Por Cris Rodrigues, no blog Somos Andando:
Recém terminado o I Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s do RS, só consigo escrever sobre sensações e impressões. Talvez mais adiante venha um relato de maior conteúdo prático e político.
O #BlogProgRS terminou com o PIG Parade, no Brique da Redenção. Para quem é de fora de Porto Alegre, a Redenção é um parque enorme, aonde as pessoas vão, especialmente aos domingos, tomar chimarrão, comer bergamota, passear. O domingo é o melhor dia porque acontece o Brique, uma feira de artesanato que existe desde que me conheço por gente. O Brique é um lugar tradicional das manifestações políticas, especialmente da esquerda – porque até não muito tempo atrás, era só a esquerda que saía para as ruas para manifestar.
Meu receio com relação ao PIG Parade, que comento agora pela primeira vez, dizia respeito à receptividade das pessoas, já que Porto Alegre – e a Redenção – anda extremamente conservadora. Tinha medo que as pessoas entendessem errado, nos achassem muito radicais. Isso não é legal, porque afasta o debate e a construção coletiva.
Mas a Redenção recebeu o PIG Parade com os braços abertos. Não vi uma reclamação, sequer alguém discordando de forma mais enfática. Vi, por outro lado, adultos, adolescentes e crianças extremamente desgostosos com a programação da TV e com o conteúdo dos jornais e revistas. Gente que desde nova já diz que a mídia mente – entre essa gente, um guri de uns oito ou nove anos que afirmava que os jornais inventam coisas falsas.
Uma demonstração clara de que o nosso debate está caindo de maduro. Não sei se o caminho que escolhemos é o mais certo, mas o que vem sendo trilhado hoje não o é. A dúvida é certamente pertinente. A sensação é de que todo o debate faz sentido, que o trabalho de tanta gente que está por aí promovendo o questionamento não é em vão.
Alguma coisa, afinal, está muito errada.
Mas quero repetir o que já disse dezenas de vezes. Reitero que o principal dos encontros que vêm acontecendo pelo Brasil inteiro é o fortalecimento da comunicação digital, é mostrar que os blogs existem e têm um importante papel. É garantir reconhecimento e obter frutos concretos a partir daí. Mas os encontros vão além.
É muito bacana o contato presencial. Conhecer gente e rever gente. Encontrar a pessoa por trás do arroba, o produtor daquele conteúdo que encontramos na rede e às vezes parece tão distante. A gente discute comunicação e política ao mesmo tempo em que estabelece vínculos de identificação, uma rede fraterna de contato.
Nos últimos dias, Porto Alegre nos aproximou de Renato Rovai, Sergio Telles, Leandro Fortes, Eduardo Guimarães, Norelys Morales, Marco Aurélio, para citar apenas alguns dos que vieram de fora. Isso sem falar no pessoal daqui, que também se aproxima. Esse contato transforma uma relação quase só de troca de conteúdo pela rede em uma relação de amizade.
E o contato materializa a discussão. Porque a internet é a nossa ferramenta, mas o nosso conteúdo são as questões da sociedade de um modo geral. Os encontros de blogueiros aproximam as pessoas e fortalecem a luta comum.
E a nossa luta comum é a necessidade de democratizar a comunicação para aumentar a democracia na sociedade.
Que um dia possamos olhar para trás e reconhecer em 2010 e 2011 o início de um novo processo que fomente transformações de fato na comunicação do Brasil.
Recém terminado o I Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s do RS, só consigo escrever sobre sensações e impressões. Talvez mais adiante venha um relato de maior conteúdo prático e político.
O #BlogProgRS terminou com o PIG Parade, no Brique da Redenção. Para quem é de fora de Porto Alegre, a Redenção é um parque enorme, aonde as pessoas vão, especialmente aos domingos, tomar chimarrão, comer bergamota, passear. O domingo é o melhor dia porque acontece o Brique, uma feira de artesanato que existe desde que me conheço por gente. O Brique é um lugar tradicional das manifestações políticas, especialmente da esquerda – porque até não muito tempo atrás, era só a esquerda que saía para as ruas para manifestar.
Meu receio com relação ao PIG Parade, que comento agora pela primeira vez, dizia respeito à receptividade das pessoas, já que Porto Alegre – e a Redenção – anda extremamente conservadora. Tinha medo que as pessoas entendessem errado, nos achassem muito radicais. Isso não é legal, porque afasta o debate e a construção coletiva.
Mas a Redenção recebeu o PIG Parade com os braços abertos. Não vi uma reclamação, sequer alguém discordando de forma mais enfática. Vi, por outro lado, adultos, adolescentes e crianças extremamente desgostosos com a programação da TV e com o conteúdo dos jornais e revistas. Gente que desde nova já diz que a mídia mente – entre essa gente, um guri de uns oito ou nove anos que afirmava que os jornais inventam coisas falsas.
Uma demonstração clara de que o nosso debate está caindo de maduro. Não sei se o caminho que escolhemos é o mais certo, mas o que vem sendo trilhado hoje não o é. A dúvida é certamente pertinente. A sensação é de que todo o debate faz sentido, que o trabalho de tanta gente que está por aí promovendo o questionamento não é em vão.
Alguma coisa, afinal, está muito errada.
Mas quero repetir o que já disse dezenas de vezes. Reitero que o principal dos encontros que vêm acontecendo pelo Brasil inteiro é o fortalecimento da comunicação digital, é mostrar que os blogs existem e têm um importante papel. É garantir reconhecimento e obter frutos concretos a partir daí. Mas os encontros vão além.
É muito bacana o contato presencial. Conhecer gente e rever gente. Encontrar a pessoa por trás do arroba, o produtor daquele conteúdo que encontramos na rede e às vezes parece tão distante. A gente discute comunicação e política ao mesmo tempo em que estabelece vínculos de identificação, uma rede fraterna de contato.
Nos últimos dias, Porto Alegre nos aproximou de Renato Rovai, Sergio Telles, Leandro Fortes, Eduardo Guimarães, Norelys Morales, Marco Aurélio, para citar apenas alguns dos que vieram de fora. Isso sem falar no pessoal daqui, que também se aproxima. Esse contato transforma uma relação quase só de troca de conteúdo pela rede em uma relação de amizade.
E o contato materializa a discussão. Porque a internet é a nossa ferramenta, mas o nosso conteúdo são as questões da sociedade de um modo geral. Os encontros de blogueiros aproximam as pessoas e fortalecem a luta comum.
E a nossa luta comum é a necessidade de democratizar a comunicação para aumentar a democracia na sociedade.
Que um dia possamos olhar para trás e reconhecer em 2010 e 2011 o início de um novo processo que fomente transformações de fato na comunicação do Brasil.
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