Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Ontem Dilma Rousseff comprovou que sua melhor performance é nas entrevistas coletivas e/ou conversas informais. Sobressai, ai, a prosa inteligente, espirituosa e os raciocínios claros - em contraposição aos debates, onde a tensão por vezes atrapalha a explanação das ideias.
Dois aspectos da coletiva de ontem.
O primeiro, a economia e a questão fiscal.
Nos jornais de hoje, alguns articulistas alegam que Dilma passou a tomar medidas de ajuste que negara na campanha. Não é verdade. Na campanha, a discussão foi entre medidas draconianas (propostas por Eduardo Gianetti, pela Marina, e Arminio Fraga, por Aécio) e ajuste gradual (defendido por Dilma). O reajuste moderado dos combustíveis - ajudado em parte pela queda dos preços internacionais de petróleo - é ajuste gradual. Na entrevista, Dilma reafirmou seu compromisso com o gradualismo.
O segundo ponto, foi a questão da regulação econômica da mídia.
A segurança com que entrou no tema, a explicitação das diferenças entre ajuste econômico e controle de conteúdo, marca uma nova etapa do tema. E mostra uma presidente afirmativa como não se viu no primeiro governo, sem receio de arrostar os tabus.
Aliás, foi certeira ao ironizar a composição "bolivariana" do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), fórum que junta desde lideranças de movimentos sociais a banqueiros.
O caso da mídia
Ontem coloquei no Blog um vídeo surpreendente do último programa de Jô Soares e suas "meninas". Infelizmente não entrou o som.
Conforme expliquei na série "O caso de Veja", em 2006, Jô foi o primeiro comunicador a perceber a nova onda do mercado de opinião, de explorar a suposta superioridade social e intelectual da classe média internacionalizada contra os "cucarachos".
Explorou pioneiramente o tema, foi seguido por Arnaldo Jabor, depois abriram-se as porteiras e o terreiro foi invadido por pitbulls de todos os tamanhos.
No programa, as "meninas" começaram a explorar o preconceito, seguindo a receita habitual, quando foram interrompidas por Jô, com palavras sensatas. Falou do ridículo de comparar o Brasil com a Bolívia, do ridículo de julgar que no atual estágio de desenvolvimento poder ser controlado por um regime chavista.
A posição de Jô surpreendeu suas "meninas". Com olhar atilado dos grandes pensadores, uma delas soltou essa pérola: "Será mesmo, Jô? Deus te ouça". Em seguida, uma crítica acerba ao PSDB, pelo fato de muitos de seus integrantes terem avalizado os manifestos da ultra-direita.
Quando se pensava que Jô já encerrara a aula, veio a segunda lição, mais surpreendente ainda: uma defesa eloquente de Evo Morales. Disse que Morales é um índio que fez muito por seu povo e acabou atacado por uma elite insensível.
Pode ter sido apenas um pequeno clarão no padrão Globo de show bizz. Ou não.
Dois aspectos da coletiva de ontem.
O primeiro, a economia e a questão fiscal.
Nos jornais de hoje, alguns articulistas alegam que Dilma passou a tomar medidas de ajuste que negara na campanha. Não é verdade. Na campanha, a discussão foi entre medidas draconianas (propostas por Eduardo Gianetti, pela Marina, e Arminio Fraga, por Aécio) e ajuste gradual (defendido por Dilma). O reajuste moderado dos combustíveis - ajudado em parte pela queda dos preços internacionais de petróleo - é ajuste gradual. Na entrevista, Dilma reafirmou seu compromisso com o gradualismo.
O segundo ponto, foi a questão da regulação econômica da mídia.
A segurança com que entrou no tema, a explicitação das diferenças entre ajuste econômico e controle de conteúdo, marca uma nova etapa do tema. E mostra uma presidente afirmativa como não se viu no primeiro governo, sem receio de arrostar os tabus.
Aliás, foi certeira ao ironizar a composição "bolivariana" do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), fórum que junta desde lideranças de movimentos sociais a banqueiros.
O caso da mídia
Ontem coloquei no Blog um vídeo surpreendente do último programa de Jô Soares e suas "meninas". Infelizmente não entrou o som.
Conforme expliquei na série "O caso de Veja", em 2006, Jô foi o primeiro comunicador a perceber a nova onda do mercado de opinião, de explorar a suposta superioridade social e intelectual da classe média internacionalizada contra os "cucarachos".
Explorou pioneiramente o tema, foi seguido por Arnaldo Jabor, depois abriram-se as porteiras e o terreiro foi invadido por pitbulls de todos os tamanhos.
No programa, as "meninas" começaram a explorar o preconceito, seguindo a receita habitual, quando foram interrompidas por Jô, com palavras sensatas. Falou do ridículo de comparar o Brasil com a Bolívia, do ridículo de julgar que no atual estágio de desenvolvimento poder ser controlado por um regime chavista.
A posição de Jô surpreendeu suas "meninas". Com olhar atilado dos grandes pensadores, uma delas soltou essa pérola: "Será mesmo, Jô? Deus te ouça". Em seguida, uma crítica acerba ao PSDB, pelo fato de muitos de seus integrantes terem avalizado os manifestos da ultra-direita.
Quando se pensava que Jô já encerrara a aula, veio a segunda lição, mais surpreendente ainda: uma defesa eloquente de Evo Morales. Disse que Morales é um índio que fez muito por seu povo e acabou atacado por uma elite insensível.
Pode ter sido apenas um pequeno clarão no padrão Globo de show bizz. Ou não.
7 comentários:
Tem uma virgula entre todas as palavras dele. Acredito na virgula!
Entre todas as palavras proferidas por ele ha uma virgula. Acredito na virgula!
Como vc. mesmo observou, Jô é um visionário em se tratando de oportunidades e oportunismo, sabe que os próximos governos serão Petistas tb, por isso já demonstra um certo carinho para os "menos favorecidos".
Assistindo a noticia agora pouco vi que houve um aumento dos pequenos cruzeiros na costa desse nosso incrível e belo pais, na reportagem se falou que pequenos cruzeiros permitem fazelos mais intimistas pode=se fazer sua festa de aniverssario personalizada no navio basta para isso agendar, ai um jovem empresário na entrevista diz ter feito quinze dessas viagens Deus deve gostar muito dele pois ele já esta planejando nova viagem onde se pode incluir quantos convidados você quiser no cruzeiro, bem derrepente sou amigo dele e nem sabia mas começo a entender um dos motivos da inflação navegar é preciso mas quem banca isso tudo.
Bobagem querer entender a mente do reizinho jo soares, suspeito não tenho certeza ainda que ele quer é vacinar os tontos que ainda veem nele a inteligência em plena ação, mau sabem os tontos dele, do seu desprezo e a soberba se tivessem essa capacidade, mas são coxinhas e não tem como, e se suas palavras no programa se pareceram destoantes da habitual conspiração pequena burguêsa de sempre é apenas vacina, para que sabendo que vem ai uma nova Lei nesse pais ele o reizinho precisa ter argumento de que é democrata até os ossos logo ele que de osso é vacina pra garantir que o mau esta nos outros,pra cima de mim não deixa pros coxinhas sua pregação mentirosa e pseudo intelectual conheço os Jo Soares e as meninas dele nem tomando todas.
Eu assisti e me surpreendi com as palavras do Jô, até por que ele falou sério, sem fazer piadinhas, como é de seu feitio. Quem fez o comentário: "será, Jô?" foi a Lilian Witfibe, que está cada dia mais raivosa, é uma das que mais se exalta na defesa do PSDB. Ela está neurótica, não quer nem ouvir quando alguém rebate seus argumentos, tanto é assim que as outras se calaram e só ela questionou o apresentador.
Estou com medo de omitir ou usar indevidamente as vírgulas e os seus demais irmãos de pontuação. Mas, relativamente à Jô Soares, sem que isso tenha nada a ver com o fato de eu e ele comemorarmos nossos aniversários no mesmo dia do ano ( 16 de janeiro), creio que a sua atitude pode estar ligada a um mea culpa de quem sabe que dobrou o Cabo da Boa Esperança, pois brevemente fará 78 anos e somente Deus sabe o que lhe ocorreu durante o tempo em que teve que se debater com uma pneumonia ( uma das principais ameaças mortais recorrentes de todos os que ultrapassarão os 75 anos de idade). Jô Soares já foi um dia um progressista. Embarcou na canoa furada do PSDB talvez por inércia de quem era amigo íntimo de expoentes do neoliberalismo como FHC, José Serra, Arnaldo Jabor , entre outros. Sua militância contra os governos de Lula e Dilma me surpreenderam, a mim e a maioria dos que somos de esquerda, me fazendo não mais assistir o seu programa ( certamente Jô tem esses dados sobre a sua quase nula audiência entre os que defendem os governos de Lula e Dilma). Mas isso tudo, notem bem!, foi antes de Jô ter sido internado e ter corrido , de fato, risco de morte ( um homem com 77 anos com pneumonia , mesmo que aos cuidados de equipe médica de altíssimo gabarito, como a do hospital Sírio-Libanês, está correndo um razoável risco de vir a óbito, crescendo a taxa de óbitos exponencialmente a partir dos 75 anos de idade). A morte não mais como uma piada , como objeto de troça no seu programa nas madrugadas , é uma conselheira crítica muito poderosa para quem, como Jô, sabe perfeitamente a diferença entre ser um democrata ou ser um reacionário. Portanto, creio que se deva dar um pequeno crédito à sinceridade de Jô em sua intervenção. Se ele continuar procedendo assim me disponho até a voltar a sintonizar a TV no seu programa. Afinal, confesso que sinto falta dos tempos em que me encontrava entre os admiradores da inteligência de Jô Soares ( embora me faça mais falta ainda os programas humorísticos de Jô iguais aos quais jamais se fizeram outros iguais, infelizmente)
Postar um comentário