Realiza-se neste final de semana, em Porto Alegre o Fórum pela Paz na Colômbia, uma iniciativa de organizações dos movimentos sociais brasileiros, colombianos e latino-americanos para respaldar os esforços que estão sendo feitos por um diálogo político de alto nível e uma paz justa na Colômbia, que ponha fim ao conflito armado que já dura mais de 50 anos. Desde o mês de novembro do ano passado, o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) realizam uma mesa de diálogos em Cuba com este objetivo.
O objetivo do evento é apoiar o processo de paz com justiça social e participação popular.
Como afirmou Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz, “este fórum é muito importante para que as forças populares do Brasil e dos países irmãos falem em uma só voz que queremos paz, que apoiamos o processo de diálogo para a paz com justiça social, paz com soberania na Colômbia, que apoiamos as propostas das forças populares. (…) Para a integração latino-americana é fundamental a paz na Colômbia, porque a integração se dá em países soberanos e a Colômbia, até hoje, não encontrou o caminho da soberania. (...) A Colômbia é, na América Latina, o principal teatro de operações do imperialismo estadunidense. Ali, os EUA têm suas principais bases, que cercam os países vizinhos".
O diálogo pela paz na Colômbia é um fato alvissareiro. E o Fórum que se realiza em nosso país para apoiá-lo, uma iniciativa feliz. A paz na Colômbia é uma das principais reivindicações dos movimentos populares, democráticos, patrióticos e anti-imperialistas da América Latina, interessa a todas as forças democráticas, patrióticas e amantes da paz.
É uma oportunidade que não deve ser desperdiçada, como foram as demais iniciativas de diálogo e paz tomadas pela guerrilha, que fracassaram devido à violência de setores do Estado colombiano.
As Farc existem na Colômbia desde 1964. Ao longo destes quase 50 anos, têm sido uma organização política insurgente que não pode ser ignorada pelos demais atores políticos nacionais e em nível regional. Apesar dos anátemas com que a organização é tratada, pela direita e por setores equivocados da esquerda, é um partido político e um movimento social insurgente e armado, um exército guerrilheiro com ideologia e programa político, implantado entre populações camponesas e indígenas, em setores urbanos, no seio da intelectualidade e dos trabalhadores.
Hoje, o ambiente político e social na Colômbia tornou-se mais propício à evolução dos diálogos e tratativas encaminhadas no sentido da paz. É positiva a predisposição do governo do presidente Santos ao diálogo.
Também é fenômeno a ser saudado o desenvolvimento de movimentos de caráter político e social, como a Marcha Patriótica, o que igualmente faz parte desse novo ambiente.
A Marcha Patriótica é um movimento composto por organizações sociais, políticas, movimentos populares, além de personalidades democráticas que lutam contra o regime oligárquico e o imperialismo. Tem por objetivo a união e a mobilização do povo em torno de metas democráticas e patrióticas.
O anúncio do diálogo e das negociações de paz entre o governo colombiano e a organização política e insurgente Farc, assim como a emergência da marcha Patriótica, são fatos novos da maior significação política, em linha com as profundas mudanças em curso na América Latina.
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