Por Antônio Mello, em seu blog:
Se verdadeira uma nota publicada na coluna Painel da Folha de ontem, o deputado Miro Teixeira é o ponta de lança de uma estocada da mídia corporativa em defesa da tese de que jornalistas não podem falar na CPI, sob pena de perda da garantia do sigilo da fonte:
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Vacina
O deputado - do partido do Brizola, diga-se - é o mesmo que defendeu a esdrúxula e vencedora tese do fim puro e simples da Lei de Imprensa em 2008 (sem que outra fosse colocada no lugar) e que na época chegou a declarar o seguinte:
“Quem se julga ofendido pela imprensa deveria convocar entrevistas coletivas e disputar espaço no noticiário para se defender”.
Sobre essa inacreditável tese de Miro (já imaginou você, leitor, leitora, convocando uma coletiva para se defender de matéria caluniosa da Veja ou da Rede Globo, por exemplo?) cheguei a escrever aqui Miro Teixeira pensa que todo brasileiro é deputado.
Agora, como o título da nota do Painel informa, Miro lança uma vacina contra possível convocação de jornalistas para falarem à CPI do Cachoeira. Especialmente da Veja, envolvida em reportagens articuladas com Cachoeira e com 200 grampos espetados no inquérito com diálogos entre o diretor da revista Policarpo Junior e o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Mas é inútil. Roberto Civita, presidente da Abril, que publica Veja, é jornalista, mas não exerce a profissão, portanto não tem sigilo a preservar.
Quanto a Policarpo, o caso é diferente. O que interessa não é tanto o que Policarpo venha a dizer, mas o que ele disse nas 200 ligações com Cachoeira. Se forem comprometedoras (o que devem ser, ou já teriam vazado há tempos até pela Veja), Policarpo vai querer falar para se justificar.
É como a nova lei para motoristas infratores. Antes, o bebum se recusava a soprar o bafômetro, direito que lhe assegura a Constituição de não produzir prova contra si. Agora é o contrário. Se há suspeita de que o motorista esteja bêbado, ele tem o direito de solicitar o bafômetro para provar que não está. Portanto, Policarpo não vai pedir para ficar calado, vai "pedir o bafômetro" e implorar para ser ouvido - caso tenha como se defender, lógico.
Quanto ao deputado Miro Teixeira, que vergonha, voltando a suas origens chaguistas, ein, deputado?...
Se dependesse de Miro o Brasil seria privado de um dos momentos grandiosos de nossa TV, o direito de resposta de Leonel Brizola lido por Cid Moreira no Jornal Nacional:
Se verdadeira uma nota publicada na coluna Painel da Folha de ontem, o deputado Miro Teixeira é o ponta de lança de uma estocada da mídia corporativa em defesa da tese de que jornalistas não podem falar na CPI, sob pena de perda da garantia do sigilo da fonte:
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Vacina
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) vai argumentar na CPI, com base no artigo 207 do Código de Processo Penal, que é vedado o depoimento de testemunha que por ofício tenha de manter sigilo, como jornalistas. O PT tenta levar parte da mídia para o foco da investigação. [Fonte]
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O deputado - do partido do Brizola, diga-se - é o mesmo que defendeu a esdrúxula e vencedora tese do fim puro e simples da Lei de Imprensa em 2008 (sem que outra fosse colocada no lugar) e que na época chegou a declarar o seguinte:
“Quem se julga ofendido pela imprensa deveria convocar entrevistas coletivas e disputar espaço no noticiário para se defender”.
Sobre essa inacreditável tese de Miro (já imaginou você, leitor, leitora, convocando uma coletiva para se defender de matéria caluniosa da Veja ou da Rede Globo, por exemplo?) cheguei a escrever aqui Miro Teixeira pensa que todo brasileiro é deputado.
Agora, como o título da nota do Painel informa, Miro lança uma vacina contra possível convocação de jornalistas para falarem à CPI do Cachoeira. Especialmente da Veja, envolvida em reportagens articuladas com Cachoeira e com 200 grampos espetados no inquérito com diálogos entre o diretor da revista Policarpo Junior e o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Mas é inútil. Roberto Civita, presidente da Abril, que publica Veja, é jornalista, mas não exerce a profissão, portanto não tem sigilo a preservar.
Quanto a Policarpo, o caso é diferente. O que interessa não é tanto o que Policarpo venha a dizer, mas o que ele disse nas 200 ligações com Cachoeira. Se forem comprometedoras (o que devem ser, ou já teriam vazado há tempos até pela Veja), Policarpo vai querer falar para se justificar.
É como a nova lei para motoristas infratores. Antes, o bebum se recusava a soprar o bafômetro, direito que lhe assegura a Constituição de não produzir prova contra si. Agora é o contrário. Se há suspeita de que o motorista esteja bêbado, ele tem o direito de solicitar o bafômetro para provar que não está. Portanto, Policarpo não vai pedir para ficar calado, vai "pedir o bafômetro" e implorar para ser ouvido - caso tenha como se defender, lógico.
Quanto ao deputado Miro Teixeira, que vergonha, voltando a suas origens chaguistas, ein, deputado?...
Se dependesse de Miro o Brasil seria privado de um dos momentos grandiosos de nossa TV, o direito de resposta de Leonel Brizola lido por Cid Moreira no Jornal Nacional:
3 comentários:
Com a palavra os leitores do Rio de Janeiro.
É muita sacanagem desse deputado.
Me lembro bem qdo traiu o Chagas Freitas. Agora trai a luta histórica de Leonel Brizola.
Quero que o deputado M Teixeira me explique o que trepresentam 200 telefonemas entre Policarpo e o Cachoeira.
200 telefonemas furos de reportagens, é muito telefonema.
Onde anda o jornalismo investigativo dos blogs sujos, que não mostram um audio sequer ou sua transcrição da conversa.
Quem se habilita a nos fornecer esses diálogos, para vermos a Veja se defender e o seu capo.
Fernando
O que o Brasil mais precisa é o fim das impunidades, e o deputado me vem com essa? Sou jornalista, e acho que se mentir, matar ou roubar devo ser punido com o mesmo rigor usado contra qualquer criminoso. O Policarpo já revelou suas fontes, elas estão gravadas, não há nada que viole direitos na sua convocação à CPMI.
O que ele tem que explicar é como um criminoso afirma que "todos" os furos que ele, Policarpo, assinou, foram-lhe fornecidos por um chefe de quadrilha a quem ele se referia nas matérias como "empresário do ramo de jogos".
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