Por Flávio Dino, no sítio Vermelho:
A cada início de ano, todos nós voltamos nosso pensamento para refletir sobre o ano que passou e dar início a um novo ciclo. Infelizmente, contudo, os primeiros dias do ano no Maranhão foram muito parecidos com o "ano velho". Mais mortes nas ruas e nas penitenciarias, ataques a ônibus, pessoas com medo, violência.
Enquanto isso, o governo do Estado continua a negar aos policiais e aos agentes penitenciários as condições para bem exercerem suas funções, fazendo com que também esses servidores públicos sejam vitimas do caos.
Importante anotar que, tanto nas ruas quanto nas prisões, são justamente os mais pobres as maiores vitimas. Basta ver a escandalosa estatística de quase 900 homicídios em São Luis em 2013, maior número da história. Normalmente as vitimas são jovens moradores de bairros tomados pelo trafico de drogas, que cresce na lacuna derivada da falta de ações de desenvolvimento para essas populações.
Chamo a atenção para esse aspecto social do problema para sublinhar que o crescimento da criminalidade no Maranhão está diretamente vinculado ao que se passa no mundo da politica maranhense, principalmente no tocante a dois fatores. Em primeiro lugar, o modelo de "desenvolvimento" baseado na brutal concentração de riqueza nas mãos de poucos, o que gera os piores indicadores sociais do Brasil. Em segundo lugar, a corrupção desenfreada e generalizada nos escalões mais altos do governo do Estado, que suga os recursos que deveriam ir para melhorar os serviços públicos, contratar mais policiais etc.
Convênios-fantasmas para tentar comprar eleicoes, obras superfaturadas ou abandonadas, vantagens ilegais concedidas para os protegidos pelo poder, compras esdrúxulas de alimentos de luxo com dinheiro público, são elos da cadeia que produz mortes e sofrimento.
Enquanto esses fatores que alimentam a violência estrutural não forem enfrentados, os inícios de ano no Maranhão serão marcados por esse sentimento de que o "ano velho" aniquila as esperanças que marcam as festas do ano novo. Porem não podemos desistir nem perder a fé. Não temos esse direito, exatamente em nome dos que sofrem indefesos e sem voz.
Especificamente sobre a crise na segurança publica, para que ela seja resolvida e a paz volte ao Maranhão, é fundamental ter humildade para reconhecer os problemas, abandonar delírios coronelistas e dialogar muito. As comunidades, a sociedade civil e todas as instituições do sistema de Justiça devem ser chamadas a atuar juntas, em torno de metas e investimentos - sempre com amplo controle social e transparência.
Em momentos graves como o que atravessamos, cresce a vontade genuína de dar um passo adiante em busca de um Maranhão mais justo. Chega de ver o nosso estado todos os dias nas TVs, jornais e sites como uma terra de pobreza e violência. Vamos lutar para que o ano novo realmente chegue às casas das famílias do nosso Estado. É isso que o espírito cristão celebrado no Natal exige de todos nós, o ano inteiro.
A cada início de ano, todos nós voltamos nosso pensamento para refletir sobre o ano que passou e dar início a um novo ciclo. Infelizmente, contudo, os primeiros dias do ano no Maranhão foram muito parecidos com o "ano velho". Mais mortes nas ruas e nas penitenciarias, ataques a ônibus, pessoas com medo, violência.
Enquanto isso, o governo do Estado continua a negar aos policiais e aos agentes penitenciários as condições para bem exercerem suas funções, fazendo com que também esses servidores públicos sejam vitimas do caos.
Importante anotar que, tanto nas ruas quanto nas prisões, são justamente os mais pobres as maiores vitimas. Basta ver a escandalosa estatística de quase 900 homicídios em São Luis em 2013, maior número da história. Normalmente as vitimas são jovens moradores de bairros tomados pelo trafico de drogas, que cresce na lacuna derivada da falta de ações de desenvolvimento para essas populações.
Chamo a atenção para esse aspecto social do problema para sublinhar que o crescimento da criminalidade no Maranhão está diretamente vinculado ao que se passa no mundo da politica maranhense, principalmente no tocante a dois fatores. Em primeiro lugar, o modelo de "desenvolvimento" baseado na brutal concentração de riqueza nas mãos de poucos, o que gera os piores indicadores sociais do Brasil. Em segundo lugar, a corrupção desenfreada e generalizada nos escalões mais altos do governo do Estado, que suga os recursos que deveriam ir para melhorar os serviços públicos, contratar mais policiais etc.
Convênios-fantasmas para tentar comprar eleicoes, obras superfaturadas ou abandonadas, vantagens ilegais concedidas para os protegidos pelo poder, compras esdrúxulas de alimentos de luxo com dinheiro público, são elos da cadeia que produz mortes e sofrimento.
Enquanto esses fatores que alimentam a violência estrutural não forem enfrentados, os inícios de ano no Maranhão serão marcados por esse sentimento de que o "ano velho" aniquila as esperanças que marcam as festas do ano novo. Porem não podemos desistir nem perder a fé. Não temos esse direito, exatamente em nome dos que sofrem indefesos e sem voz.
Especificamente sobre a crise na segurança publica, para que ela seja resolvida e a paz volte ao Maranhão, é fundamental ter humildade para reconhecer os problemas, abandonar delírios coronelistas e dialogar muito. As comunidades, a sociedade civil e todas as instituições do sistema de Justiça devem ser chamadas a atuar juntas, em torno de metas e investimentos - sempre com amplo controle social e transparência.
Em momentos graves como o que atravessamos, cresce a vontade genuína de dar um passo adiante em busca de um Maranhão mais justo. Chega de ver o nosso estado todos os dias nas TVs, jornais e sites como uma terra de pobreza e violência. Vamos lutar para que o ano novo realmente chegue às casas das famílias do nosso Estado. É isso que o espírito cristão celebrado no Natal exige de todos nós, o ano inteiro.
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