Por José Dirceu, em seu blog:
Quem lê o jornalão dos Marinho precisa fazê-lo com muita atenção para não ficar com uma versão muito parcial – e enganadora – dos fatos. Vejam o título da reportagem com chamada de capa da edição de O Globo de domingo (12.8): "Dinheiro de estrangeiro sai do país". Dá a entender que as contas do país não vão bem. Inclusive com um destaque, agora já na parte interna do jornal, de um “estrategista-chefe” de investimento da empresa gestora do Banco de Nova York, criticando a “mudança de regra” quando o Banco Central passou a intervir no câmbio, o que teria contribuído para afugentar os tais dos investidores externos.
O que esperava o “estrategista-chefe” do banco norte-americano? Que o governo ficasse assistindo impassível o esfacelamento da indústria brasileira, para que os especuladores globais continuassem lucrando alto aqui?
É isso. No final das contas fica claro que o que está saindo ou deixando de vir para o país é o capital especulativo. Os juros caíram e o governo tomou medidas para controlar a entrada de capitais. O Investimento Estrangeiro Direto (IDE) e o crédito estão dentro do razoável, levando-se em conta a crise de crédito na Europa e no mundo. Nada que afete nossas contas externas, como os números comprovam.
Mas os Marinho têm que fazer oposição ao Brasil, não apenas ao governo Dilma. Para eles, parece que o país não pode dar certo, senão o PT fica com os louros... Leiam o que segue e vejam se não é disso que se trata.
Especuladores deixam Brasil rumo ao México e à Turquia
A matéria afirma que, com o PIB brasileiro fraco e as intervenções do governo na economia para fazer frente à crise global os investimentos estrangeiros na Bolsa e em títulos públicos e de empresas privadas caíram 40% este ano (se comparados com 2011), recuando US$ 5 bi. Os recursos migram para o México e a Turquia, de acordo com O Globo.
Só no final do texto, que ocupa uma página inteira, aparece a informação importante: apesar da queda em alguns fluxos, as contas externas do país estão em situação tranquila por causa do IED, destinado à atividade produtiva, diz o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha.
Apesar de ter havido queda na entrada desses recursos no Brasil, de 8,5%, quando se compara os primeiros semestre deste ano com o ano passado, no BC a avaliação é que muitas das mudanças no fluxo de entrada de divisas no país são fruto da vontade do próprio governo, que mudou a legislação, justamente com o objetivo de diminuir a entrada do capital especulativo e favorecer o IED. “Não há nenhum relato de empresas sem acesso ao mercado internacional”, garante Fernando Rocha.
A entrada de Investimento Estrangeiro Direto por enquanto foi de US$ 29,7 bi. No entanto, há fontes do mercado que dizem que o volume até o final do ano de IED pode superar a expectativa do BC, de US$ 50 bilhões.
Com a crise no tamanho em que está, não dá para ninguém dizer que está tudo bem. Por isso o governo afirma que a atração de recursos externos está longe de ser tranquila. Mas não se compara com a que o país viveu há quatro anos, quando a crise internacional imobilizou o mercado mundial e estancou os financiamentos para empresa.
De acordo com fontes da equipe econômica, as companhias instaladas no país se capitalizaram e fizeram uma programação mais conservadora, que lhes deu mais autonomia em relação aos capitais internacionais.
Mas, voltando ao ânimo dos Marinho em relação ao Brasil e à fuga do capital especulativo, o pior é que a informação não reflete o que acontece com os investidores externos em seu conjunto. Basta ler outra reportagem, esta publicada hoje (13.8) no Valor – que por sinal pertence em 50% também à família Marinho – que tem o título apontando na direção inversa do que diz O Globo: “Brasil volta a atrair gestores globais” (leia a nota “Para Valor, Brasil volta a atrair gestores globais”).
Quem lê o jornalão dos Marinho precisa fazê-lo com muita atenção para não ficar com uma versão muito parcial – e enganadora – dos fatos. Vejam o título da reportagem com chamada de capa da edição de O Globo de domingo (12.8): "Dinheiro de estrangeiro sai do país". Dá a entender que as contas do país não vão bem. Inclusive com um destaque, agora já na parte interna do jornal, de um “estrategista-chefe” de investimento da empresa gestora do Banco de Nova York, criticando a “mudança de regra” quando o Banco Central passou a intervir no câmbio, o que teria contribuído para afugentar os tais dos investidores externos.
O que esperava o “estrategista-chefe” do banco norte-americano? Que o governo ficasse assistindo impassível o esfacelamento da indústria brasileira, para que os especuladores globais continuassem lucrando alto aqui?
É isso. No final das contas fica claro que o que está saindo ou deixando de vir para o país é o capital especulativo. Os juros caíram e o governo tomou medidas para controlar a entrada de capitais. O Investimento Estrangeiro Direto (IDE) e o crédito estão dentro do razoável, levando-se em conta a crise de crédito na Europa e no mundo. Nada que afete nossas contas externas, como os números comprovam.
Mas os Marinho têm que fazer oposição ao Brasil, não apenas ao governo Dilma. Para eles, parece que o país não pode dar certo, senão o PT fica com os louros... Leiam o que segue e vejam se não é disso que se trata.
Especuladores deixam Brasil rumo ao México e à Turquia
A matéria afirma que, com o PIB brasileiro fraco e as intervenções do governo na economia para fazer frente à crise global os investimentos estrangeiros na Bolsa e em títulos públicos e de empresas privadas caíram 40% este ano (se comparados com 2011), recuando US$ 5 bi. Os recursos migram para o México e a Turquia, de acordo com O Globo.
Só no final do texto, que ocupa uma página inteira, aparece a informação importante: apesar da queda em alguns fluxos, as contas externas do país estão em situação tranquila por causa do IED, destinado à atividade produtiva, diz o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha.
Apesar de ter havido queda na entrada desses recursos no Brasil, de 8,5%, quando se compara os primeiros semestre deste ano com o ano passado, no BC a avaliação é que muitas das mudanças no fluxo de entrada de divisas no país são fruto da vontade do próprio governo, que mudou a legislação, justamente com o objetivo de diminuir a entrada do capital especulativo e favorecer o IED. “Não há nenhum relato de empresas sem acesso ao mercado internacional”, garante Fernando Rocha.
A entrada de Investimento Estrangeiro Direto por enquanto foi de US$ 29,7 bi. No entanto, há fontes do mercado que dizem que o volume até o final do ano de IED pode superar a expectativa do BC, de US$ 50 bilhões.
Com a crise no tamanho em que está, não dá para ninguém dizer que está tudo bem. Por isso o governo afirma que a atração de recursos externos está longe de ser tranquila. Mas não se compara com a que o país viveu há quatro anos, quando a crise internacional imobilizou o mercado mundial e estancou os financiamentos para empresa.
De acordo com fontes da equipe econômica, as companhias instaladas no país se capitalizaram e fizeram uma programação mais conservadora, que lhes deu mais autonomia em relação aos capitais internacionais.
Mas, voltando ao ânimo dos Marinho em relação ao Brasil e à fuga do capital especulativo, o pior é que a informação não reflete o que acontece com os investidores externos em seu conjunto. Basta ler outra reportagem, esta publicada hoje (13.8) no Valor – que por sinal pertence em 50% também à família Marinho – que tem o título apontando na direção inversa do que diz O Globo: “Brasil volta a atrair gestores globais” (leia a nota “Para Valor, Brasil volta a atrair gestores globais”).
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