domingo, 29 de janeiro de 2012

Patriota defende Cuba e ataca EUA

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, descumpriu o figurino que a mídia conservadora e setores da extrema esquerda tentam lhe impor. Patriota tem sido injustamente atacado como responsável por uma guinada pró-Washington. Pois bem, não creio que, se isso fosse verdade, ele daria as seguintes declarações, conforme consta em matéria publicada hoje no jornal O Globo.
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Nesta sexta-feira, em Davos, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, deixou claro que não haverá manifestações públicas de crítica aos cubanos neste campo, e deu uma alfinetada nos Estados Unidos, quando disse:


— Não é uma situação que nos pareça emergencial em Cuba. Existem outras situações muito preocupantes, inclusive a situação de Guantánamo — disse, em referência à prisão onde os EUA mantêm prisioneiros suspeitos de terrorismo.


(…)


Existem áreas muito interessantes e trabalhamos juntos com Cuba para melhorar a situação de direitos humanos e a situação de populações vulneráveis, como os haitianos. Graças à ação dos médicos cubanos no Haiti, a epidemia de cólera foi controlada.

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Por fim, Patriota recebeu hoje o melhor elogio que um diplomata brasileiro pode receber: foi chamado de anti-americanista pelo Globo. Claro que é uma crítica completamente estúpida. Patriota foi embaixador do Brasil nos EUA justamente por não ser anti-americanista. O que o Globo chama de “viés anti-americanista” é simplesmente independência diplomática, uma postura que todos no mundo, inclusive os EUA, respeitam. Por isso, Obama veio visitar Dilma antes que ela fosse à Washington.

Lembrando: Antonio Patriota é um dos mais brilhantes diplomatas brasileiros e foi chefe de gabinete do ministro Celso Amorim, depois secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores. Patriota foi o segundo homem da chancelaria brasileira durante toda a gestão Lula. Era o braço direito de Amorim. Essa é mais uma informação que nega a tese de “ruptura” em nossa política externa.

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