atenção. “A falta de regulamentação das concessões de rádio e TV sempre foi ruim, porque é muito concentrado”, explicou, defendendo que essa regulação é fundamental para fortalecimento da democracia.
Cristina afirmou ainda que “a gente está nessa batalha por corações e mentes”, e que existe um desafios para a mídia progressista se colocar nesse lugar. Como solução, ela sugeriu a atuação em rede. “A gente precisa pensar em como ganhar escala”. Outro ponto colocado por ela é o financiamento da mídia progressista independente. Para ela, é preciso redistribuir os recursos de governos destinados ao setor de comunicação.
A segunda mesa teve a participação do deputado estadual Marquito (PSOL) e da vereadora de Florianópolis, Carla Ayres (PT), que discutiram o avanço de manifestações fascistas em Santa Catarina.
A segunda mesa teve a participação do deputado estadual Marquito (PSOL) e da vereadora de Florianópolis, Carla Ayres (PT), que discutiram o avanço de manifestações fascistas em Santa Catarina.
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