Por Renato Rabelo, em seu blog:
Alguém acha que o sistema de oposição no Brasil e seus amplos aparelhos na mídia e no próprio Estado iria assistir de camarote o governo quebrando paradigmas, entre eles os da própria política monetária? Iria ficar de braços cruzados vendo a presidenta da República - em cadeia nacional de TV e rádio - vir a público anunciar amplas reduções nas tarifas de energia e nos preços dos produtos da cesta básica, demonstrando como a oposição quase destruiu o país enquanto esteve à frente do governo? O status quo determinado por uma base material assentada na troca da inflação pela dívida pública seria ameaçado sem reação, sem aguçar contradições?
Alguém acha que o sistema de oposição no Brasil e seus amplos aparelhos na mídia e no próprio Estado iria assistir de camarote o governo quebrando paradigmas, entre eles os da própria política monetária? Iria ficar de braços cruzados vendo a presidenta da República - em cadeia nacional de TV e rádio - vir a público anunciar amplas reduções nas tarifas de energia e nos preços dos produtos da cesta básica, demonstrando como a oposição quase destruiu o país enquanto esteve à frente do governo? O status quo determinado por uma base material assentada na troca da inflação pela dívida pública seria ameaçado sem reação, sem aguçar contradições?
Seria uma ilusão política imperdoável imaginar o contrário. Simplesmente pelo fato de o poder estabelecido estar utilizando a seu favor a própria institucionalidade criada por ele mesmo, notadamente a chamada troca do longo prazo pelo curto prazo. Estabilidade monetária como política de Estado e combate à inflação via juros como modus operandi. O círculo oposicionista joga pesado com os desequilíbrios criados pelo início de transição para uma política monetária desenvolvimentista e expansionista.
Uma transição desta envergadura, para obter êxito, deve contar com o médio e longo prazo diante das trepidações causadas por uma expansão da demanda e pelo escancaramento de um perverso modelo voltado ao consumo de alguns em detrimento das necessidades das mais amplas massas populares. A solução pela amplificação dos investimentos produtivos e de viabilização de novas cadeias produtivas é o instrumento de harmonia – no médio e longo prazo – entre oferta e demanda.
A inflação é a contradição inerente ao processo de aprofundamento da mudança de modelo. Mudança tal que se expressou em campanhas oposicionistas contra a Petrobras, a Eletrobrás e o “aumento do intervencionismo estatal”. A demanda por alimentos e seu respectivo encarecimento é a base objetiva para a criação de crises numa trama que se reproduz como uma cadeia produtiva industrial capaz de engendrar um clima em que a nossa moeda passe a ser vítima de um ataque especulativo.
A divulgação de opiniões das famigeradas “agências de risco”, inflação em alta, é a história se repetindo como tragédia e como farsa. O mesmo enredo das vésperas das eleições de 2002. A mesma farsa como condição objetiva para a volta ao programa econômico neoliberal, com os nomes indicados por eles e, se possível, com taxa de juros chegando a dois dígitos e remunerando o passe daqueles que creem terem sido ungidos pelos céus ao poder em nosso país. Eles tentam fabricar a crise e dão a solução à moda de seus próprios interesses. É assim que as coisas funcionam no raciocínio do sistema de oposição.
O Brasil vive com força o florescer de uma grande contradição entre o governo — nucleado por forças democráticas e militantes pelo desenvolvimento – e a oposição das forças conservadoras e retrógradas, que detêm boa parte do domínio financeiro e econômico e que de fato utiliza amplamente de seus poderosos instrumentos, desde o poder da mídia em formar opinião e criar crises até um judiciário que se comporta como um instrumento conservador de manutenção do atual estado de coisas. Publicam manchetes desonestas em que a capa da publicação sublinha em negrito a “queda de popularidade de Dilma” enquanto o conteúdo da matéria nega o próprio título. Não dão a mesma atenção a pesquisas de intenção onde a verdadeira popularidade da presidenta é explicitada sob forma de vitória em primeiro turno – quase acachapante – contra qualquer candidato, em qualquer cenário.
A popularidade da presidenta tira o sono deles. Porém, nosso campo político demanda por meios eficazes de enfrentamento desta campanha antinacional e perversa. O momento é de aprofundar mudanças e não estancá-las ao ponto da apostasia, da regressão e mesmo da capitulação diante de chantagens. Utilizam-se da economia para nos proscrever, nos desmoralizar. Utilizemo-nos de nossa capacidade política. Temos um país a ganhar e um futuro a construir.
2 comentários:
"Utilizemos nossa capacidade política." Será que isso inclui pronunciamentos de políticos do PT, e da base de sustentação do governo para responder às infâmias que são ditas por políticos da oposição; ou aos jornalões do Partido da Imprensa golpista? Não vejo nada nesse sentido ocorrendo nas Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais, Câmara Federal ou Senado... De toda forma essa oposição fajuta se ganhar, vai ser no "tapetão", com a ajuda do Barbosão...
Não sou da oposição, mas não da para não criticar as privatizações, entrega do pré-sal, através dos leilões, desnacionalização de nossa indústria, falta de investimentos públicos, como se o privado fará alguma coisa, sem o público, só idiota acha e acredita nisso, privilégio a banca em detrimento do setor produtivo, BNDES financiando multinacionais e trustes estrangeiros e por ai vai...........
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