Por Altamiro Borges
O projeto de lei tinha sido aprovado na Assembleia
Legislativa de São Paulo em dezembro passado, com o apoio de entidades de defesa
do consumidor e dos direitos das crianças. Ele proibia a propaganda nas
emissoras de rádio e tevê de produtos nocivos à saúde entre 6 e 21 horas. Ele
também vetava o uso de celebridades na publicidade infantil. Outro projeto, também
em tramitação na Alesp, impede o uso de brinquedos promocionais, a distribuição
de brindes e a venda casada de lanches em restaurantes e lanchonetes.
Sempre com a desculpa esfarrapada da defesa do “livre mercado”, o governador Geraldo Alckmin vetou na semana passada o projeto de
lei de autoria do deputado Rui Falcão (PT) que regulamentava a publicidade dirigida
às crianças e adolescentes de alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com
alto teor de açúcar, gordura saturada ou sódio. Na prática, como afirmou o
parlamentar petista, o tucano “se rendeu aos interesses das indústrias em vez
de combater o consumo de alimentos prejudiciais à saúde das crianças”.
Dados do IBGE comprovam que 30% das crianças brasileiras
apresentam sobrepeso e 15% delas já são obesas. Já segundo uma recente pesquisa
do Datafolha, quase 80% dos pais acredita que a publicidade de alimentos não
saudáveis prejudica os hábitos alimentares de seus filhos e 76% são favoráveis
a algum tipo de restrição à publicidade direcionada para crianças. Mesmo assim,
o governador tucano preferiu garantir os lucros das empresas anunciantes, das
agências de publicidade e dos donos dos veículos de comunicação.
Não é para menos que a mídia “privada” – tão preocupada com
a saúde dos brasileiros – evitou criticar o veto. Alguns, mais caraduras, até
elogiaram o tucano. O Estadão, por exemplo, publicou editorial em 4 de
fevereiro, intitulado “Iniciativa sensata”, parabenizando Alckmin. Para o
jornalão, a discussão sobre a publicidade infantil “não é nova e tem sido
influenciada por argumentos políticos e ideológicos”. O projeto de lei do
deputado Rui Falcão, segundo o jornalão, era demagógico e visava “desgastar o
governador”.
“O consumo de alimentos industrializados com alto teor de
sal, açúcar e gordura é um hábito da população. Em vez de tentar mudá-lo por
meio de campanhas educativas, partidos de esquerda e movimentos sociais
defendem a intervenção estatal na iniciativa privada, especialmente nas
atividades de marketing e publicidade. Ao vetar uma lei estadual
inconstitucional e concebida com indisfarçável viés político e ideológico, que
considera os pais incapazes de proteger seus filhos e autoriza o Estado a
intervir na vida privada das famílias, Alckmin agiu com sensatez”, conclui o
diário da famiglia Mesquita.
Na prática, por omissão ou pressão, a mídia privada agiu em
favor do veto. Ela se juntou à Associação Nacional de Anunciantes, ligada às
agências de publicidade, que anunciou no final do ano que ingressaria com uma ação
de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), caso a lei fosse
sancionada pelo governador. A Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão
(Abert) também questionou o projeto aprovado pela Assembléia Legislativa.
O tucano Geraldo Alckmin apenas se rendeu ao interesse do capital!
4 comentários:
Pois é! O Brasil não pode ficar atrás dos Estados Unidos: selá há uma superprodução de crianças superobesas, por que ficaríamos atrás? Sempre disseram que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasi, nào é? Então!
o chuchuzinho, nosso governador já sabe que não se reelege, apesar de ser um santo homem.
aproveitará o fim do mandato para fazer a política do seu grupo social.
os seus aposentos já estão reservados na caverna do ostracismo.
se o candidato do pt for mantega a oposição leva no primeiro turno.
emerson57
Olá! Fico indignada com muitas coisas que o nosso governador faz. Há um documentário excelente, lançado em novembro de 2012, o qual está me ajudando muito, e utilizarei em minhas aulas, que vale a pena vocês verem, pois tem muito a ver com o que foi dito acima. O no me dele é Muito além do peso.
http://www.muitoalemdopeso.com.br/
Temos que agir pra fazer a diferença, reverter a situação com urgência.
Nunca duvidei do perfil assassino do governador.
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