Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
É muito grave o que fez o Jornal Nacional na noite da última quarta-feira. O telejornal exibiu matéria do repórter Ari Peixoto que relata uma suposta conversa entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff que não resiste a 30 segundos de reflexão. Abaixo, a locução do repórter.
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O ex-presidente [Lula], que está em Brasília, passou boa parte do dia reunido com a presidente Dilma. Eles conversaram reservadamente sobre a CPI. Fontes do Planalto disseram que Lula acredita que a CPI poderia tirar a atenção sobre o julgamento do mensalão, previsto para os próximos meses. Já a presidente Dilma teria sido bem clara: funcionário do governo que aparecer em gravações será demitido.
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Supondo, por um minuto, que fosse verdade, o que se depreende é que a conversa que o repórter diz “reservada” não foi tão reservada assim, pois as tais “fontes”, para quem acredita nesse conto, logo após presenciarem a conversa foram imediatamente até ele e lhe contaram tudo.
E não fica só nisso: essas “fontes” teriam contado ao diligente repórter global que Lula fez à sucessora uma proposta, no mínimo, indecorosa: usar uma investigação tão séria para acobertar corruptos do partido de ambos.
A suposta resposta da presidente é ainda mais inverossímil. Diante de uma proposta tão absurda, ela teria se negado a se envolver na maracutaia e ainda teria dito que bastaria que nome de algum seu auxiliar aparecesse nas gravações da Operação Monte Carlo para o flagrado ser sumariamente demitido.
É outro absurdo. Um auxiliar da presidente já teve seu nome citado nas gravações e não foi demitido. Trata-se do subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Olavo Noleto (PT). Ele não foi demitido porque a menção ao seu nome não o compromete.
É óbvio que, dependendo de como o nome de algum auxiliar de Dilma aparecesse naquelas gravações, teria que ser demitido mesmo. Mas não se a menção fosse inconclusiva. É óbvio que a presidente não demitiria alguém só por seu nome ter sido citado.
Qualquer pessoa com a mínima capacidade de raciocínio logo se dá conta de que funcionários do governo, ainda mais do Palácio do Planalto, jamais difamariam o padrinho político de Dilma para a imprensa. Se ocorresse, é evidente que ela buscaria descobrir quem foi e, aí sim, demitiria.
A conduta da Globo de inventar uma história como essa e colocá-la em seu principal noticiário permite inferir que a emissora está enviando um recado ao governo e ao PT de que está disposta a tudo caso a relação da imprensa com Cachoeira seja levantada pela CPI.
Quem perde mais com essa farsa certamente é Dilma, que a mesma reportagem sugerira, pouco antes, que quereria restringir a investigação. E que estaria claramente se indispondo com aquele que a elegeu, o que uma sociedade que nutre tanta admiração por Lula certamente entenderá como traição, caso acredite na história.
A Globo já cometeu muitas barbaridades, mas poucas iguais a essa da edição de quarta-feira do seu Jornal Nacional. E o pior é que parece pouco provável que a presidente da República providencie algum desmentido. Deve ficar por isso mesmo, o que incentivará novas e piores manobras.
É muito grave o que fez o Jornal Nacional na noite da última quarta-feira. O telejornal exibiu matéria do repórter Ari Peixoto que relata uma suposta conversa entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff que não resiste a 30 segundos de reflexão. Abaixo, a locução do repórter.
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O ex-presidente [Lula], que está em Brasília, passou boa parte do dia reunido com a presidente Dilma. Eles conversaram reservadamente sobre a CPI. Fontes do Planalto disseram que Lula acredita que a CPI poderia tirar a atenção sobre o julgamento do mensalão, previsto para os próximos meses. Já a presidente Dilma teria sido bem clara: funcionário do governo que aparecer em gravações será demitido.
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Supondo, por um minuto, que fosse verdade, o que se depreende é que a conversa que o repórter diz “reservada” não foi tão reservada assim, pois as tais “fontes”, para quem acredita nesse conto, logo após presenciarem a conversa foram imediatamente até ele e lhe contaram tudo.
E não fica só nisso: essas “fontes” teriam contado ao diligente repórter global que Lula fez à sucessora uma proposta, no mínimo, indecorosa: usar uma investigação tão séria para acobertar corruptos do partido de ambos.
A suposta resposta da presidente é ainda mais inverossímil. Diante de uma proposta tão absurda, ela teria se negado a se envolver na maracutaia e ainda teria dito que bastaria que nome de algum seu auxiliar aparecesse nas gravações da Operação Monte Carlo para o flagrado ser sumariamente demitido.
É outro absurdo. Um auxiliar da presidente já teve seu nome citado nas gravações e não foi demitido. Trata-se do subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Olavo Noleto (PT). Ele não foi demitido porque a menção ao seu nome não o compromete.
É óbvio que, dependendo de como o nome de algum auxiliar de Dilma aparecesse naquelas gravações, teria que ser demitido mesmo. Mas não se a menção fosse inconclusiva. É óbvio que a presidente não demitiria alguém só por seu nome ter sido citado.
Qualquer pessoa com a mínima capacidade de raciocínio logo se dá conta de que funcionários do governo, ainda mais do Palácio do Planalto, jamais difamariam o padrinho político de Dilma para a imprensa. Se ocorresse, é evidente que ela buscaria descobrir quem foi e, aí sim, demitiria.
A conduta da Globo de inventar uma história como essa e colocá-la em seu principal noticiário permite inferir que a emissora está enviando um recado ao governo e ao PT de que está disposta a tudo caso a relação da imprensa com Cachoeira seja levantada pela CPI.
Quem perde mais com essa farsa certamente é Dilma, que a mesma reportagem sugerira, pouco antes, que quereria restringir a investigação. E que estaria claramente se indispondo com aquele que a elegeu, o que uma sociedade que nutre tanta admiração por Lula certamente entenderá como traição, caso acredite na história.
A Globo já cometeu muitas barbaridades, mas poucas iguais a essa da edição de quarta-feira do seu Jornal Nacional. E o pior é que parece pouco provável que a presidente da República providencie algum desmentido. Deve ficar por isso mesmo, o que incentivará novas e piores manobras.
3 comentários:
Dilma fraca!
O velho e asqueroso desejo da velha e asquerosa mídia em transformar a vida brasileira em uma imensa novela e calro, ter em mãos o controle para escrever os capítulos futuros.
Caro Miro,
quem acompanha a corbetura do PIG sobre o Caso Cachoeira-Demostenes não tem dúvida: ele não existe - trata-se de um plano diabólico do Lula para derrubar Dilma. Na verdade, as gravações são o próprio Lula se passando pelos dois (Cachoeira-Demostenes) para prejudficar o Governo Dilma, que ele quer derrubar. Até hoje estou surpreso que o PIG não tenha acusado Lula como mentor intelectual do "Massacre de Realengo". Seja sincero: voce não acha que foi o Lula?
Tenho certeza: PIG acha.
Leo Mendes Filho
(Parauapebas/PA)
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