sábado, 9 de agosto de 2014

Marina “exorcizará” os lucros do Itaú?

Por Altamiro Borges

O Itaú-Unibanco divulgou nesta semana o balanço dos seus lucros no segundo trimestre. Apesar dos seus analistas adorarem destilar veneno contra os rumos da economia nacional, reforçando o palanque da oposição neoliberal – a exemplo do que fizeram os quatro urubus demitidos nesta semana pelo Santander –, a situação do segundo maior banco privado do Brasil é invejável. Ele lucrou R$ 4,899 bilhões, valor 36,7% superior ao do mesmo trimestre de 2013. Segundo a Folha rentista, “o lucro foi impulsionado pelo aumento das margens de ganho nos empréstimos, consequência direta dos juros maiores no país, além da queda na inadimplência, que implicou provisões menores para perdas com calote”.

Já segundo o falido Estadão, hoje pendurado em dívidas junto aos bancos, “o patrimônio líquido do Itaú totalizou R$ 85,987 bilhões ao final de junho, expansão de 13,5% em um ano e de 4,6% ante dezembro. O retorno sobre o patrimônio líquido médio atualizado foi a 23,3% no segundo trimestre, aumento de 4,2 pontos porcentuais na comparação com um ano, de 19,1%”. Apesar destes números impressionantes, Marcelo Kopel, diretor de Relações com Investidores do Itaú, ainda choraminga. Para ele, “a Copa do Mundo e as dúvidas em relação às eleições de outubro podem ter represado parte da demanda por crédito tanto das empresas quanto dos consumidores”. Haja ambição!

Nos últimos dias, Marina Silva, candidata a vice na chapa de Eduardo Campos (PSB), aproveitou as atividades de campanha para criticar os rumos da economia. Ela nunca escondeu suas simpatias pelo chamado “tripé neoliberal” – dos juros elevados, do superávit fiscal e da libertinagem cambial. Como se sabe, a ex-verde é muito chegada a Neca Setubal, irmã de Roberto Setubal, dono do Itaú. Segundo nota da Folha, em 3 de abril, “Neca Setúbal será a coordenadora do programa de governo de Campos e Marina pela Rede. Ela foi convidada pela ex-senadora, em sua festa de aniversário em Itu”. Ela poderia até aproveitar esta proximidade para “exorcizar” os lucros do maior banco privado do Brasil.

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