Editorial do jornal Brasil de Fato:
A falta de água em São Paulo é tão grave que obrigou a tucana Folha de S. Paulo a escrever, dia 9/10, um editorial sobre a crise. Passado quatro dias das eleições, e após ter assegurado a reeleição do governador do PSDB no primeiro turno, o editorial parece ter sido escrito por um petista. Um esforço inócuo para mostrar que tem o que não possuem: independência do Palácio Bandeirantes.
Acertou em chamar de piada pronta a afirmação de que “não existe racionamento, existe administração da disponibilidade de água”, dada pela presidenta da Sabesp, Dilma Pena. Não hesitou em afirmar que o governador Alckmin não age com a transparência que o tema exige. Acusou, ainda, os tucanos que governam o estado, desde 1995, de terem sido omissos frente aos inúmeros relatórios técnicos que alertaram sobre a necessidade de aumentar a capacidade das reservas de águas. Finalizou dizendo que o tucano governador ao invés de enfrentar a grave crise a escondeu por causa do calendário eleitoral.
Se a Folha sabia da gravidade da situação e estivesse realmente preocupada com os interesses da população, por que somente agora expõe a omissão, a irresponsabilidade e a incapacidade administrativa dos governos tucanos? E o faz num mísero editorial que passa totalmente desapercebido da maioria dos seus leitores. Nenhuma dessas verdades ocupou as manchetes da primeira página do jornal ou obteve destaque no site da internet. A irresponsabilidade e a omissão, atribuída agora ao Alckimin, deve ser atribuída também, e principalmente, à Folha de S. Paulo, ao Estado de S. Paulo, Rede Globo e revista Veja, a chamada midiozona. Foram co-participantes da estratégia eleitoral dos tucanos. Cada um com seu quinhão de irresponsabilidades pelo adiamento na adoção das medidas necessárias para enfrentar a grave crise.
Da mesma forma, apurados os votos das urnas, ficou evidenciada a instrumentalização que ocorreu com os institutos de pesquisas eleitorais. O candidato do PT, Alexandre Padilha, obteve uma votação muito superior aos índices divulgados pelas pesquisas eleitorais até a véspera das eleições. Índices que justificaram a decisão política da Rede Globo de não promover a cobertura de sua campanha eleitoral, criando uma impressão, falsa, de que a disputa do governo estava polarizada entre o candidato do PMDB, Paulo Skaf, e o tucano Geraldo Alckimin.
Passado o primeiro turno, com o embate agora centrado, principalmente na disputa do governo federal, os setores reacionários da sociedade brasileira, esperançosos com a expressiva e surpreendente votação que o tucano Aécio Neves obteve, não hesitam em recorrer a quaisquer armas para atingir seus objetivos eleitorais.
Rotular os votos petistas como dados pelos ignorantes dos grotões – coincidentemente os pobres – como fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é apenas a ponta doiceberg do preconceito e da intolerância que está sendo estimulada em nossa sociedade. Os resquícios dos quatro séculos de uma sociedade escravocrata, latentes na elite brasileira, afloram agora sob o verniz de uma disputa eleitoral. Ao contrário do que pensa Marina Silva, Chico Mendes jamais fez – ou faria! – parte dessa elite brasileira, que sempre foi antissocial, antinacional e antidemocrática, nas palavras do sociólogo Florestan Fernandes.
Agora, setores do poder Judiciário entram em cena. Denúncias sem provas, quando não afirmadas como suposições ou na base do “eu ouvi falar”, são estampadas como veredictos condenatórios. A instrumentalização da delação premiada, envolvendo denúncias de um esquema de corrupção na Petrobras é aviltante. Instituíram para alcançar seus objetivos partidários, o “sigilo judicial com alto-falante”, na feliz definição do jornalista Jânio de Freitas. Enquanto as acusações contra os tucanos, mesmo as com consistentes provas documentadas, permanecem nas gavetas até prescrever.
O candidato Aécio Neves tentou censurar o Google, Yahoo! e Bing, movendo um processo para retirada de links relacionados ao uso de drogas e ao desvio de verbas da saúde. Obteve um mandado de busca e apreensão de computador, HD externo, cds e celular pertencentes a uma jornalista. A polícia invadiu o seu apartamento para cumprir o mandado. Essa violência é ocultada com conivência da mídia que expõe o tucano como um defensor da liberdade de expressão. É mídia empresarial e o tucanato atolados numa hipocrisia que mina as conquistas democráticas conquistadas com as lutas sociais.
Cala-se a midiozona, de forma conivente, com as denúncias de corrupção no governo mineiro, do seu sistemático ataque aos servidores públicos – contratou 98 mil servidores públicos sem concurso e de maneira ilegal – e no amordaçamento promovido à parte da imprensa que ousou lhe fazer oposição naquele estado.
12 anos de governo Aécio – Anastasia, quebrou o estado de Minas e ficam propagandeando o sucesso do “choque de gestão” do neto do Tancredo. De acordo com Fabrício A. de Oliveira, em artigo escrito no site Brasil Debate, “em 2013, o déficit orçamentário do governo [de Minas] atingiu R$ 948 milhões, o que não ocorria desde 2004, o déficit nominal R$ 8,9 bilhões, e o déficit primário R$ 86 milhões (...).
Por isso, a dívida consolidada líquida (DCL) deu um salto no ano de mais de R$ 9 bilhões, passando de R$ 70,4 bilhões, em 2012, para R$ 79,7 bilhões, em 2013, correspondendo a 185% de sua receita corrente líquida (ECL).”
É esse o governante que quer comandar a economia do país?
A que custos estes setores reacionários querem obter a vitória eleitoral? Promovendo o preconceito e a intolerância? Jogando o jornalismo na lata do lixo? Instrumentalizando e desacreditando instituições como o poder judiciário e o Ministério Público? A manipulação do debate decisivo entre Lula e Collor, em 1989, faz parte da constituição genética da Globo. A Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e a revista Veja, se esforçam para ter o mesmo DNA do jornalismo, manipulador, do império midiático da família Marinho. Uma excrescência que somente será superada com uma nova legislação sobre a mídia.
A falta de água em São Paulo é tão grave que obrigou a tucana Folha de S. Paulo a escrever, dia 9/10, um editorial sobre a crise. Passado quatro dias das eleições, e após ter assegurado a reeleição do governador do PSDB no primeiro turno, o editorial parece ter sido escrito por um petista. Um esforço inócuo para mostrar que tem o que não possuem: independência do Palácio Bandeirantes.
Acertou em chamar de piada pronta a afirmação de que “não existe racionamento, existe administração da disponibilidade de água”, dada pela presidenta da Sabesp, Dilma Pena. Não hesitou em afirmar que o governador Alckmin não age com a transparência que o tema exige. Acusou, ainda, os tucanos que governam o estado, desde 1995, de terem sido omissos frente aos inúmeros relatórios técnicos que alertaram sobre a necessidade de aumentar a capacidade das reservas de águas. Finalizou dizendo que o tucano governador ao invés de enfrentar a grave crise a escondeu por causa do calendário eleitoral.
Se a Folha sabia da gravidade da situação e estivesse realmente preocupada com os interesses da população, por que somente agora expõe a omissão, a irresponsabilidade e a incapacidade administrativa dos governos tucanos? E o faz num mísero editorial que passa totalmente desapercebido da maioria dos seus leitores. Nenhuma dessas verdades ocupou as manchetes da primeira página do jornal ou obteve destaque no site da internet. A irresponsabilidade e a omissão, atribuída agora ao Alckimin, deve ser atribuída também, e principalmente, à Folha de S. Paulo, ao Estado de S. Paulo, Rede Globo e revista Veja, a chamada midiozona. Foram co-participantes da estratégia eleitoral dos tucanos. Cada um com seu quinhão de irresponsabilidades pelo adiamento na adoção das medidas necessárias para enfrentar a grave crise.
Da mesma forma, apurados os votos das urnas, ficou evidenciada a instrumentalização que ocorreu com os institutos de pesquisas eleitorais. O candidato do PT, Alexandre Padilha, obteve uma votação muito superior aos índices divulgados pelas pesquisas eleitorais até a véspera das eleições. Índices que justificaram a decisão política da Rede Globo de não promover a cobertura de sua campanha eleitoral, criando uma impressão, falsa, de que a disputa do governo estava polarizada entre o candidato do PMDB, Paulo Skaf, e o tucano Geraldo Alckimin.
Passado o primeiro turno, com o embate agora centrado, principalmente na disputa do governo federal, os setores reacionários da sociedade brasileira, esperançosos com a expressiva e surpreendente votação que o tucano Aécio Neves obteve, não hesitam em recorrer a quaisquer armas para atingir seus objetivos eleitorais.
Rotular os votos petistas como dados pelos ignorantes dos grotões – coincidentemente os pobres – como fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é apenas a ponta doiceberg do preconceito e da intolerância que está sendo estimulada em nossa sociedade. Os resquícios dos quatro séculos de uma sociedade escravocrata, latentes na elite brasileira, afloram agora sob o verniz de uma disputa eleitoral. Ao contrário do que pensa Marina Silva, Chico Mendes jamais fez – ou faria! – parte dessa elite brasileira, que sempre foi antissocial, antinacional e antidemocrática, nas palavras do sociólogo Florestan Fernandes.
Agora, setores do poder Judiciário entram em cena. Denúncias sem provas, quando não afirmadas como suposições ou na base do “eu ouvi falar”, são estampadas como veredictos condenatórios. A instrumentalização da delação premiada, envolvendo denúncias de um esquema de corrupção na Petrobras é aviltante. Instituíram para alcançar seus objetivos partidários, o “sigilo judicial com alto-falante”, na feliz definição do jornalista Jânio de Freitas. Enquanto as acusações contra os tucanos, mesmo as com consistentes provas documentadas, permanecem nas gavetas até prescrever.
O candidato Aécio Neves tentou censurar o Google, Yahoo! e Bing, movendo um processo para retirada de links relacionados ao uso de drogas e ao desvio de verbas da saúde. Obteve um mandado de busca e apreensão de computador, HD externo, cds e celular pertencentes a uma jornalista. A polícia invadiu o seu apartamento para cumprir o mandado. Essa violência é ocultada com conivência da mídia que expõe o tucano como um defensor da liberdade de expressão. É mídia empresarial e o tucanato atolados numa hipocrisia que mina as conquistas democráticas conquistadas com as lutas sociais.
Cala-se a midiozona, de forma conivente, com as denúncias de corrupção no governo mineiro, do seu sistemático ataque aos servidores públicos – contratou 98 mil servidores públicos sem concurso e de maneira ilegal – e no amordaçamento promovido à parte da imprensa que ousou lhe fazer oposição naquele estado.
12 anos de governo Aécio – Anastasia, quebrou o estado de Minas e ficam propagandeando o sucesso do “choque de gestão” do neto do Tancredo. De acordo com Fabrício A. de Oliveira, em artigo escrito no site Brasil Debate, “em 2013, o déficit orçamentário do governo [de Minas] atingiu R$ 948 milhões, o que não ocorria desde 2004, o déficit nominal R$ 8,9 bilhões, e o déficit primário R$ 86 milhões (...).
Por isso, a dívida consolidada líquida (DCL) deu um salto no ano de mais de R$ 9 bilhões, passando de R$ 70,4 bilhões, em 2012, para R$ 79,7 bilhões, em 2013, correspondendo a 185% de sua receita corrente líquida (ECL).”
É esse o governante que quer comandar a economia do país?
A que custos estes setores reacionários querem obter a vitória eleitoral? Promovendo o preconceito e a intolerância? Jogando o jornalismo na lata do lixo? Instrumentalizando e desacreditando instituições como o poder judiciário e o Ministério Público? A manipulação do debate decisivo entre Lula e Collor, em 1989, faz parte da constituição genética da Globo. A Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e a revista Veja, se esforçam para ter o mesmo DNA do jornalismo, manipulador, do império midiático da família Marinho. Uma excrescência que somente será superada com uma nova legislação sobre a mídia.
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