Por Divanilton Pereira, no site da CTB:
Há menos de uma década que o mundo sofre os impactos da mais globalizada crise do sistema capitalista. Mesmo que em algumas nações, destacadamente as dos Brics, as consequências ocorrem com intensidades distintas, nenhuma passa imune aos seus nefastos efeitos e condicionamentos.
Com o seu crash em 2008, recrudescimento e de sua incerta recuperação, retomou-se noutro patamar os debates em torno dos projetos civilizacionais. “A mão invisível do mercado”, centro causal dessa ocorrência, sofre importante abalo enquanto modelo e mais uma vez comprova sua incapacidade de estabelecer equilíbrios e atender os anseios dos povos.
Retomaram-se nesse contexto o papel do Estado, sejam transitórias – os centros capitalistas usurparam trilhões de dólares dos cofres públicos para evitar a bancarrota – ou como centrais em projetos indutores de importantes economias mundiais, como a do Brasil, por exemplo.
A resultante desse novo quadro é que a geopolítica tem sua transição à multilateralidade acelerada, provocando uma condenável e perigosa reação política, econômica e militar do império estadunidense.
A atual região latino-americana e caribenha reforça essa transição alvissareira e também por essas razões é alvo de desestabilizações por parte dos Estados Unidos, particularmente contra seu núcleo político, econômico e energético: Brasil, Argentina e a Venezuela.
No que pese o remédio neoliberal experimentado e fracassado sofrer derrotas, as disputas por suas ideias continuam vivas. Nessa direção o sistema financeiro global retoma a iniciativa política e ataca a intervenção estatal, o gasto público e os meios que o promove.
O Brasil está nessa mira e agora sob o ambiente da antecipação eleitoral presidencial, a oposição liberal, vinculado a esse rentismo forâneo, declara guerra política. De uma forma escandalosa aparelha os meios de comunicação no país, deturpa informações e busca manipular a opinião pública.
No vale tudo para tentar retomar o comando do país - de triste memória - o novo consórcio conservador não poupa sequer o patrimônio brasileiro. Para isso camuflam esses interesses e utilizam-se do velho discurso falso moralista udenista utilizado contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek, João Goulart e agora Dilma Rousseff. Essa burguesia não admite ficar um tempo recorde sem o comando direto da Presidência da República.
Um centro indutor e fiador para o desenvolvimento brasileiro
A atividade petrolífera no país está em 11% do PIB, posiciona-se com forte protagonismo na nova conformação geopolítica energética, distancia-se da influência norte-americana e aproxima-se contratualmente da China.
Para isso, avançou na regulamentação dessa atividade sob os auspícios do pré-sal, garantindo nela maior soberania, controle e exigências de conteúdo local. No regime da partilha e como operadora única, a Petrobras exerce papel estratégico nessa nova lei. Essa conquista teve forte oposição dos liberais.
Com os palanques eleitorais pré-montados essas duas disputas ganham novos impulsos e são as causas não explícitas dessa sórdida campanha contra a Petrobras. Aproveitam-se de equívocos administrativos e buscam responsabilizar a Presidenta da República, e tentam ao mesmo tempo, fragilizar a estatal para justificar sua incapacidade financeira e até moral de conduzir sozinha essa importante reserva petrolífera. Seria a condição para modificar o atual marco regulatório e eliminar o atual regime da partilha, eixos mais soberanos dessa lei.
Nessa quadra internacional de profunda crise só a sanha de uma burguesia explica essa orquestrada campanha. Como sentenciou Saul Leblon: “a pátria dessa turma é o dividendo”. Símbolo do sucesso brasileiro, poucos países no planeta tem uma estatal para viabilizar uma carteira composta por mais de mil projetos, orientados sob um robusto planejamento estratégico que prevê até 2018 investimentos de U$ 220,6 bilhões, com R$ 50 bilhões em caixa.
Nos últimos 12 anos os fatos e os resultados da Petrobras descredibilizam a oposição neoliberal que já a administrou e quase a privatizou.
Em 2002, a Petrobras valia R$ 30 bilhões, sua receita era de R$ 69,2 bilhões, o lucro líquido de R$ 8,1 bilhões e os investimentos não passavam de R$ 18,9 bilhões. Uma década depois, em 2012, o valor de mercado passou ser de R$ 260 bilhões, a receita subiu para R$ 281,3 bilhões, o lucro líquido para R$ 21,1 bilhão e os investimentos foram multiplicados para R$ 84,1 bilhão.
Antes do governo Lula, a Petrobras contava em 2002 com um efetivo de 36 mil trabalhadores próprios, produzia 1 milhão e 500 mil barris de petróleo por dia e tinha uma reserva provada de 11 milhões de barris de óleo. Em 2012 a empresa foi para 85 mil trabalhadores, produz 2 milhões de barris de óleo por dia e aumentou a reserva provada para 15,7 bilhões de barris de petróleo.
Já quanto aos noticiários envolvendo um dos inúmeros projetos da empresa – a compra da refinaria Pasadena – reforçamos a defesa do patrimônio público, de sua transparência e probidade, e exigimos apurações de quaisquer denúncias, mas não apoiamos o oportunismo eleitoreiro em torno da Petrobras.
Portanto, distinguir a essência das aparências do jogo político é sempre um exercício indispensável à verdade.
* Divanilton Pereira é secretário de Relações Internacionais da CTB.
Há menos de uma década que o mundo sofre os impactos da mais globalizada crise do sistema capitalista. Mesmo que em algumas nações, destacadamente as dos Brics, as consequências ocorrem com intensidades distintas, nenhuma passa imune aos seus nefastos efeitos e condicionamentos.
Com o seu crash em 2008, recrudescimento e de sua incerta recuperação, retomou-se noutro patamar os debates em torno dos projetos civilizacionais. “A mão invisível do mercado”, centro causal dessa ocorrência, sofre importante abalo enquanto modelo e mais uma vez comprova sua incapacidade de estabelecer equilíbrios e atender os anseios dos povos.
Retomaram-se nesse contexto o papel do Estado, sejam transitórias – os centros capitalistas usurparam trilhões de dólares dos cofres públicos para evitar a bancarrota – ou como centrais em projetos indutores de importantes economias mundiais, como a do Brasil, por exemplo.
A resultante desse novo quadro é que a geopolítica tem sua transição à multilateralidade acelerada, provocando uma condenável e perigosa reação política, econômica e militar do império estadunidense.
A atual região latino-americana e caribenha reforça essa transição alvissareira e também por essas razões é alvo de desestabilizações por parte dos Estados Unidos, particularmente contra seu núcleo político, econômico e energético: Brasil, Argentina e a Venezuela.
No que pese o remédio neoliberal experimentado e fracassado sofrer derrotas, as disputas por suas ideias continuam vivas. Nessa direção o sistema financeiro global retoma a iniciativa política e ataca a intervenção estatal, o gasto público e os meios que o promove.
O Brasil está nessa mira e agora sob o ambiente da antecipação eleitoral presidencial, a oposição liberal, vinculado a esse rentismo forâneo, declara guerra política. De uma forma escandalosa aparelha os meios de comunicação no país, deturpa informações e busca manipular a opinião pública.
No vale tudo para tentar retomar o comando do país - de triste memória - o novo consórcio conservador não poupa sequer o patrimônio brasileiro. Para isso camuflam esses interesses e utilizam-se do velho discurso falso moralista udenista utilizado contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek, João Goulart e agora Dilma Rousseff. Essa burguesia não admite ficar um tempo recorde sem o comando direto da Presidência da República.
Um centro indutor e fiador para o desenvolvimento brasileiro
A atividade petrolífera no país está em 11% do PIB, posiciona-se com forte protagonismo na nova conformação geopolítica energética, distancia-se da influência norte-americana e aproxima-se contratualmente da China.
Para isso, avançou na regulamentação dessa atividade sob os auspícios do pré-sal, garantindo nela maior soberania, controle e exigências de conteúdo local. No regime da partilha e como operadora única, a Petrobras exerce papel estratégico nessa nova lei. Essa conquista teve forte oposição dos liberais.
Com os palanques eleitorais pré-montados essas duas disputas ganham novos impulsos e são as causas não explícitas dessa sórdida campanha contra a Petrobras. Aproveitam-se de equívocos administrativos e buscam responsabilizar a Presidenta da República, e tentam ao mesmo tempo, fragilizar a estatal para justificar sua incapacidade financeira e até moral de conduzir sozinha essa importante reserva petrolífera. Seria a condição para modificar o atual marco regulatório e eliminar o atual regime da partilha, eixos mais soberanos dessa lei.
Nessa quadra internacional de profunda crise só a sanha de uma burguesia explica essa orquestrada campanha. Como sentenciou Saul Leblon: “a pátria dessa turma é o dividendo”. Símbolo do sucesso brasileiro, poucos países no planeta tem uma estatal para viabilizar uma carteira composta por mais de mil projetos, orientados sob um robusto planejamento estratégico que prevê até 2018 investimentos de U$ 220,6 bilhões, com R$ 50 bilhões em caixa.
Nos últimos 12 anos os fatos e os resultados da Petrobras descredibilizam a oposição neoliberal que já a administrou e quase a privatizou.
Em 2002, a Petrobras valia R$ 30 bilhões, sua receita era de R$ 69,2 bilhões, o lucro líquido de R$ 8,1 bilhões e os investimentos não passavam de R$ 18,9 bilhões. Uma década depois, em 2012, o valor de mercado passou ser de R$ 260 bilhões, a receita subiu para R$ 281,3 bilhões, o lucro líquido para R$ 21,1 bilhão e os investimentos foram multiplicados para R$ 84,1 bilhão.
Antes do governo Lula, a Petrobras contava em 2002 com um efetivo de 36 mil trabalhadores próprios, produzia 1 milhão e 500 mil barris de petróleo por dia e tinha uma reserva provada de 11 milhões de barris de óleo. Em 2012 a empresa foi para 85 mil trabalhadores, produz 2 milhões de barris de óleo por dia e aumentou a reserva provada para 15,7 bilhões de barris de petróleo.
Já quanto aos noticiários envolvendo um dos inúmeros projetos da empresa – a compra da refinaria Pasadena – reforçamos a defesa do patrimônio público, de sua transparência e probidade, e exigimos apurações de quaisquer denúncias, mas não apoiamos o oportunismo eleitoreiro em torno da Petrobras.
Portanto, distinguir a essência das aparências do jogo político é sempre um exercício indispensável à verdade.
* Divanilton Pereira é secretário de Relações Internacionais da CTB.
1 comentários:
Achei muito boa a materia, so uma duvida, em 2002, diz que as reservas provadas eram de 11 milhoes de barris de oleo ( praticamente 8 dias de produçao ), seria so isso.
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