Por Jorge Américo, da Radioagência NP:
Teve desfecho, no último dia 15 de fevereiro, um processo judicial iniciado em 2010, no qual o jornalista Heraldo Pereira acusava o colega Paulo Henrique Amorim de racismo. Após um acordo de conciliação, Amorim terá de se retratar publicamente por ter usado a expressão “negro de alma branca” para se referir ao repórter da Rede Globo, em um texto publicado no blog Conversa Afiada.
Além da retratação, Amorim doará R$ 30 mil para uma instituição de caridade e retirará do ar o texto que gerou o processo. Em entrevista à Radioagência NP, ele nega que tenha havido condenação judicial, como divulgado pela imprensa, e assegura que Heraldo Pereira reconheceu que não houve conotação racista em sua declaração.
Amorim explica que usou a expressão “negro de alma branca” para designar “os negros que se omitem diante da situação de minoridade e de inferioridade social e econômica da grande maioria da população negra brasileira”. Entre outras análises, Amorim interpreta a ação judicial como “uma reação daqueles que se sentem incomodados com sua postura de combate à tese de que não existe racismo no Brasil”.
Paulo Henrique, há muita especulação sobre o resultado da audiência. O que foi acordado de fato?
Eu estou muito satisfeito com o resultado da audiência porque eu fiz várias concessões com um único objetivo: obter dele a declaração formal, a consideração formal, atestar que a expressão não foi usada nem no sentido ofensivo nem no sentido racista. Eu ganhei o que eu queria. Eu, o Heraldo, os nossos advogados e o juiz assinamos um documento, um termo de conciliação no qual ele reconhece, assina e atesta que eu não usei a expressão no sentido ofensivo nem no sentido racista.
Com que sentido você utilizou a expressão “negro de alma branca”?
Eu utilizei a expressão “negro de alma branca” no sentido de designar aqueles negros que não lutam pelos negros. Os negros que se omitem diante da situação de minoridade e de inferioridade social e econômica da grande maioria da população negra brasileira. São os “negros de alma branca” aqueles que esquecem da escravidão, do legado da escravidão. Esses são os “negros de alma branca”
Isto quer dizer que não houve condenação por racismo?
O que está acontecendo é uma utilização fraudulenta de uma notícia que surgiu originalmente no portal Terra, dizendo que eu tinha sido condenado. Não pode haver condenação numa ação que se encerra com o termo de conciliação. Se o réu e o autor da ação fazem um acordo, não há condenação – por definição.
Como você avalia a cobertura da imprensa, em geral, nos casos envolvendo racismo?
A imprensa cobre o racismo de uma maneira subserviente, de uma maneira leniente e finge que não vê, a tal ponto que o diretor de jornalismo da maior rede de televisão da América Latina escreveu um livro dizendo que nós “não somos racistas” e que é contra as cotas raciais nas universidades porque no Brasil não tem negro, no Brasil tem pardos. Logo, não precisa de cotas para negros. Ele dá o tom ideológico, político, doutrinário, é o guardião da fé dessa instituição.
Então, o alvo da tua crítica foi o diretor de jornalismo da Rede Globo?
Isso é um sentido muito claro do meu texto e o que está sendo julgado não é o fato de eu ser racista ou não. O que está sendo julgado é a minha liberdade de me exprimir para condenar as ideias desse nocivo pensamento que se encerra no livro desse pseudo-antropólogo chamado Ali Kamel. Eu me insurgi foi contra ele, contra esse livro “Não Somos Racistas”, e dei o Heraldo como o exemplo do negro que concorda com essa tese de que não há racismo no Brasil. O que ele [Heraldo] está tentando fazer é utilizar de um artifício, de um malabarismo judicial, provavelmente com o apoio de algum ministro, alguma sumidade, que queira me pegar na calada da noite da Justiça. E isso não vai acontecer.
Teve desfecho, no último dia 15 de fevereiro, um processo judicial iniciado em 2010, no qual o jornalista Heraldo Pereira acusava o colega Paulo Henrique Amorim de racismo. Após um acordo de conciliação, Amorim terá de se retratar publicamente por ter usado a expressão “negro de alma branca” para se referir ao repórter da Rede Globo, em um texto publicado no blog Conversa Afiada.
Além da retratação, Amorim doará R$ 30 mil para uma instituição de caridade e retirará do ar o texto que gerou o processo. Em entrevista à Radioagência NP, ele nega que tenha havido condenação judicial, como divulgado pela imprensa, e assegura que Heraldo Pereira reconheceu que não houve conotação racista em sua declaração.
Amorim explica que usou a expressão “negro de alma branca” para designar “os negros que se omitem diante da situação de minoridade e de inferioridade social e econômica da grande maioria da população negra brasileira”. Entre outras análises, Amorim interpreta a ação judicial como “uma reação daqueles que se sentem incomodados com sua postura de combate à tese de que não existe racismo no Brasil”.
Paulo Henrique, há muita especulação sobre o resultado da audiência. O que foi acordado de fato?
Eu estou muito satisfeito com o resultado da audiência porque eu fiz várias concessões com um único objetivo: obter dele a declaração formal, a consideração formal, atestar que a expressão não foi usada nem no sentido ofensivo nem no sentido racista. Eu ganhei o que eu queria. Eu, o Heraldo, os nossos advogados e o juiz assinamos um documento, um termo de conciliação no qual ele reconhece, assina e atesta que eu não usei a expressão no sentido ofensivo nem no sentido racista.
Com que sentido você utilizou a expressão “negro de alma branca”?
Eu utilizei a expressão “negro de alma branca” no sentido de designar aqueles negros que não lutam pelos negros. Os negros que se omitem diante da situação de minoridade e de inferioridade social e econômica da grande maioria da população negra brasileira. São os “negros de alma branca” aqueles que esquecem da escravidão, do legado da escravidão. Esses são os “negros de alma branca”
Isto quer dizer que não houve condenação por racismo?
O que está acontecendo é uma utilização fraudulenta de uma notícia que surgiu originalmente no portal Terra, dizendo que eu tinha sido condenado. Não pode haver condenação numa ação que se encerra com o termo de conciliação. Se o réu e o autor da ação fazem um acordo, não há condenação – por definição.
Como você avalia a cobertura da imprensa, em geral, nos casos envolvendo racismo?
A imprensa cobre o racismo de uma maneira subserviente, de uma maneira leniente e finge que não vê, a tal ponto que o diretor de jornalismo da maior rede de televisão da América Latina escreveu um livro dizendo que nós “não somos racistas” e que é contra as cotas raciais nas universidades porque no Brasil não tem negro, no Brasil tem pardos. Logo, não precisa de cotas para negros. Ele dá o tom ideológico, político, doutrinário, é o guardião da fé dessa instituição.
Então, o alvo da tua crítica foi o diretor de jornalismo da Rede Globo?
Isso é um sentido muito claro do meu texto e o que está sendo julgado não é o fato de eu ser racista ou não. O que está sendo julgado é a minha liberdade de me exprimir para condenar as ideias desse nocivo pensamento que se encerra no livro desse pseudo-antropólogo chamado Ali Kamel. Eu me insurgi foi contra ele, contra esse livro “Não Somos Racistas”, e dei o Heraldo como o exemplo do negro que concorda com essa tese de que não há racismo no Brasil. O que ele [Heraldo] está tentando fazer é utilizar de um artifício, de um malabarismo judicial, provavelmente com o apoio de algum ministro, alguma sumidade, que queira me pegar na calada da noite da Justiça. E isso não vai acontecer.
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