Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
Lula e a direção do PT abafaram, dentro do partido, a tentativa de bloquear a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição com o objetivo de trazer Lula para a disputa que, já se sabia, seria muito mais difícil, entre outras coisas, pelo desgaste de 12 anos de poder e pela força acumulada da oposição. Em termos claros, todos contra um.
Não houve, também, avaliação de que o movimento pudesse ir muito além das fronteiras do partido e de ser ainda maior do que os leais simpatizantes petistas. Esse agrupamento que votou, vota e votará com o PT é formado por um número de eleitores entre 25% e 30%. Está lá, nos anais da história, o registro da derrota de Lula nas eleições de 1994 e 1998. Ele perdeu no primeiro turno obtendo 27,04% e 31,7% dos votos, respectivamente.
Nas três vitórias sucessivas do PT estiveram envolvidos eleitores não petistas. Em busca de mudanças apoiaram as candidaturas de Lula duas vezes e votaram em Dilma uma vez. Ambos com um porcentual de votos muito maior do que os limites tradicionais do PT.
A avalanche de intenções de voto em Marina Silva, ocorrida imediatamente após o acidente fatal com Eduardo Campos, mobilizou vários grupos de eleitores. Um grande contingente deles, até então escondido na opção de indecisão, brancos ou nulos, mostrado nas pesquisas. Ali podiam estar escondidos também os frustrados com o fracasso de criação do Rede Sustentabilidade e aquela multidão mobilizada em 2013 que foi às ruas contra os partidos políticos e contra os próprios políticos.
Aécio Neves chegou, no ponto máximo, a ter 21% das intenções de voto. Eduardo Campos não passou de 10%. Os dois não satisfaziam os eleitores de oposição franca e hostil a Dilma que, naquele momento, resvalava na possibilidade de vencer a eleição no primeiro turno.
Em 2014, se nada mudar, esse grupo de eleitores talvez situados na centro-direita do espectro ideológico, pode trocar de bem. É o que se verá mais claramente numa possível disputa de segundo turno.
Uma retrospectiva da campanha eleitoral para a Presidência da República permite resgatar dois movimentos sufocados e pode, pelo menos parcialmente, ter gerado o inesperado quadro competitivo formado pelo crescimento da candidatura de Marina Silva. Resultado de uma fatalidade, a presença dela modificou o que era considerado imutável: uma nova disputa entre o PT e o PSDB.
O primeiro dos movimentos foi o “Volta Lula”, incentivado originalmente por alguns dirigentes e por militantes petistas. O segundo resultou da decepção de Marina Silva, e dos marineiros, em razão de as regras da Justiça Eleitoral terem bloqueado a criação de um novo partido, o Rede Sustentabilidade, não necessariamente um partido novo. A frustração talvez tenha se infiltrado naquele contingente de 20 milhões de eleitores que votaram nela em 2010, e se somado aos protestos, sem lenço e sem documento, de junho e julho de 2013.
O que isso pode ter provocado?
Uma explicação possível é a de que a extensão e a profundidade dessas duas variáveis eram maiores do que se poderia supor.
O primeiro dos movimentos foi o “Volta Lula”, incentivado originalmente por alguns dirigentes e por militantes petistas. O segundo resultou da decepção de Marina Silva, e dos marineiros, em razão de as regras da Justiça Eleitoral terem bloqueado a criação de um novo partido, o Rede Sustentabilidade, não necessariamente um partido novo. A frustração talvez tenha se infiltrado naquele contingente de 20 milhões de eleitores que votaram nela em 2010, e se somado aos protestos, sem lenço e sem documento, de junho e julho de 2013.
O que isso pode ter provocado?
Uma explicação possível é a de que a extensão e a profundidade dessas duas variáveis eram maiores do que se poderia supor.
Lula e a direção do PT abafaram, dentro do partido, a tentativa de bloquear a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição com o objetivo de trazer Lula para a disputa que, já se sabia, seria muito mais difícil, entre outras coisas, pelo desgaste de 12 anos de poder e pela força acumulada da oposição. Em termos claros, todos contra um.
Não houve, também, avaliação de que o movimento pudesse ir muito além das fronteiras do partido e de ser ainda maior do que os leais simpatizantes petistas. Esse agrupamento que votou, vota e votará com o PT é formado por um número de eleitores entre 25% e 30%. Está lá, nos anais da história, o registro da derrota de Lula nas eleições de 1994 e 1998. Ele perdeu no primeiro turno obtendo 27,04% e 31,7% dos votos, respectivamente.
Nas três vitórias sucessivas do PT estiveram envolvidos eleitores não petistas. Em busca de mudanças apoiaram as candidaturas de Lula duas vezes e votaram em Dilma uma vez. Ambos com um porcentual de votos muito maior do que os limites tradicionais do PT.
A avalanche de intenções de voto em Marina Silva, ocorrida imediatamente após o acidente fatal com Eduardo Campos, mobilizou vários grupos de eleitores. Um grande contingente deles, até então escondido na opção de indecisão, brancos ou nulos, mostrado nas pesquisas. Ali podiam estar escondidos também os frustrados com o fracasso de criação do Rede Sustentabilidade e aquela multidão mobilizada em 2013 que foi às ruas contra os partidos políticos e contra os próprios políticos.
Aécio Neves chegou, no ponto máximo, a ter 21% das intenções de voto. Eduardo Campos não passou de 10%. Os dois não satisfaziam os eleitores de oposição franca e hostil a Dilma que, naquele momento, resvalava na possibilidade de vencer a eleição no primeiro turno.
Em 2014, se nada mudar, esse grupo de eleitores talvez situados na centro-direita do espectro ideológico, pode trocar de bem. É o que se verá mais claramente numa possível disputa de segundo turno.
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