Por Umberto Martins, no sítio da CTB:
A presidenta Dilma cancelou a visita de Estado aos Estados Unidos, que estava agendada para 23 de outubro. A decisão, tomada nesta terça-feira (17), é um protesto contra o programa de espionagem global montado pelo governo Obama, que elegeu o Brasil como principal alvo no continente. O chefe da Casa Branca chegou a ligar para Dilma, mas não conseguiu demovê-la da decisão.
Em nota, o Palácio do Planalto justificou o cancelamento apontando a “ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação. As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos.”
O governo merece todo o apoio dos movimentos sociais neste caso, mas ao mesmo tempo é preciso cancelar o leilão do campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, marcado para 21 de outubro.
Um dos alvos da espionagem foi precisamente a Petrobras, o que faz das multinacionais estadunidenses concorrentes privilegiadas, conforme denunciou o senador paranaense Roberto Requião, que apresentou projeto de Decreto Legislativo no Senado que susta o edital o edital do leilão.
Requião disse que nos computadores da Petrobras bisbilhotados pelos EUA “se encontram dois tipos de informações estratégicas, imensamente cobiçadas por suas concorrentes: a tecnologia de exploração em águas profundas, o acesso em tempo real das análises geológicas das características físicas e econômicas dos poços, onde existem mais áreas com potencial de petróleo no pré-sal”.
“A obtenção ilegal de informações estratégicas da Petrobrás beneficia, por óbvio, suas concorrentes no mercado internacional de petróleo, dentre as quais as norte-americanas Chevron e Exxon, a inglesa British Petroleum e a anglo-holandesa Shell”, disse Requião, destacando que se o conjunto das irregularidades detectadas já “eivavam o processo de vícios insanáveis, a comprovação da espionagem norte-americana nos arquivos e comunicações da Petrobrás agride a soberania nacional e compromete, irremediavelmente, a realização do pretendido leilão”.
Além disto, o campo de Libra não é virgem, a Petrobras já comprovou a existência de óleo de qualidade. A reserva é estimada em pelo menos 15 bilhões de barris e a produção diária deve equivaler a pelo menos um milhão de barris, metade do que o país extrai atualmente. “É algo inédito no planeta. Nem país militarmente ocupado leiloa petróleo já descoberto”, argumenta Roberto Requião.
As centrais sindicais divulgaram recentemente uma nota conjunta reclamando o cancelamento do leilão. Os movimentos sociais realizaram na última sexta-feira (13), uma plenária nacional em São Paulo, que acena com mobilizações da classe trabalhadora e do povo para “barrar a entrega do campo de Libra a preço de banana às multinacionais”. Isto seria um “crime de lesa-pátria”, na opinião das lideranças populares. Cabe ao governo agir para preservar os interesses nacionais. É hora de suspender o leilão do Campo de Libra.
* Umberto Martins, jornalista e assessor da Presidência da CTB
Em nota, o Palácio do Planalto justificou o cancelamento apontando a “ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação. As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos.”
O governo merece todo o apoio dos movimentos sociais neste caso, mas ao mesmo tempo é preciso cancelar o leilão do campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, marcado para 21 de outubro.
Um dos alvos da espionagem foi precisamente a Petrobras, o que faz das multinacionais estadunidenses concorrentes privilegiadas, conforme denunciou o senador paranaense Roberto Requião, que apresentou projeto de Decreto Legislativo no Senado que susta o edital o edital do leilão.
Requião disse que nos computadores da Petrobras bisbilhotados pelos EUA “se encontram dois tipos de informações estratégicas, imensamente cobiçadas por suas concorrentes: a tecnologia de exploração em águas profundas, o acesso em tempo real das análises geológicas das características físicas e econômicas dos poços, onde existem mais áreas com potencial de petróleo no pré-sal”.
“A obtenção ilegal de informações estratégicas da Petrobrás beneficia, por óbvio, suas concorrentes no mercado internacional de petróleo, dentre as quais as norte-americanas Chevron e Exxon, a inglesa British Petroleum e a anglo-holandesa Shell”, disse Requião, destacando que se o conjunto das irregularidades detectadas já “eivavam o processo de vícios insanáveis, a comprovação da espionagem norte-americana nos arquivos e comunicações da Petrobrás agride a soberania nacional e compromete, irremediavelmente, a realização do pretendido leilão”.
Além disto, o campo de Libra não é virgem, a Petrobras já comprovou a existência de óleo de qualidade. A reserva é estimada em pelo menos 15 bilhões de barris e a produção diária deve equivaler a pelo menos um milhão de barris, metade do que o país extrai atualmente. “É algo inédito no planeta. Nem país militarmente ocupado leiloa petróleo já descoberto”, argumenta Roberto Requião.
As centrais sindicais divulgaram recentemente uma nota conjunta reclamando o cancelamento do leilão. Os movimentos sociais realizaram na última sexta-feira (13), uma plenária nacional em São Paulo, que acena com mobilizações da classe trabalhadora e do povo para “barrar a entrega do campo de Libra a preço de banana às multinacionais”. Isto seria um “crime de lesa-pátria”, na opinião das lideranças populares. Cabe ao governo agir para preservar os interesses nacionais. É hora de suspender o leilão do Campo de Libra.
* Umberto Martins, jornalista e assessor da Presidência da CTB
1 comentários:
Não acho que tenha que cancelar o leilão. Tem que proibir a participação de empresas americanas, inglesas e israelenses
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