Por Altamiro Borges
O debate sobre o novo marco regulatório das comunicações já começa a adquirir contornos mais nítidos no seu principal campo de batalha: o Congresso Nacional. Os barões da mídia – segundo o Diap, cerca de 100 parlamentares são proprietários, diretos e indiretos (“laranjas”), de emissoras de rádio e televisão – já definiram como prioridade ocupar espaços na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), por onde obrigatoriamente passa qualquer proposta legislativa sobre o tema.
Já os deputados e senadores engajados na luta pela democratização da comunicação iniciaram as articulações para pressionar o Congresso Nacional no debate sobre o marco regulatório. Na semana passada, eles deram os primeiros passos para a criação da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular na Câmara dos Deputados. Cientes de que o cenário é adverso, de que são minoria no Legislativo, eles sabem que precisam contar com forte pressão social.
Ponte com a sociedade civil
Como explica a deputada Luiza Erundina (PSB/SP), uma das líderes desta articulação, “a frente será uma ponte entre os interesses da sociedade civil organizada e o parlamento, no que diz respeito à democratização da comunicação no país”. Esta articulação já apresentou uma proposta inicial de manifesto (leia abaixo) e marcou para esta semana, em Brasília, reunião com os movimentos sociais organizados para definir a data de lançamento oficial da frente e suas principais iniciativas.
“Vamos trazer para este debate todas as entidades que militam em prol da democratização da comunicação e da liberdade de expressão no país. Queremos acompanhar e influenciar o processo de debate sobre o novo marco legal das comunicações”, defende Erundina. “Estamos muito atrasados nos aspectos da comunicação no Brasil. Temos uma legislação que data de 1962... Precisamos atualizar a nossa legislação para assegurar a liberdade de expressão e a democratização do direito à comunicação”, argumenta o deputado Emiliano José (PT/BA), outro encabeçador da frente parlamentar.
Pressão dos movimentos sociais
Além de Luiza Erundina e Emiliano José, a proposta de criação da frente parlamentar já recebeu o apoio dos deputados Luis Couto (PT/PB), Glauber Braga (PSB/RJ) e Francisco Praciano (PT/AM). Mas para que ela seja formalmente criada no Congresso Nacional serão necessárias 171 assinaturas. José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT, afirmou em recente entrevista à Record News que a regulação da mídia é prioridade do partido. Já o PCdoB aprovou no seu 12º Congresso, em novembro de 2009, a luta pela democratização dos meios de comunicação como estratégica para avanço da democracia no país.
A formalização da frente parlamentar será o primeiro round na dura batalha pela regulação da mídia. Além das articulações nos corredores do Congresso Nacional, será decisiva a pressão dos movimentos sociais para garantir as assinaturas necessárias a sua criação. O lobby da radiodifusão, também conhecido como “bancada do PIG”, usará todos os meios – abertos e enrustidos – para abortar esta articulação. Sabe que a frente parlamentar poderá cumprir importante papel no debate sobre o marco regulatório.
O exemplo de Fortaleza
Neste sentido, os movimentos sociais – tão criminalizados em suas lutas pela mídia “privada” – estão com a palavra. Se eles não pressionarem agora, depois não adianta chorar – e nem reclamar do governo Dilma Rousseff. Qualquer projeto, mais avançado ou mais recuado, de regulamentação da mídia passa pelo Congresso Nacional. Entre outros desafios, será preciso pressionar o governo para que apresente sua proposta concreta de novo marco regulatório, o que ajudaria a deflagrar o debate na sociedade.
Ao mesmo tempo, é urgente pressionar os parlamentares pela formalização da Frente pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação. Este fórum poderá ter papel fundamental na evolução dos debates no Congresso Nacional, garantindo avanços no processo de democratização da mídia. Estes e outros desafios exigem povo na rua. O debate em Fortaleza, em 18 de fevereiro, que reuniu cerca de mil participantes, mostra que é possível intensificar a pressão da sociedade. Não há tempo a perder!
*****
Manifesto pela criação da frente parlamentar
A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação é uma iniciativa de membros da Câmara dos Deputados, em parceria com entidades da sociedade civil, que visa a promover, acompanhar e defender iniciativas que ampliem o exercício do direito humano à liberdade de expressão e do direito à comunicação.
O direito à liberdade de expressão, previsto no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos artigos 5º e 220 da Constituição Federal, enfrenta hoje dois tipos de obstáculos que justificam e reforçam a necessidade desta Frente Parlamentar.
O primeiro está na existência de ações de órgãos do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário e de entes privados que visam a cercear o exercício dessa liberdade pelos seus beneficiários, ou seja, os cidadãos e cidadãs brasileiros. É preciso que se tomem iniciativas e se criem mecanismos permanentes, inclusive no âmbito do Parlamento, para denunciar e combater esse tipo de ação.
O segundo obstáculo está na ausência de regulação e políticas públicas que promovam e garantam a liberdade de expressão e o direito à comunicação. Hoje, as condições para o exercício dessa liberdade são muito desiguais, já que os canais de mídia, elementos-chave para a efetivação desse direito, estão nas mãos de alguns grupos econômicos cuja prática impõe sérios limites à efetivação da liberdade de expressão do povo brasileiro e é fortemente marcada pela prevalência de interesses privados em detrimento do interesse público.
Portanto, não basta denunciar e combater ações contrárias à liberdade de expressão; é preciso propiciar meios para que todos os cidadãos e cidadãs tenham condições de exercê-la. Assim, enquanto houver dificuldades ou impedimentos econômicos, culturais, sociais, técnicos e políticos para o exercício deste direito, é dever dos Poderes Executivo e Legislativo desenvolver ações no sentido de garantir que o maior número de cidadãos possa produzir, disseminar e acessar informações e cultura.
De outra forma, a promoção dos direitos à liberdade de expressão e à comunicação é condição para o pleno exercício da democracia no país. Se os meios de comunicação são os principais instrumentos de circulação de ideias e valores na sociedade brasileira, espaço essencial de consumo de informação e cultura pelos cidadãos e cidadãs, devem então refletir a pluralidade e a diversidade da sociedade, pré-requisito da verdadeira democracia.
A realidade dos meios de comunicação mudou muito nas últimas décadas, especialmente pelo surgimento da internet e a efetivação da convergência digital, nos seus aspectos técnico, comunicacional e empresarial. Com a mudança dessa realidade, alteram-se também os obstáculos, e, por sua vez, requerem-se respostas adequadas a esse novo cenário. Hoje, pensar a universalização do acesso à internet, por exemplo, é tão essencial à liberdade de expressão e ao direito à comunicação, quanto o é à promoção da diversidade de conteúdo no rádio e na televisão.
A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação reúne parlamentares e organizações da sociedade civil comprometidos com valores democráticos e se propõe a atuar tendo como base os objetivos acima referidos, observando a complementaridade, indivisibilidade, interdependência e não hierarquização dos direitos humanos. Assim, ela reconhece, conforme prevê o artigo 13 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que o exercício da liberdade de expressão está sujeito a responsabilidades ulteriores (ou seja, a posteriori), especialmente quando o que foi dito representar violação de outros direitos humanos.
Essa condição não deve criar precedentes para nenhum tipo de censura prévia, seja ela governamental ou judicial, mas precisa ser observada no sentido de proteger a dignidade da pessoa humana, especialmente a de grupos vulneráveis como crianças e adolescentes, mulheres, negros e negras, indígenas, população LGBTT e pessoas portadoras de deficiência.
A atuação da Frente se baseia em iniciativas já em curso no Congresso Nacional e em novas ações propostas por seus integrantes, levando em consideração estudos anteriormente realizados por comissões da Câmara e do Senado e propostas elaboradas por entes de todos os setores da sociedade civil, sobretudo as aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação.
Entre os objetivos específicos da Frente Parlamentar estão, sem prejuízo de outros, os seguintes:
- defender os princípios constitucionais relativos ao tema, especialmente aqueles previstos nos artigos 5º e 220 a 224 da Constituição Federal;
- lutar contra qualquer tipo de ação direta ou indireta de censura prévia de caráter governamental ou judicial;
- contribuir para a regulamentação dos artigos 220, 221 e 223 da Constituição Federal, que tratam da proibição de monopólios e oligopólios no rádio e na TV; da existência de mecanismos de defesa contra programações que violem os dispositivos constitucionais; da preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas no rádio e na televisão; da regionalização da programação e do estímulo à produção independente; e da complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal;
- defender a ampliação do acesso da população à banda larga, garantindo a universalização do serviço, preços acessíveis e qualidade do serviço ofertado;
- trabalhar pela liberdade na internet, tendo como parâmetros a proteção à neutralidade de rede e ao direito à privacidade e à liberdade de expressão;
- defender a ampliação da participação popular no acompanhamento e regulação do sistema de comunicações;
- defender transparência, regras e procedimentos democráticos em outorga e renovação de concessões, permissões e autorizações de rádio e TV;
- contribuir para o fortalecimento do sistema público de comunicação, inclusive rádios e TVs comunitárias;
- defender os direitos de grupos vulneráveis como crianças e adolescentes, mulheres, negros e negras, indígenas, população LGBTT e pessoas portadoras de deficiência, no tocante às questões de comunicação;
- defender políticas de incentivo à pluralidade e à diversidade em todos os meios de comunicação, com especial observância à diversidade regional e cultural brasileira;
- incentivar a produção, distribuição e acesso a conteúdo produzido no Brasil por empresas e organizações brasileiras;
- contribuir para o fortalecimento de pesquisa e adoção de tecnologias nacionais nas diversas etapas da cadeia produtiva das comunicações;
- estimular medidas que fortaleçam a educação para a prática e a leitura da comunicação, de maneira formal e informal, entre os estudantes do ensino fundamental e médio.
A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação coloca-se, assim, como um instrumento do parlamento e da sociedade civil brasileira para a ampliação do exercício desses direitos e para o fortalecimento da democracia.
O debate sobre o novo marco regulatório das comunicações já começa a adquirir contornos mais nítidos no seu principal campo de batalha: o Congresso Nacional. Os barões da mídia – segundo o Diap, cerca de 100 parlamentares são proprietários, diretos e indiretos (“laranjas”), de emissoras de rádio e televisão – já definiram como prioridade ocupar espaços na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), por onde obrigatoriamente passa qualquer proposta legislativa sobre o tema.
Já os deputados e senadores engajados na luta pela democratização da comunicação iniciaram as articulações para pressionar o Congresso Nacional no debate sobre o marco regulatório. Na semana passada, eles deram os primeiros passos para a criação da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular na Câmara dos Deputados. Cientes de que o cenário é adverso, de que são minoria no Legislativo, eles sabem que precisam contar com forte pressão social.
Ponte com a sociedade civil
Como explica a deputada Luiza Erundina (PSB/SP), uma das líderes desta articulação, “a frente será uma ponte entre os interesses da sociedade civil organizada e o parlamento, no que diz respeito à democratização da comunicação no país”. Esta articulação já apresentou uma proposta inicial de manifesto (leia abaixo) e marcou para esta semana, em Brasília, reunião com os movimentos sociais organizados para definir a data de lançamento oficial da frente e suas principais iniciativas.
“Vamos trazer para este debate todas as entidades que militam em prol da democratização da comunicação e da liberdade de expressão no país. Queremos acompanhar e influenciar o processo de debate sobre o novo marco legal das comunicações”, defende Erundina. “Estamos muito atrasados nos aspectos da comunicação no Brasil. Temos uma legislação que data de 1962... Precisamos atualizar a nossa legislação para assegurar a liberdade de expressão e a democratização do direito à comunicação”, argumenta o deputado Emiliano José (PT/BA), outro encabeçador da frente parlamentar.
Pressão dos movimentos sociais
Além de Luiza Erundina e Emiliano José, a proposta de criação da frente parlamentar já recebeu o apoio dos deputados Luis Couto (PT/PB), Glauber Braga (PSB/RJ) e Francisco Praciano (PT/AM). Mas para que ela seja formalmente criada no Congresso Nacional serão necessárias 171 assinaturas. José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT, afirmou em recente entrevista à Record News que a regulação da mídia é prioridade do partido. Já o PCdoB aprovou no seu 12º Congresso, em novembro de 2009, a luta pela democratização dos meios de comunicação como estratégica para avanço da democracia no país.
A formalização da frente parlamentar será o primeiro round na dura batalha pela regulação da mídia. Além das articulações nos corredores do Congresso Nacional, será decisiva a pressão dos movimentos sociais para garantir as assinaturas necessárias a sua criação. O lobby da radiodifusão, também conhecido como “bancada do PIG”, usará todos os meios – abertos e enrustidos – para abortar esta articulação. Sabe que a frente parlamentar poderá cumprir importante papel no debate sobre o marco regulatório.
O exemplo de Fortaleza
Neste sentido, os movimentos sociais – tão criminalizados em suas lutas pela mídia “privada” – estão com a palavra. Se eles não pressionarem agora, depois não adianta chorar – e nem reclamar do governo Dilma Rousseff. Qualquer projeto, mais avançado ou mais recuado, de regulamentação da mídia passa pelo Congresso Nacional. Entre outros desafios, será preciso pressionar o governo para que apresente sua proposta concreta de novo marco regulatório, o que ajudaria a deflagrar o debate na sociedade.
Ao mesmo tempo, é urgente pressionar os parlamentares pela formalização da Frente pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação. Este fórum poderá ter papel fundamental na evolução dos debates no Congresso Nacional, garantindo avanços no processo de democratização da mídia. Estes e outros desafios exigem povo na rua. O debate em Fortaleza, em 18 de fevereiro, que reuniu cerca de mil participantes, mostra que é possível intensificar a pressão da sociedade. Não há tempo a perder!
*****
Manifesto pela criação da frente parlamentar
A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação é uma iniciativa de membros da Câmara dos Deputados, em parceria com entidades da sociedade civil, que visa a promover, acompanhar e defender iniciativas que ampliem o exercício do direito humano à liberdade de expressão e do direito à comunicação.
O direito à liberdade de expressão, previsto no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos artigos 5º e 220 da Constituição Federal, enfrenta hoje dois tipos de obstáculos que justificam e reforçam a necessidade desta Frente Parlamentar.
O primeiro está na existência de ações de órgãos do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário e de entes privados que visam a cercear o exercício dessa liberdade pelos seus beneficiários, ou seja, os cidadãos e cidadãs brasileiros. É preciso que se tomem iniciativas e se criem mecanismos permanentes, inclusive no âmbito do Parlamento, para denunciar e combater esse tipo de ação.
O segundo obstáculo está na ausência de regulação e políticas públicas que promovam e garantam a liberdade de expressão e o direito à comunicação. Hoje, as condições para o exercício dessa liberdade são muito desiguais, já que os canais de mídia, elementos-chave para a efetivação desse direito, estão nas mãos de alguns grupos econômicos cuja prática impõe sérios limites à efetivação da liberdade de expressão do povo brasileiro e é fortemente marcada pela prevalência de interesses privados em detrimento do interesse público.
Portanto, não basta denunciar e combater ações contrárias à liberdade de expressão; é preciso propiciar meios para que todos os cidadãos e cidadãs tenham condições de exercê-la. Assim, enquanto houver dificuldades ou impedimentos econômicos, culturais, sociais, técnicos e políticos para o exercício deste direito, é dever dos Poderes Executivo e Legislativo desenvolver ações no sentido de garantir que o maior número de cidadãos possa produzir, disseminar e acessar informações e cultura.
De outra forma, a promoção dos direitos à liberdade de expressão e à comunicação é condição para o pleno exercício da democracia no país. Se os meios de comunicação são os principais instrumentos de circulação de ideias e valores na sociedade brasileira, espaço essencial de consumo de informação e cultura pelos cidadãos e cidadãs, devem então refletir a pluralidade e a diversidade da sociedade, pré-requisito da verdadeira democracia.
A realidade dos meios de comunicação mudou muito nas últimas décadas, especialmente pelo surgimento da internet e a efetivação da convergência digital, nos seus aspectos técnico, comunicacional e empresarial. Com a mudança dessa realidade, alteram-se também os obstáculos, e, por sua vez, requerem-se respostas adequadas a esse novo cenário. Hoje, pensar a universalização do acesso à internet, por exemplo, é tão essencial à liberdade de expressão e ao direito à comunicação, quanto o é à promoção da diversidade de conteúdo no rádio e na televisão.
A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação reúne parlamentares e organizações da sociedade civil comprometidos com valores democráticos e se propõe a atuar tendo como base os objetivos acima referidos, observando a complementaridade, indivisibilidade, interdependência e não hierarquização dos direitos humanos. Assim, ela reconhece, conforme prevê o artigo 13 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que o exercício da liberdade de expressão está sujeito a responsabilidades ulteriores (ou seja, a posteriori), especialmente quando o que foi dito representar violação de outros direitos humanos.
Essa condição não deve criar precedentes para nenhum tipo de censura prévia, seja ela governamental ou judicial, mas precisa ser observada no sentido de proteger a dignidade da pessoa humana, especialmente a de grupos vulneráveis como crianças e adolescentes, mulheres, negros e negras, indígenas, população LGBTT e pessoas portadoras de deficiência.
A atuação da Frente se baseia em iniciativas já em curso no Congresso Nacional e em novas ações propostas por seus integrantes, levando em consideração estudos anteriormente realizados por comissões da Câmara e do Senado e propostas elaboradas por entes de todos os setores da sociedade civil, sobretudo as aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação.
Entre os objetivos específicos da Frente Parlamentar estão, sem prejuízo de outros, os seguintes:
- defender os princípios constitucionais relativos ao tema, especialmente aqueles previstos nos artigos 5º e 220 a 224 da Constituição Federal;
- lutar contra qualquer tipo de ação direta ou indireta de censura prévia de caráter governamental ou judicial;
- contribuir para a regulamentação dos artigos 220, 221 e 223 da Constituição Federal, que tratam da proibição de monopólios e oligopólios no rádio e na TV; da existência de mecanismos de defesa contra programações que violem os dispositivos constitucionais; da preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas no rádio e na televisão; da regionalização da programação e do estímulo à produção independente; e da complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal;
- defender a ampliação do acesso da população à banda larga, garantindo a universalização do serviço, preços acessíveis e qualidade do serviço ofertado;
- trabalhar pela liberdade na internet, tendo como parâmetros a proteção à neutralidade de rede e ao direito à privacidade e à liberdade de expressão;
- defender a ampliação da participação popular no acompanhamento e regulação do sistema de comunicações;
- defender transparência, regras e procedimentos democráticos em outorga e renovação de concessões, permissões e autorizações de rádio e TV;
- contribuir para o fortalecimento do sistema público de comunicação, inclusive rádios e TVs comunitárias;
- defender os direitos de grupos vulneráveis como crianças e adolescentes, mulheres, negros e negras, indígenas, população LGBTT e pessoas portadoras de deficiência, no tocante às questões de comunicação;
- defender políticas de incentivo à pluralidade e à diversidade em todos os meios de comunicação, com especial observância à diversidade regional e cultural brasileira;
- incentivar a produção, distribuição e acesso a conteúdo produzido no Brasil por empresas e organizações brasileiras;
- contribuir para o fortalecimento de pesquisa e adoção de tecnologias nacionais nas diversas etapas da cadeia produtiva das comunicações;
- estimular medidas que fortaleçam a educação para a prática e a leitura da comunicação, de maneira formal e informal, entre os estudantes do ensino fundamental e médio.
A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação coloca-se, assim, como um instrumento do parlamento e da sociedade civil brasileira para a ampliação do exercício desses direitos e para o fortalecimento da democracia.
0 comentários:
Postar um comentário