Por João Peres, na Rede Brasil Atual:
O favoritismo alcançado pela presidenta Cristina Kirchner nas eleições presidenciais argentinas tem provocado a desistência de alguns dos principais concorrentes. A última saída da corrida é também a mais importante até o momento. No sábado, o chefe de governo da cidade de Buenos Aires, Maurício Macri, anunciou sua decisão de concorrer à reeleição local.
"Estou convencido de que o melhor lugar onde posso dar hoje a contribuição para essa Argentina que todos queremos é a cidade de Buenos Aires", disse Macri, que pela segunda vez declina de participar das eleições presidenciais. No ato de lançamento de sua campanha para as eleições de 10 de julho na capital, no entanto, o ex-presidente do Boca Juniors manteve sua linha de discurso, sempre com foco no cenário nacional.
O recuo de Macri era considerado uma possibilidade cada vez mais forte nas últimas semanas e se trata simplesmente de não trocar o mais ou menos certo pelo incerto. As pesquisas para as eleições da cidade de Buenos Aires indicam que ele tem 27% das intenções de voto, doze pontos à frente do possível candidato governista, o ministro Amado Boudou. No cenário nacional, o chefe de governo aparece sempre dividindo uma duvidosa segunda colocação com Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raul Alfonsín e candidato da União Cívica Radical (UCR).
Nenhum deles passa de 15% dos votos, o que chega a representar no máximo um terço do total obtido por Cristina Kirchner. Como o percentual de indecisos oscila entre apenas oito e doze por cento, a fotografia de momento deixa em dúvida apenas se a presidenta garantirá a reeleição no primeiro ou no segundo turno. No caso de Macri, as denúncias de abuso de autoridade e um escândalo envolvendo escutas ilegais para espionar integrantes do alto escalão federal minaram a boa imagem do milionário empresário.
Ainda que disputas eleitorais sejam muito dinâmicas, o momento é favorável ao governismo e a sua coalizão, a Frente para a Vitória. O fim de alguns problemas internos do país, o crescimento econômico e as posturas firmes de Cristina angariaram muita simpatia, numa trajetória de elevação que se consolidou devido à postura da política após a morte do marido, o ex-presidente Néstor Kirchner.
Na última semana, o deputado Fernando “Pino” Solanas, à esquerda do atual governo, também desistiu de disputar as eleições presidenciais. A exemplo de Macri, o documentarista encontra cenário mais favorável na disputa portenha, ocupando a terceira posição, sempre em um viés de crescimento eleição após eleição.
Com isso, o único adversário razoavelmente forte neste momento para Cristina é Ricardo Alfonsín, mas pesam contra ele a divisão do próprio partido e a fama de que a UCR não consegue concluir seus mandatos – os dois últimos radicais a ocuparem a Casa Rosada foram exatamente Raul Alfonsín e Fernando de la Rúa, o presidente do default de 2001-02, ambos com governos abreviados. Além disso, o capital político do pai já não é tão forte quanto a herança de Néstor Kirchner.
Eduardo Duhalde, dissidente do Partido Justicialista de Cristina, quer lutar para ser uma terceira força na disputa. No domingo (8), fez declarações tentando se aproximar de Macri – e do eleitorado do chefe de governo de Buenos Aires. Embora deixe suas posições em aberto, o ex-presidente considera que a aproximação com o PRO, partido do empresário, é natural.
Em entrevista à Rádio Mitre, Duhalde indicou que a desistência de Macri fez parte de um cálculo pelo qual corria muito risco com a postulação à presidência, podendo perder o controle de sua legenda. “Pensou que, se perdesse, se acabavam seu partido e sua carreira política”, ponderou o pré-candidato, traçando um quadro que faz lembrar as consequências das eleições brasileiras.
O favoritismo alcançado pela presidenta Cristina Kirchner nas eleições presidenciais argentinas tem provocado a desistência de alguns dos principais concorrentes. A última saída da corrida é também a mais importante até o momento. No sábado, o chefe de governo da cidade de Buenos Aires, Maurício Macri, anunciou sua decisão de concorrer à reeleição local.
"Estou convencido de que o melhor lugar onde posso dar hoje a contribuição para essa Argentina que todos queremos é a cidade de Buenos Aires", disse Macri, que pela segunda vez declina de participar das eleições presidenciais. No ato de lançamento de sua campanha para as eleições de 10 de julho na capital, no entanto, o ex-presidente do Boca Juniors manteve sua linha de discurso, sempre com foco no cenário nacional.
O recuo de Macri era considerado uma possibilidade cada vez mais forte nas últimas semanas e se trata simplesmente de não trocar o mais ou menos certo pelo incerto. As pesquisas para as eleições da cidade de Buenos Aires indicam que ele tem 27% das intenções de voto, doze pontos à frente do possível candidato governista, o ministro Amado Boudou. No cenário nacional, o chefe de governo aparece sempre dividindo uma duvidosa segunda colocação com Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raul Alfonsín e candidato da União Cívica Radical (UCR).
Nenhum deles passa de 15% dos votos, o que chega a representar no máximo um terço do total obtido por Cristina Kirchner. Como o percentual de indecisos oscila entre apenas oito e doze por cento, a fotografia de momento deixa em dúvida apenas se a presidenta garantirá a reeleição no primeiro ou no segundo turno. No caso de Macri, as denúncias de abuso de autoridade e um escândalo envolvendo escutas ilegais para espionar integrantes do alto escalão federal minaram a boa imagem do milionário empresário.
Ainda que disputas eleitorais sejam muito dinâmicas, o momento é favorável ao governismo e a sua coalizão, a Frente para a Vitória. O fim de alguns problemas internos do país, o crescimento econômico e as posturas firmes de Cristina angariaram muita simpatia, numa trajetória de elevação que se consolidou devido à postura da política após a morte do marido, o ex-presidente Néstor Kirchner.
Na última semana, o deputado Fernando “Pino” Solanas, à esquerda do atual governo, também desistiu de disputar as eleições presidenciais. A exemplo de Macri, o documentarista encontra cenário mais favorável na disputa portenha, ocupando a terceira posição, sempre em um viés de crescimento eleição após eleição.
Com isso, o único adversário razoavelmente forte neste momento para Cristina é Ricardo Alfonsín, mas pesam contra ele a divisão do próprio partido e a fama de que a UCR não consegue concluir seus mandatos – os dois últimos radicais a ocuparem a Casa Rosada foram exatamente Raul Alfonsín e Fernando de la Rúa, o presidente do default de 2001-02, ambos com governos abreviados. Além disso, o capital político do pai já não é tão forte quanto a herança de Néstor Kirchner.
Eduardo Duhalde, dissidente do Partido Justicialista de Cristina, quer lutar para ser uma terceira força na disputa. No domingo (8), fez declarações tentando se aproximar de Macri – e do eleitorado do chefe de governo de Buenos Aires. Embora deixe suas posições em aberto, o ex-presidente considera que a aproximação com o PRO, partido do empresário, é natural.
Em entrevista à Rádio Mitre, Duhalde indicou que a desistência de Macri fez parte de um cálculo pelo qual corria muito risco com a postulação à presidência, podendo perder o controle de sua legenda. “Pensou que, se perdesse, se acabavam seu partido e sua carreira política”, ponderou o pré-candidato, traçando um quadro que faz lembrar as consequências das eleições brasileiras.
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