Por Altamiro Borges
A famiglia Marinho até agora não engoliu a decisão da presidenta Dilma Rousseff de não participar da entrevista no “Jornal da Globo” que seria exibida na quarta-feira (3). Nesta semana, o apresentador William Waack – frequentador assíduo do Instituto Millenium, o antro dos barões da mídia – dedicou dois minutos no telejornal para criticar a candidata à reeleição pelo PT. Para o império global, que se considera dono do Brasil, é inadmissível a “desfeita” da governante eleita. Recentemente, Dilma Rousseff já havia cancelado sua participação na série de entrevistas do “Jornal das Dez”, na Globo News. “Os dois episódios parecem ter gerado certa irritação na cúpula da emissora”, registrou o site Terra.
O comando da campanha alegou que a presidenta está com a sua agenda – de governante e candidata – lotada. Além disso, a TV Globo não é a única emissora do país. Outros veículos solicitaram a sua presença. Apesar destes esclarecimentos, Willian Waack não perdoou e afirmou que Dilma “se recusou a dar a entrevista”. Ao seu lado, Christiane Pelajo prosseguiu no ataque: “Essa é a primeira vez que isso ocorre em se tratando de candidatos à Presidência. Em respeito aos telespectadores vamos apresentar algumas das perguntas que seriam feitas a ela. Evidentemente sem as réplicas que se fariam necessárias. Os telespectadores ficarão sem resposta, mas saberão o que nós pretendíamos deixar mais claro”.
A leitura das perguntas deixou ainda mais evidente que a presidenta acertou ao não ir ao “Jornal da Globo”. Não seria uma entrevista, mas sim um novo interrogatório – como o que já havia sido feito por Willian Bonner e Patrícia Poeta no “Jornal Nacional”:
*****
- Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso estão crescendo mais?
- A senhora continuará a represar os preços da gasolina e do diesel artificialmente, para segurar a inflação, com prejuízo para a Petrobras?
- A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos no Brasil no seu governo tem sido criticada por economistas, dentro e fora do país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a isso?
- A senhora prometeu investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o Ministério das Cidades. O que deu errado?
- Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha, fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
- A senhora considera correto dar dentes postiços para uma cidadã pobre um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa eleitoral de televisão?
*****
A última pergunta é a mais escrota – um desrespeito ao governo, reconhecido internacionalmente como um dos que mais investiu em programas sociais, e um desrespeito à dignidade da senhora que obteve dentes postiços. Nas outras, fica evidente a arrogância da Rede Globo, que desconhece as mudanças efetuadas no país nos últimos anos e descontextualiza as dificuldades mundiais. No seu oposicionismo militante, a famiglia Marinho – a mesma que apoiou o golpe de 1964 e a ditadura sanguinária, que escondeu a campanha pelas Diretas-Já, que fabricou o “caçador de Marajás” para derrotar Lula e que defendeu a devastação neoliberal de FHC – não vacila em manipular até as perguntas.
Dilma acertou ao recusar o convite do império global. Mas, infelizmente, ela errou durante toda a sua gestão ao não enfrentar os monopólios da mídia – principalmente os que exploram as concessões púbicas de rádio e televisão. Pior ainda: o seu governo financiou estes grupos, alimentou cobras! Segundo recente relatório da Secom-PR (Secretaria de Comunicação Social da Previdência da República), de 1º de janeiro a 30 de junho, o governo investiu R$ 109,3 milhões em publicidade oficial. O valor é 29,7% maior do que o aplicado no mesmo período de 2013, que foi de R$ 84,3 milhões. O aumento decorre da Lei Eleitoral, que proíbe esse tipo de despesa nos três meses anteriores à eleição.
A maior parte desta grana, arrecadada dos contribuintes (do meu e do seu bolso), foi parar nas mãos de meia dúzia de famílias que monopoliza os meios de comunicação do país. Para ser mais preciso, cerca de 60% destes recursos públicos enriqueceram os três filhos da famiglia Marinho – que hoje desponta no ranking da revista Forbes como a mais rica do Brasil. Esta grana ajuda a bancar os salários de Bonner, Waack, Jabor, Leitão e de tantos outros “calunistas” da Rede Globo que diariamente destilam veneno nestes veículos – que são concessões públicas, vale enfatizar!
O montante citado é apenas o da publicidade institucional. Não inclui os gastos em anúncios das estatais, como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, etc. Em 2013, o total investido foi de R$ 2,313 bilhões. Os mesmos 60% foram abocanhados pelo Grupo Globo. É muita grana para quem manipula a informação e deforma os comportamentos, para quem agride a democracia! Caso seja reeleita – apesar de todo o bombardeio midiático –, Dilma bem que poderia repensar sua política de publicidade e sua postura diante da proposta da regulação democrática dos meios de comunicação. Não basta apenas deixar de comparecer às sessões de tortura da TV Globo!
A famiglia Marinho até agora não engoliu a decisão da presidenta Dilma Rousseff de não participar da entrevista no “Jornal da Globo” que seria exibida na quarta-feira (3). Nesta semana, o apresentador William Waack – frequentador assíduo do Instituto Millenium, o antro dos barões da mídia – dedicou dois minutos no telejornal para criticar a candidata à reeleição pelo PT. Para o império global, que se considera dono do Brasil, é inadmissível a “desfeita” da governante eleita. Recentemente, Dilma Rousseff já havia cancelado sua participação na série de entrevistas do “Jornal das Dez”, na Globo News. “Os dois episódios parecem ter gerado certa irritação na cúpula da emissora”, registrou o site Terra.
O comando da campanha alegou que a presidenta está com a sua agenda – de governante e candidata – lotada. Além disso, a TV Globo não é a única emissora do país. Outros veículos solicitaram a sua presença. Apesar destes esclarecimentos, Willian Waack não perdoou e afirmou que Dilma “se recusou a dar a entrevista”. Ao seu lado, Christiane Pelajo prosseguiu no ataque: “Essa é a primeira vez que isso ocorre em se tratando de candidatos à Presidência. Em respeito aos telespectadores vamos apresentar algumas das perguntas que seriam feitas a ela. Evidentemente sem as réplicas que se fariam necessárias. Os telespectadores ficarão sem resposta, mas saberão o que nós pretendíamos deixar mais claro”.
A leitura das perguntas deixou ainda mais evidente que a presidenta acertou ao não ir ao “Jornal da Globo”. Não seria uma entrevista, mas sim um novo interrogatório – como o que já havia sido feito por Willian Bonner e Patrícia Poeta no “Jornal Nacional”:
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- Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso estão crescendo mais?
- A senhora continuará a represar os preços da gasolina e do diesel artificialmente, para segurar a inflação, com prejuízo para a Petrobras?
- A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos no Brasil no seu governo tem sido criticada por economistas, dentro e fora do país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a isso?
- A senhora prometeu investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o Ministério das Cidades. O que deu errado?
- Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha, fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
- A senhora considera correto dar dentes postiços para uma cidadã pobre um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa eleitoral de televisão?
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A última pergunta é a mais escrota – um desrespeito ao governo, reconhecido internacionalmente como um dos que mais investiu em programas sociais, e um desrespeito à dignidade da senhora que obteve dentes postiços. Nas outras, fica evidente a arrogância da Rede Globo, que desconhece as mudanças efetuadas no país nos últimos anos e descontextualiza as dificuldades mundiais. No seu oposicionismo militante, a famiglia Marinho – a mesma que apoiou o golpe de 1964 e a ditadura sanguinária, que escondeu a campanha pelas Diretas-Já, que fabricou o “caçador de Marajás” para derrotar Lula e que defendeu a devastação neoliberal de FHC – não vacila em manipular até as perguntas.
Dilma acertou ao recusar o convite do império global. Mas, infelizmente, ela errou durante toda a sua gestão ao não enfrentar os monopólios da mídia – principalmente os que exploram as concessões púbicas de rádio e televisão. Pior ainda: o seu governo financiou estes grupos, alimentou cobras! Segundo recente relatório da Secom-PR (Secretaria de Comunicação Social da Previdência da República), de 1º de janeiro a 30 de junho, o governo investiu R$ 109,3 milhões em publicidade oficial. O valor é 29,7% maior do que o aplicado no mesmo período de 2013, que foi de R$ 84,3 milhões. O aumento decorre da Lei Eleitoral, que proíbe esse tipo de despesa nos três meses anteriores à eleição.
A maior parte desta grana, arrecadada dos contribuintes (do meu e do seu bolso), foi parar nas mãos de meia dúzia de famílias que monopoliza os meios de comunicação do país. Para ser mais preciso, cerca de 60% destes recursos públicos enriqueceram os três filhos da famiglia Marinho – que hoje desponta no ranking da revista Forbes como a mais rica do Brasil. Esta grana ajuda a bancar os salários de Bonner, Waack, Jabor, Leitão e de tantos outros “calunistas” da Rede Globo que diariamente destilam veneno nestes veículos – que são concessões públicas, vale enfatizar!
O montante citado é apenas o da publicidade institucional. Não inclui os gastos em anúncios das estatais, como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, etc. Em 2013, o total investido foi de R$ 2,313 bilhões. Os mesmos 60% foram abocanhados pelo Grupo Globo. É muita grana para quem manipula a informação e deforma os comportamentos, para quem agride a democracia! Caso seja reeleita – apesar de todo o bombardeio midiático –, Dilma bem que poderia repensar sua política de publicidade e sua postura diante da proposta da regulação democrática dos meios de comunicação. Não basta apenas deixar de comparecer às sessões de tortura da TV Globo!
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7 comentários:
A Dilma tinha que fazer isto há muito tempo. Tinha que cortar as verbas da famiglia Marinho desde 2010.
Foram 04 anos gritando para essa mulher da o troco à altura, cortando as asas dessas cobras. Mas a miopia provebial a fez manter uma pessoa na secom que ainde deu um prêmio, aumentando a verba.
Cansou de apanhar???
O pior é a mediocridade das pessoas, foi postado um artigo na Veja pelo Setti, li os comentários. É impressionante como as pessoas atacam a Presidenta a um nível de racismo ou até pior. Sem fundamentos nenhum. A última pergunta é lastimável, mas aí eu me lembrei que estava num blog da Veja...
A pobre senhora não pode ganhar dente postiço mas a própria Globo pode dever mais de 1 bilhão de reais ao fisco, a Neca do Itau deve 18 bi...
Lembre-se que hibernado plim-plim é o ministro das comunicações.
Infelizmente agora e tarde ,a vaca foi pro brejo.
Miro e cumpanherada vtnc
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