sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O massacre de jovens em Belém

Por Dandara Lima, no site da União da Juventude Socialista (UJS):

A periferia da capital paraense presenciou momentos de terror na madrugada de terça-feira (04) para quarta-feira (05). Jovens foram assassinados em uma provável retaliação a morte de um policial militar.

O cabo Antônio Marco Silva Figueiredo, 43 anos, conhecido como Cabo Pety, foi morto na terça-feira (04), o que gerou uma violenta reação dos policiais da Rotam (Ronda Ostensiva Tática Metropolitana). A página oficial da organização convocou os policiais para uma “caça” em resposta a morte do cabo.




De acordo com o coletivo Cultura Verde, suspeita-se que o policial era ligado a uma milícia no bairro do Guamá e ficou conhecido pelos “esculachos” e execuções de muitos jovens nas periferias da cidade, fato que teria feito sua morte ser amplamente comemorada em diversos bairros periféricos.

Durante a coletiva de imprensa realizada na manhã dessa quarta-feira, o governo estadual confirmou oito homicídios, mas a população em pânico suspeita que o número seja muito maior e também, que o grupo de extermínio tenha envolvimento com os policiais da Rotam.

No bairro da Terra Firme, o cobrador de ônibus Bruno de Souza Gemaque, de 20 anos, foi assassinado na Rua São Domingos. Na passagem Brasília, a vítima foi um adolescente de 16 anos, e na passagem Gabriel Pimenta, mataram Jefferson Cabral Reis, de 27 anos, servente de um supermercado e deficiente físico. As outras vítimas ainda não tiveram sua identidade confirmada.




Em entrevista ao programa Metendo Bronca da RBATV, o coronel Leno Carmo avisou que o efetivo de policiais nas ruas de Belém foi reforçado, e declarou que se comprovado o envolvimento de policiais militares com o massacre, todos serão punidos e expulsos da corporação.

Entidades e movimentos de direitos humanos da região suspeitam que o massacre já tenha chegado a 50 mortos. O pânico generalizado da população e o sentimento de descaso por parte do poder público instaurou um toque de recolher involuntário. Vídeos, imagens e áudios tem circulado pelas redes sociais com informações difusas sobre a situação em Belém (PA).

Segundo comentário feito pela própria Rotam na postagem em que afirma que a “caça começou”, os mortos já são 35 e os municípios de Ananindeua, Marituba, Santa Izabel e Castanhal também estão na mira da corporação.




O massacre travestido de “guerra às drogas” atinge jovens negros da periferia, e suas mortes são justificadas com “autos de resistência” ou “confronto” com policiais militares.

A UJS Pará está acompanhando o caso com a população e a Secretaria de Segurança Pública, de acordo com o dirigente de comunicação, Igor Augusto, em breve divulgarão nota de repúdio e os encaminhamentos práticos para enfrentar essa situação.

De acordo com o Conjuve (Conselho Nacional de Juventude) entre os dias 18 e 19 de novembro o fim dos autos de resistência estará em pauta no Congresso Nacional.

1 comentários:

Anônimo disse...

Cadê o Ministério Público?