terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O padrão Globo de manipulação

Por Cadu Amaral, em seu blog:

Globo, maior grupo de mídia do país, vende a imagem da perfeição. Tenta fazer parecer que detém a excelência em entretenimento e informação. E sempre, segundo si mesmo, com imparcialidade (isso é um mito, jamais acredite nessa conversa fiada!). As Organizações Globo chegaram a criar um slogan sobre isso: padrão Globo de qualidade. Tudo para criar a sensação de que ela é um exemplo a ser seguido.

De fato a Globo, com todas as suas empresas de mídia, criou um padrão qualidade. Só que não de informação, mas sim de manipulação. Os casos não faltam. Ao longo de sua história, desde o tempo em que o grupo possuía apenas o jornal impresso no Rio de Janeiro, esse grupo de mídia atua na busca incessante pelo poder, custe o que custar. E sempre custa ao povo a materialização de suas vontades.

O golpe civil-militar ocorreu em 1964, a rede Globo de televisão surgiu em 1965. Coincidências não existem. Foram os mandachuvas da ditadura que fizeram a Globo ter o poder que tem.

Em 1982 a Globo tentou golpear a eleição do Brizola no Rio de Janeiro com o esquema da Proconsult. Em 1989, ela, mais uma vez atravessa a vontade popular, manipula a edição do último debate entre os então candidatos à Presidência da República, Lula e Collor. Sua edição deturpada, sob a ordem do chefe maior, Roberto Marinho, foi exibida na véspera da eleição daquele ano.

Se voltarmos um pouco, a 1984, a Globo exibiu no Jornal Nacional, um comício pelas eleições diretas no Brasil, com cerca de 300 mil pessoas como se fosse uma comemoração pelo aniversário de São Paulo. Nem sequer teve a coragem de dizer o que realmente acontecia e defender o regime que ela ajudou a implantar no país. É além de tudo, covarde.

Não é preciso gastar linhas sobre como a Globo cobriu os dois mandatos de Lula na presidência e esse de Dilma (PT) que se encerra em dezembro, e suas diferenças em relação à cobertura dos mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Diante das recentes frustrações eleitorais, a Globo – e os outros grupos da imprensa grande – começam a perde de vez a linha da sutileza.

Em recente edição do jornal O Globo, o grupo de mídia dos Marinho, manipulou a tradução de uma pesquisa sobre programas de transferência de renda e alegou que a culpa do aumento da obesidade no país era do programa Bolsa Família. Não há menção a isso na pesquisa.

Na sexta-feira, 10 de janeiro de 2014, o programa Conta Corrente da Globo News – um desses programas feitos para especuladores e que faz você achar que o país está em bancarrota – divulgou um gráfico com os índices de inflação de 2009 a 2013.

Até aí nada demais – mas a Globo jamais mostra comparativo com os anos FHC – não fosse o fato de que Para a Globo 5,91 é maior do 6,50. Vale até mudar a matemática para derrubar trabalhistas do governo central do Brasil. Em nota publicada na internet, a Globo News, no sábado 11, disse que mostraria o gráfico correto na exibição do Conta Corrente de segunda-feira, 13 de janeiro. O que de fato aconteceu.

Mas será que se o “erro” da Globo não tivesse ido parar na internet ela faria a correção? Pelo histórico, não. Passaria batido. De todo jeito, vale o jargão popular sobre a primeira vista, o gráfico errado tem mais peso no imaginário das pessoas do que o segundo (correto). Junte isso a toda a campanha de que o Brasil vai mal das pernas.
 
O que fica na mente das pessoas, ainda mais os propensos a seguir a regras “globais” de convivência é a barra de 2013, maior do que os anos anteriores. Em exibição de gráficos, as barras atraem mais a atenção do que os números.

Uma salva de palmas para a internet! Se ela já existisse com hoje em 1964, 1982, 1984 ou 1989 muita coisa poderia estar diferente no Brasil. E para melhor, diga-se de passagem.

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