Por José Dirceu, em seu blog:
Não há como não condenar e denunciar a repressão às manifestações do Movimento Passe Livre. Isso não significa em hipótese alguma concordar ou apoiar a violência de determinados manifestantes ou grupos políticos que participam dos atos, ou mesmo com a proposta de tarifa zero, o chamado passe livre.
Mas o que aconteceu ontem em São Paulo não pode ser aceito. Não podemos nos silenciar ou, pior, apoiar. Temos que denunciar.
Suspeito que a Polícia Militar tenha provocado ontem o desfecho a que assistimos pela TV ao vivo durante horas. Suspeito que o objetivo seja político, para encobrir o total fracasso do governo do Estado na área de segurança e colocar na agenda de novo que a repressão pura e simples resolve problemas sociais e/ou mesmo de segurança pública.
A PM reagiu com forte violência à quarta manifestação do MPL na cidade, principalmente na região da rua da Consolação, por volta das 19h. Mais de 200 pessoas foram detidas. Dezenas foram feridas com balas de borracha, incluindo jornalistas que estavam trabalhando no local e pessoas que não participavam do ato.
É preciso negociar
O transporte público em São Paulo é ruim e precisa melhorar. A tarifa já é subsidiada e já temos o passe livre para idosos e tarifa especial para estudantes. Precisa urgentemente melhorar, e muito. Por isso mesmo, as manifestações são justas e um direito democrático garantido, sem a violência, que deve ser evitada sem uma violência maior da polícia.
É preciso negociar com o MPL. Quem deve tomar a iniciativa é o prefeito da cidade, Fernando Haddad. Dialogar e envolver toda a cidade e entidades organizadas no debate e na busca de saídas para a situação do transporte e para a questão específica do preço da passagem. E mais do que isso: aproveitar para discutir a gravíssima situação da segurança pública e a atuação inaceitável da Polícia Militar e do governo do Estado.
Abaixo, eu chamo vocês para lerem uma série de comentários que recebi para ilustrar e apoiar minha posição, que até ontem tinha sido de desconfiança e mesmo antipatia com o movimento, pelos brotes de violência desnecessária – sem, no entanto, ser cúmplice com a repressão policial que conhecemos, sempre descabida, típica da concepção da PM que sobreviveu à ditadura.
Hoje me coloco frontalmente contra a repressão e espero que o movimento se reorganize e pacificamente lute e conquiste um transporte melhor para os trabalhadores da nossa São Paulo. Mas sem violência, já que ela está mais do que presente no nosso dia a dia de forma cada vez mais trágica e generalizada sem que o governo do Estado encontre uma nova política de segurança, a exemplo de tantas cidades no mundo.
Leiam abaixo a série de comentários que recebi:
A tragédia da política - Blog sem governo
“Folha” e “Estadão” pediram ordem: Geraldo Alckmin atendeu – Por Rodrigo Viana
A PM começou a batalha na Maria Antônia - Elio Gaspari
O que o MPL está dizendo ao PT - Paulo Nogueira
A resposta é mais democracia - Saul Leblon
E aqui um comentário de Antonio Celso Ferreira no Facebook:
Saí para comer um lanche e ver as manifestações. O que presenciei é alucinante. Grupos de jovens que se dispersam e se reagrupam, desarmados, com a polícia no seu encalço. Polícia? Tropa de choque, cavalaria, agentes da repressão por todos os lados. Bombas de gás estouram em todas as esquinas. Milhares de pessoas que saiam do trabalho sofrem a mesma violência da polícia fascista de Alckmin. E todos, quase todos, comentam pelas ruas que a repressão é absolutamente desproporcional ao movimento. Nada justifica. São Paulo é uma praça de guerra. E o movimento não vai parar, longe disso. A revolta somada ao sentimento de orgulho dos manifestantes indicam que isso é só um começo. São estudantes do ensino público e privado, das faculdades particulares e das estaduais, professores categoria O (encontrei vários ex-alunos de Assis), e todos os outros para os quais o futuro é viver de bicos terceirizados. Essa é a base social do movimento, abandonada, infelizmente não só pelo PSDB (como já sabíamos) como também pelo PT, que se transformou num partido de covardes. Será que eles acreditam que nos contentarão com a Copa do Mundo, as Olimpíadas, o capitalismo pífio que gerenciam, bolsas assistenciais, enquanto se aliam aos interesses escusos dos ruralistas, dos evangélicos, dos banqueiros? Nada mais podemos esperar desses governos, tanto o estadual quanto o federal. Vi diversas cenas de populares não envolvidos com a manifestação, indignados e gritando contra a violência policial. Os governos estão sendo desmascarados. Essa forma de poder - que já não mais existe porque os governantes são apenas técnicos e capachos do capetalismo alucinado em crise - não mais se sustenta. Alguma declaração de Haddad? Alguma declaração de Dilma? De Alckmin, já sabíamos, nad a temos a esperar a não ser a truculência. As manifestações continuarão, tenho certeza. Os jovens estão aprendendo a protestar e não temem mais a polícia nem os governos. Sabem que não são confiáveis. O mundo mudou e continuará mudando. Salve os movimentos sociais!
Mas o que aconteceu ontem em São Paulo não pode ser aceito. Não podemos nos silenciar ou, pior, apoiar. Temos que denunciar.
Suspeito que a Polícia Militar tenha provocado ontem o desfecho a que assistimos pela TV ao vivo durante horas. Suspeito que o objetivo seja político, para encobrir o total fracasso do governo do Estado na área de segurança e colocar na agenda de novo que a repressão pura e simples resolve problemas sociais e/ou mesmo de segurança pública.
A PM reagiu com forte violência à quarta manifestação do MPL na cidade, principalmente na região da rua da Consolação, por volta das 19h. Mais de 200 pessoas foram detidas. Dezenas foram feridas com balas de borracha, incluindo jornalistas que estavam trabalhando no local e pessoas que não participavam do ato.
É preciso negociar
O transporte público em São Paulo é ruim e precisa melhorar. A tarifa já é subsidiada e já temos o passe livre para idosos e tarifa especial para estudantes. Precisa urgentemente melhorar, e muito. Por isso mesmo, as manifestações são justas e um direito democrático garantido, sem a violência, que deve ser evitada sem uma violência maior da polícia.
É preciso negociar com o MPL. Quem deve tomar a iniciativa é o prefeito da cidade, Fernando Haddad. Dialogar e envolver toda a cidade e entidades organizadas no debate e na busca de saídas para a situação do transporte e para a questão específica do preço da passagem. E mais do que isso: aproveitar para discutir a gravíssima situação da segurança pública e a atuação inaceitável da Polícia Militar e do governo do Estado.
Abaixo, eu chamo vocês para lerem uma série de comentários que recebi para ilustrar e apoiar minha posição, que até ontem tinha sido de desconfiança e mesmo antipatia com o movimento, pelos brotes de violência desnecessária – sem, no entanto, ser cúmplice com a repressão policial que conhecemos, sempre descabida, típica da concepção da PM que sobreviveu à ditadura.
Hoje me coloco frontalmente contra a repressão e espero que o movimento se reorganize e pacificamente lute e conquiste um transporte melhor para os trabalhadores da nossa São Paulo. Mas sem violência, já que ela está mais do que presente no nosso dia a dia de forma cada vez mais trágica e generalizada sem que o governo do Estado encontre uma nova política de segurança, a exemplo de tantas cidades no mundo.
Leiam abaixo a série de comentários que recebi:
A tragédia da política - Blog sem governo
“Folha” e “Estadão” pediram ordem: Geraldo Alckmin atendeu – Por Rodrigo Viana
A PM começou a batalha na Maria Antônia - Elio Gaspari
O que o MPL está dizendo ao PT - Paulo Nogueira
A resposta é mais democracia - Saul Leblon
E aqui um comentário de Antonio Celso Ferreira no Facebook:
Saí para comer um lanche e ver as manifestações. O que presenciei é alucinante. Grupos de jovens que se dispersam e se reagrupam, desarmados, com a polícia no seu encalço. Polícia? Tropa de choque, cavalaria, agentes da repressão por todos os lados. Bombas de gás estouram em todas as esquinas. Milhares de pessoas que saiam do trabalho sofrem a mesma violência da polícia fascista de Alckmin. E todos, quase todos, comentam pelas ruas que a repressão é absolutamente desproporcional ao movimento. Nada justifica. São Paulo é uma praça de guerra. E o movimento não vai parar, longe disso. A revolta somada ao sentimento de orgulho dos manifestantes indicam que isso é só um começo. São estudantes do ensino público e privado, das faculdades particulares e das estaduais, professores categoria O (encontrei vários ex-alunos de Assis), e todos os outros para os quais o futuro é viver de bicos terceirizados. Essa é a base social do movimento, abandonada, infelizmente não só pelo PSDB (como já sabíamos) como também pelo PT, que se transformou num partido de covardes. Será que eles acreditam que nos contentarão com a Copa do Mundo, as Olimpíadas, o capitalismo pífio que gerenciam, bolsas assistenciais, enquanto se aliam aos interesses escusos dos ruralistas, dos evangélicos, dos banqueiros? Nada mais podemos esperar desses governos, tanto o estadual quanto o federal. Vi diversas cenas de populares não envolvidos com a manifestação, indignados e gritando contra a violência policial. Os governos estão sendo desmascarados. Essa forma de poder - que já não mais existe porque os governantes são apenas técnicos e capachos do capetalismo alucinado em crise - não mais se sustenta. Alguma declaração de Haddad? Alguma declaração de Dilma? De Alckmin, já sabíamos, nad a temos a esperar a não ser a truculência. As manifestações continuarão, tenho certeza. Os jovens estão aprendendo a protestar e não temem mais a polícia nem os governos. Sabem que não são confiáveis. O mundo mudou e continuará mudando. Salve os movimentos sociais!
2 comentários:
São Paulo é o principal polo reacionário do Brasil. Trata-se de reacionarismo institucionalizado, que vem de longe, sustentado por uma mídia regional tendenciosa politicamente, e que tem lamentavelmente convencido o Povo Paulista (como mostram certas pesquisas).
Hoje, o cerne do reacionarismo paulista está incrustado no governo do estado, e, do ponto de vista político, o principal propósito da esquerda é claramente o de superar o cancro reacionário que toma o estado.
Por isto, é de espantar a insensibilidade de Haddad neste episódio das passeatas de protesto contra o aumento dos ônibus: não é hora de ficar ao lado de Alckmin, de forma alguma, na repressão contra os estudantes. É preciso que fique claro para a opinião pública paulista e brasileira que a esquerda dialoga com movimentos sociais, respeitando-os. Haddad pode ser contraponto de Alckmin, mas está a perder janela de oportunidade importante. A gestão de Haddad precisa distinguir-se da gestão autoritária e truculenta de Alckmin.
Haddad tem capacidade potencial para ajudar a enfraquecer o reacionarismo paulista, mas parece não ter noção do que é capaz.
a PM não serve aos interesses democráticos nem respeita ao estado de direito, por isso devia ser abolida,e em seu lugar, surgir uma nova instituição civil formada por cidadãos eleitos pelo voto popular e comprometida com a cidadania. o Poder Judiciário também deve ser reformado, seus cargos vitalícios e o STF, abolidos, e em seu lugar um Conselho democraticamente eleito pelo povo, por tempo determinado, mais comprometido com a constituição de 1988 e a real promoção dos valores populares e democráticos.
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