Foto: Ricardo Stuckert |
Lula fez um discurso de estadista na abertura da Assembleia-Geral da ONU. E não de um estadista qualquer.
Lula fez um discurso histórico de líder global. De uma liderança que está em sintonia com a maioria dos países do mundo.
Lula falou das desigualdades, da pobreza, da fome, das mudanças climáticas, da democracia, do racismo, da igualdade de gênero, da reforma do Conselho de Segurança e de outras instituições etc.
Cobrou a ajuda prometida pelos países mais ricos aos países mais pobres para o desenvolvimento sustentável. Criticou o protecionismo comercial dos países desenvolvidos e a atual paralisia da OMC.
Teve a coragem de criticar a prisão Julian Assange e o neoliberalismo, sistema econômico que tende a acentuar as desigualdades e a suscitar o surgimento do chamado “populismo de direita”. Destacou, assim, que o neoliberalismo tende a enfraquecer as democracias.
Sobretudo, Lula falou da necessidade de se buscar a paz.
Afirmou ele:
“Não haverá sustentabilidade nem prosperidade sem paz.”
“Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana.”
“Conhecemos os horrores e os sofrimentos produzidos por todas as guerras.”
“A promoção de uma cultura de paz é um dever de todos nós. Construí-la requer persistência e vigilância.”
“A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU.”
“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz.”
“Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo.”
Obviamente, Lula evitou, em seu discurso, fazer acusações diretas à Rússia ou a quaisquer das partes do conflito, embora tenha se referido a membros (no plural) do Conselho de Segurança que violam a Carta da Nações Unidas.
Por quê?
Porque Lula sabe que isso, é claro, não contribui em nada para a busca paz. Ao contrário, impede o imprescindível diálogo. Observe-se que o Brasil condenou a invasão em diversas ocasiões.
Em contraste, Zelensky, definido pela mídia como a estrela do evento, além de não ter tocado adequadamente nos temas que interessam ao mundo, fez, como esperado, uma catilinária a favor da continuidade e do aprofundamento da guerra. Uma catilinária acompanhada, frise-se, por um plenário bastante esvaziado.
Dedicou o seu tempo a acusar a Rússia de toda sorte de crimes e a advertir que esse país é uma ameaça para o planeta inteiro, e que, portanto, precisa ser combatido até a sua derrota final. Custe o que custar.
Lá pelas tantas, perguntou:
Faz algum sentido reduzir as armas nucleares quando a Rússia está usando centrais nucleares como armas?
Não parece adequado pedir mais guerra e armas na Assembleia-Geral da ONU.
Reconheça-se que Zelensky falou na sua “proposta de paz”. Mas todo o mundo sabe que tal proposta exclui diálogo concreto com a Rússia. É uma proposta incompatível com uma paz real e duradoura.
Decepcionou. O mundo cansou da guerra.
Biden, por seu turno, fez um pronunciamento bastante chocho e claudicante. Uma decepção, como Zelensky.
Na realidade, aos olhos da maior parte do planeta, Lula foi a real estrela diplomática do evento. Uma estrela com intenso brilho próprio. Não um satélite que apenas reflete as luzes geopolíticas de outros.
Até mesmo parte da nossa mídia conservadora está sendo obrigada a reconhecer que Lula fez um discurso de estadista e que a repercussão foi extremamente positiva. Já recebeu mais de 60 pedidos para encontros bilaterais. Todos querem dialogar com o Brasil.
Gol de placa de Lula e da nossa diplomacia.
Lá fora, brilha nossa estrela.
* Marcelo Zero é sociólogo e especialista em Relações Internacionais.
“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz.”
“Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo.”
Obviamente, Lula evitou, em seu discurso, fazer acusações diretas à Rússia ou a quaisquer das partes do conflito, embora tenha se referido a membros (no plural) do Conselho de Segurança que violam a Carta da Nações Unidas.
Por quê?
Porque Lula sabe que isso, é claro, não contribui em nada para a busca paz. Ao contrário, impede o imprescindível diálogo. Observe-se que o Brasil condenou a invasão em diversas ocasiões.
Em contraste, Zelensky, definido pela mídia como a estrela do evento, além de não ter tocado adequadamente nos temas que interessam ao mundo, fez, como esperado, uma catilinária a favor da continuidade e do aprofundamento da guerra. Uma catilinária acompanhada, frise-se, por um plenário bastante esvaziado.
Dedicou o seu tempo a acusar a Rússia de toda sorte de crimes e a advertir que esse país é uma ameaça para o planeta inteiro, e que, portanto, precisa ser combatido até a sua derrota final. Custe o que custar.
Lá pelas tantas, perguntou:
Faz algum sentido reduzir as armas nucleares quando a Rússia está usando centrais nucleares como armas?
Não parece adequado pedir mais guerra e armas na Assembleia-Geral da ONU.
Reconheça-se que Zelensky falou na sua “proposta de paz”. Mas todo o mundo sabe que tal proposta exclui diálogo concreto com a Rússia. É uma proposta incompatível com uma paz real e duradoura.
Decepcionou. O mundo cansou da guerra.
Biden, por seu turno, fez um pronunciamento bastante chocho e claudicante. Uma decepção, como Zelensky.
Na realidade, aos olhos da maior parte do planeta, Lula foi a real estrela diplomática do evento. Uma estrela com intenso brilho próprio. Não um satélite que apenas reflete as luzes geopolíticas de outros.
Até mesmo parte da nossa mídia conservadora está sendo obrigada a reconhecer que Lula fez um discurso de estadista e que a repercussão foi extremamente positiva. Já recebeu mais de 60 pedidos para encontros bilaterais. Todos querem dialogar com o Brasil.
Gol de placa de Lula e da nossa diplomacia.
Lá fora, brilha nossa estrela.
* Marcelo Zero é sociólogo e especialista em Relações Internacionais.
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