Por Renato Rovai, em seu blog na Revista Fórum:
Ontem à noite estive com o Raphael Tsavko, o Lino Bocchini e o Mário Bocchini num debate que foi transmitido pelo Twitter pela TV do pessoal do Fora do Eixo. Na ocasião, discutimos o processo que o Lino e o Mário estão sendo vítimas. Eles parodiaram o jornal Folha de S. Paulo e fizeram um blog com o nome de fAlha de S.Paulo. Claro, uma mera piada, típica das sociedades democráticas.
Algo que a Folha costuma fazer na coluna daquele que talvez seja seu melhor colunista, o José Simão.
Mas o jornal processou o Mário e o Lino e por isso o fAlha completou ontem 300 dias fora do ar. Ou seja, a Folha censurou o fAlha e está fazendo o Lino e o Mário gastarem o que não têm para se defenderem.
Algo que mostra como nossos jornais são coerentes com a defesa que fazem da liberdade de imprensa.
E por acaso vocês leram algum texto desses colunistas marrentos que vivem atacando a censura? Daqueles que se esgoelam pra dizer que regulamentação é censura?
Imagina, nesses casos eles viram ladies. Não abrem o bico. Quando o “doutor patrão” tá no meio eles escondem seus “ideais” no meio das pernas.
Mas para o debate de ontem, o Lino enviou um convite a Folha, aos cuidados do jornalista Vinicius Mota. Merece ser lido:
*****
Vinicius, bom dia.
Escrevo por orientação dos atendentes da Secretaria de Redação, que me passaram seu e-mail e informaram que todo convite para jornalistas ou outros profissionais da Folha participarem de programas e eventos precisam de sua autorização.
Gostaria de convidar um representante da Folha de S.Paulo para participar do programa Desculpe a Nossa Falha, que é transmitido pelo twitter toda quarta-feira à noite. O programa é homônimo do site que mantenho com meu irmão após nosso site original (o Falha de S.Paulo) ter sido cassado pela Justiça a mando da Folha. Fiz um post curto e didático explicando a atração, por conta da edição da semana passada: http://tinyurl.com/3ht6ybm
A ideia geral do programa é dar visibilidade aos diferentes casos de pessoas que sofrem algum tipo de ameaça/perseguição na internet. A maioria dos casos passa pela Justiça, mas há um pouco de tudo, até gente que apanhou por conta de suas postagens. Já entrevistamos, por exemplo, o jornalista Esmael Morais, que acumula mais de R$ 500 mil em multas e é perseguido pelo governador do Paraná. Falamos também com Emílio Gusmão, blogueiro de Ilhéus com 17 processos nas costas abertos pelo poder público municipal por conta de suas denúncias. Essa semana vamos abordar o processo da Folha contra a Falha, aproveitando uma efeméride: exatamente na quarta completamos 300 dias censurados por conta da ação da Folha.
Com o uso da estrutura da casa Fora do Eixo de São Paulo (caso não conheça, recomendo essa reportagem – http://revistatrip.uol.com.br/revista/199/reportagens/ministerio-da-cultura.html), de onde fazemos a transmissão, podemos entrevistar pessoas que não estão no estúdio, recurso que não existe na twitcam convencional. Ou seja, o representante da empresa não precisa ir pessoalmente, o que facilita bastante: basta a pessoa designada estar disponível via Skype no horário combinado.
Achamos muito importante que o jornal faça uso do espaço que estamos abrindo, uma vez que partilhamos do entendimento da Folha de que o chamado “outro lado” é sagrado tem que ser ouvindo sempre. E, nesse programa em específico, certamente algumas pessoas externarão posições contrárias às defendidas pelo jornal.
Por fim, peço desculpas pelo pedido próximo à data do programa, mas sei que você está mais do que acostumado a prazos ainda mais apertados, afinal estamos falando de um veículo diário…
Você pode, por gentileza, confirmar o recebimento deste e-mail?
Aguardo seu retorno,
Muitíssimo obrigado pela atenção e boa semana,
Lino Bocchini
*****
Resposta da Folha:
Caro Lino Bocchini,
A Folha agradece o convite, mas não participará do programa.
Grato,
Vinicius Mota.
Ontem à noite estive com o Raphael Tsavko, o Lino Bocchini e o Mário Bocchini num debate que foi transmitido pelo Twitter pela TV do pessoal do Fora do Eixo. Na ocasião, discutimos o processo que o Lino e o Mário estão sendo vítimas. Eles parodiaram o jornal Folha de S. Paulo e fizeram um blog com o nome de fAlha de S.Paulo. Claro, uma mera piada, típica das sociedades democráticas.
Algo que a Folha costuma fazer na coluna daquele que talvez seja seu melhor colunista, o José Simão.
Mas o jornal processou o Mário e o Lino e por isso o fAlha completou ontem 300 dias fora do ar. Ou seja, a Folha censurou o fAlha e está fazendo o Lino e o Mário gastarem o que não têm para se defenderem.
Algo que mostra como nossos jornais são coerentes com a defesa que fazem da liberdade de imprensa.
E por acaso vocês leram algum texto desses colunistas marrentos que vivem atacando a censura? Daqueles que se esgoelam pra dizer que regulamentação é censura?
Imagina, nesses casos eles viram ladies. Não abrem o bico. Quando o “doutor patrão” tá no meio eles escondem seus “ideais” no meio das pernas.
Mas para o debate de ontem, o Lino enviou um convite a Folha, aos cuidados do jornalista Vinicius Mota. Merece ser lido:
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Vinicius, bom dia.
Escrevo por orientação dos atendentes da Secretaria de Redação, que me passaram seu e-mail e informaram que todo convite para jornalistas ou outros profissionais da Folha participarem de programas e eventos precisam de sua autorização.
Gostaria de convidar um representante da Folha de S.Paulo para participar do programa Desculpe a Nossa Falha, que é transmitido pelo twitter toda quarta-feira à noite. O programa é homônimo do site que mantenho com meu irmão após nosso site original (o Falha de S.Paulo) ter sido cassado pela Justiça a mando da Folha. Fiz um post curto e didático explicando a atração, por conta da edição da semana passada: http://tinyurl.com/3ht6ybm
A ideia geral do programa é dar visibilidade aos diferentes casos de pessoas que sofrem algum tipo de ameaça/perseguição na internet. A maioria dos casos passa pela Justiça, mas há um pouco de tudo, até gente que apanhou por conta de suas postagens. Já entrevistamos, por exemplo, o jornalista Esmael Morais, que acumula mais de R$ 500 mil em multas e é perseguido pelo governador do Paraná. Falamos também com Emílio Gusmão, blogueiro de Ilhéus com 17 processos nas costas abertos pelo poder público municipal por conta de suas denúncias. Essa semana vamos abordar o processo da Folha contra a Falha, aproveitando uma efeméride: exatamente na quarta completamos 300 dias censurados por conta da ação da Folha.
Com o uso da estrutura da casa Fora do Eixo de São Paulo (caso não conheça, recomendo essa reportagem – http://revistatrip.uol.com.br/revista/199/reportagens/ministerio-da-cultura.html), de onde fazemos a transmissão, podemos entrevistar pessoas que não estão no estúdio, recurso que não existe na twitcam convencional. Ou seja, o representante da empresa não precisa ir pessoalmente, o que facilita bastante: basta a pessoa designada estar disponível via Skype no horário combinado.
Achamos muito importante que o jornal faça uso do espaço que estamos abrindo, uma vez que partilhamos do entendimento da Folha de que o chamado “outro lado” é sagrado tem que ser ouvindo sempre. E, nesse programa em específico, certamente algumas pessoas externarão posições contrárias às defendidas pelo jornal.
Por fim, peço desculpas pelo pedido próximo à data do programa, mas sei que você está mais do que acostumado a prazos ainda mais apertados, afinal estamos falando de um veículo diário…
Você pode, por gentileza, confirmar o recebimento deste e-mail?
Aguardo seu retorno,
Muitíssimo obrigado pela atenção e boa semana,
Lino Bocchini
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Resposta da Folha:
Caro Lino Bocchini,
A Folha agradece o convite, mas não participará do programa.
Grato,
Vinicius Mota.
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