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Caro Aécio: qual é seu conceito de liberdade de expressão?
Pergunto isso porque fui surpreendido com uma notificação judicial sua. Soube depois que outros 65 internautas tiveram a mesma surpresa desagradável.
O DCM é acusado de ser um robô ou, o que não melhora muito a situação, “um grupo de pessoas remuneradas para veicular conteúdos ilícitos na internet.”
Primeiro, e antes de tudo, isto configura calúnia.
Somos, como bem sabem nossos 2,5 milhões de leitores únicos por mês, um site de notícias e análises independente e apartidário. O apartidarismo e a independência inexpugnáveis explicam por que crescemos mais de 40 vezes em 18 meses de existência.
Jornalismo, quando se mistura a militância partidária, deixa de ser jornalismo. Essa convicção está na raiz do jornalismo do DCM.
Nossa causa maior é um “Brasil escandinavo”, como gosto de dizer e repetir. Um país em que ninguém seja melhor ou pior que ninguém em razão de sua conta bancária.
É certo que, dentro dessa visão do mundo, entendo que o senhor representa um brutal atraso.
O PSDB, no qual votei várias vezes, lamentavelmente deu nos últimos anos uma guinada profunda rumo à direita e se transformou numa nova UDN.
Hoje, o PSDB simboliza um Brasil abjetamente iníquo. Os privilegiados estão todos a seu lado nestas eleições, e não por acaso.
Caro candidato: nunca vi o senhor, ou algum outro líder tucano, se insurgir contra o mal maior do Brasil – a desigualdade.
Nossos problemas com o senhor residem apenas no campo das ideias.
Não fabricamos fatos, não inventamos coisas que o constranjam, porque não é este o tipo de jornalismo que praticamos.
Mais que isso: não fazemos acusações levianas e irresponsáveis como as que o senhor fez contra nós.
Se condenamos coisas como o aeroporto de Cláudio é porque entendemos que elas são a negação do “Brasil escandinavo” pelo qual tanto nos batemos.
Não admiro sua postura com frequência, reconheço. No debate do SBT, quando um jornalista lhe perguntou sobre a visão de ética tucana depois de citar escândalos como o do Metrô de São Paulo e o Mensalão mineiro, o senhor disse que vivemos num estado de direito.
Ninguém é culpado antes que se apurem os fatos, o senhor afirmou. Perfeito.
Mas poucos dias depois, quando começou a circular uma lista de pessoas citadas por um ex-diretor da Petrobras, o senhor se apressou em fazer uma condenação ampla, geral e irrestrita.
“É um novo Mensalão”, o senhor decretou. Estado de direito, portanto, é para o senhor e os seus amigos.
Para os demais, o opróbrio imediato, a humilhação instantânea.
Notemos também que o senhor prega a meritocracia ao mesmo tempo em que sua irmã ocupa um posto nobre no governo de Minas, pago pelo dinheiro do contribuinte.
Vários relatos contam a dificuldade de fazer jornalismo independente em Minas.
Isso ficou notavelmente claro para mim quando vi a sua notificação judicial contra nós.
Jornalismo bom para o senhor, aparentemente, é o jornalismo que o aplaude.
Fico pensando como seria complicado, para os jornalistas independentes, conviverem com o senhor na presidência.
Felizmente, é uma hipótese de chance virtualmente equivalente a zero.
Por ora, é só.
Provavelmente voltarei a escrever para o senhor assim que ficar mais clara sua ação judicial.
Grato pela atenção.
* Paulo Nogueira, diretor editorial do DCM
Pergunto isso porque fui surpreendido com uma notificação judicial sua. Soube depois que outros 65 internautas tiveram a mesma surpresa desagradável.
O DCM é acusado de ser um robô ou, o que não melhora muito a situação, “um grupo de pessoas remuneradas para veicular conteúdos ilícitos na internet.”
Primeiro, e antes de tudo, isto configura calúnia.
Somos, como bem sabem nossos 2,5 milhões de leitores únicos por mês, um site de notícias e análises independente e apartidário. O apartidarismo e a independência inexpugnáveis explicam por que crescemos mais de 40 vezes em 18 meses de existência.
Jornalismo, quando se mistura a militância partidária, deixa de ser jornalismo. Essa convicção está na raiz do jornalismo do DCM.
Nossa causa maior é um “Brasil escandinavo”, como gosto de dizer e repetir. Um país em que ninguém seja melhor ou pior que ninguém em razão de sua conta bancária.
É certo que, dentro dessa visão do mundo, entendo que o senhor representa um brutal atraso.
O PSDB, no qual votei várias vezes, lamentavelmente deu nos últimos anos uma guinada profunda rumo à direita e se transformou numa nova UDN.
Hoje, o PSDB simboliza um Brasil abjetamente iníquo. Os privilegiados estão todos a seu lado nestas eleições, e não por acaso.
Caro candidato: nunca vi o senhor, ou algum outro líder tucano, se insurgir contra o mal maior do Brasil – a desigualdade.
Nossos problemas com o senhor residem apenas no campo das ideias.
Não fabricamos fatos, não inventamos coisas que o constranjam, porque não é este o tipo de jornalismo que praticamos.
Mais que isso: não fazemos acusações levianas e irresponsáveis como as que o senhor fez contra nós.
Se condenamos coisas como o aeroporto de Cláudio é porque entendemos que elas são a negação do “Brasil escandinavo” pelo qual tanto nos batemos.
Não admiro sua postura com frequência, reconheço. No debate do SBT, quando um jornalista lhe perguntou sobre a visão de ética tucana depois de citar escândalos como o do Metrô de São Paulo e o Mensalão mineiro, o senhor disse que vivemos num estado de direito.
Ninguém é culpado antes que se apurem os fatos, o senhor afirmou. Perfeito.
Mas poucos dias depois, quando começou a circular uma lista de pessoas citadas por um ex-diretor da Petrobras, o senhor se apressou em fazer uma condenação ampla, geral e irrestrita.
“É um novo Mensalão”, o senhor decretou. Estado de direito, portanto, é para o senhor e os seus amigos.
Para os demais, o opróbrio imediato, a humilhação instantânea.
Notemos também que o senhor prega a meritocracia ao mesmo tempo em que sua irmã ocupa um posto nobre no governo de Minas, pago pelo dinheiro do contribuinte.
Vários relatos contam a dificuldade de fazer jornalismo independente em Minas.
Isso ficou notavelmente claro para mim quando vi a sua notificação judicial contra nós.
Jornalismo bom para o senhor, aparentemente, é o jornalismo que o aplaude.
Fico pensando como seria complicado, para os jornalistas independentes, conviverem com o senhor na presidência.
Felizmente, é uma hipótese de chance virtualmente equivalente a zero.
Por ora, é só.
Provavelmente voltarei a escrever para o senhor assim que ficar mais clara sua ação judicial.
Grato pela atenção.
* Paulo Nogueira, diretor editorial do DCM
1 comentários:
Cabe um processo por injúria e difamação? Se couber, estou apoiando.
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