Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
Vamos por partes: já escrevi sobre a megaoperação da Globo – que usou o seu poder de agitação para chamar a manifestação durante toda a manhã de domingo.
A estratégia foi um “esquenta”, inflando os atos da manhã (em geral, fracos), mas concentrando tudo no ato na Paulista à tarde.
Havia um discurso ensaiado dos repórteres, em que se escondia do público todo viés militaresco dos manifestantes. Na Globo, tudo se resumia a uma “manifestação das famílias, pela Democracia, contra Dilma e a corrupção” (clique aqui para ver mais).
A Globo foi a central de operações do dia 15. E o teatro de operações foi a Paulista.
Reparem: Ronaldo gordo é do Rio, mas foi pra Paulista vestindo camiseta do Aécio; Ronaldo Caiado é goiano, mas foi pra Paulista. Artistas globais, tucanos, demos e a Globo: tudo convergiu pra Paulista.
Ali Kamel e seus subalternos fizeram um show. Os números iam crescendo: 280 mil na Paulista, meia hora depois eram 500 mil pessoas. E, numa mesma entrada ao vivo, eu vi a apresentadora no estúdio da Globo falar em 500 mil, e na sequencia o repórter falar: “não, a PM atualizou para 1 milhão de pessoas”. Em 15 minutos! Fenômeno…
Claro que não havia 1 milhão na Paulista. Não cabe! (clique aqui para ler o texto completo com as contas e os números – que evidenciam a manipulação da Globo).
Sim, de toda forma, havia muita gente: cerca de 200 mil ou 250 mil. Mas isso não deve apavorar ninguém.
Na Argentina e na Venezuela, a direita põe milhares nas ruas, há mais de 5 anos. E não ganha. A diferença é que lá o governo enfrenta. Faz a batalha de comunicação.
De resto, lembremos: São Paulo é o nó do Brasil. E os paulistas com raiva fazem besteira. Fizeram em 32 – quando a elite cafeeira insuflou a classe média a lutar contra o governo central.
A paulistada foi dar tiro na trincheira em 32! Hoje, falta pouco pra isso. Há um ódio que escorre pela sarjeta – insuflado por blogueiros valentões (como esse aqui, o Reinaldo descontrolado) e pela Globo.
Na eleição, os paulistas deram dois terços dos votos para Aécio. Em bairros ricos, que circundam a Paulista, a proporção passou dos 80% dos votos contra o PT!
Sim, havia uma imensa maioria de classe média na Paulista neste domingo. Mas é verdade que em São Paulo o ódio transpassa a elite e chega ao povo. Havia, sim, parcelas (minoritárias) de povão, da tal classe C na manifestação deste domingo.
De novo, nenhuma novidade. Em São Paulo, em 2014, bairros de Classe C votaram em Aécio numa proporção de 60 x 40. Isso, de alguma forma se refletiu na rua do dia 15. Mas seria tolo não reconhecer que a direita ganhou força, e está no ataque.
Em outras partes do Brasil, não foi assim: no Rio e em BH, mas principalmente no Nordeste, nesse dia 15 a elite branca é que foi gritar seu ódio contra Dilma, contra o PT. Tudo disfarçado de “combate à corrupção”. Em Salvador, não havia negros na rua. Parecia Blumenau. No Rio, era a zona sul protestando com ajuda da Globo.
Sim, há motivos para estar insatisfeito com o governo. Isso é uma coisa. Mas a explosão de ódio que vimos na eleição, e vemos agora de novo (sobretudo em São Paulo), é bem mais que isso.
O Nordeste e o povo trabalhador precisam se preparar porque os paulistas estão querendo armar outro 1932.
Esqueçam São Paulo nos próximos 3 ou 4 anos. Isso aqui está perdido. A direita extremada vai avançar. E a direita extremada que não se cria em outras partes vai correr pra cá. Quanto mais mostrar sua cara (queimando diretórios do PT, ou ‘enforcando’ bonecos de Lula e Dilma – como fizeram hoje em Jundiaí), mais o Brasil vai perceber qual o caráter da luta que será travada neste país.
O resumo da luta é esse: elite paulista+Globo x povo trabalhador do Brasil.
Se essa batalha ficar clara, os trabalhadores vão ganhar. De novo.
Na soma de todo o Brasil, e com apoio maciço e descarado da Globo, essa gente não botou 1/2 milhão nas ruas. A Dilma, com o país em crise, e com todos os erros políticos, ganhou com 54 milhões de votos.
O Brasil não é a Paulista da direita extremada, não é a Globo.
Mas só é possível enfrentara direita se Dilma mudar a politica. E se Lula sair da toca. Mãos á obra! Vamos enfrentar essa gente – que vagou feito zumbi pelas tristes ruas da minha cidade. São Paulo da garoa virou São Paulo da seca e do ódio.
P.S.: meia hora depois de escrever esse texto, vi que DataFolha estimou em 210 mil o número de manifestantes na Paulista. A PM fala em 1 milhão. Estranhamente, na hora de dar números do Brasil, aí UOL usa os números da PM. O fato é que a Globo e a PM estão inflando. A direita foi pra rua, mas não vai falar sozinha.
Vamos por partes: já escrevi sobre a megaoperação da Globo – que usou o seu poder de agitação para chamar a manifestação durante toda a manhã de domingo.
A estratégia foi um “esquenta”, inflando os atos da manhã (em geral, fracos), mas concentrando tudo no ato na Paulista à tarde.
Havia um discurso ensaiado dos repórteres, em que se escondia do público todo viés militaresco dos manifestantes. Na Globo, tudo se resumia a uma “manifestação das famílias, pela Democracia, contra Dilma e a corrupção” (clique aqui para ver mais).
A Globo foi a central de operações do dia 15. E o teatro de operações foi a Paulista.
Reparem: Ronaldo gordo é do Rio, mas foi pra Paulista vestindo camiseta do Aécio; Ronaldo Caiado é goiano, mas foi pra Paulista. Artistas globais, tucanos, demos e a Globo: tudo convergiu pra Paulista.
Ali Kamel e seus subalternos fizeram um show. Os números iam crescendo: 280 mil na Paulista, meia hora depois eram 500 mil pessoas. E, numa mesma entrada ao vivo, eu vi a apresentadora no estúdio da Globo falar em 500 mil, e na sequencia o repórter falar: “não, a PM atualizou para 1 milhão de pessoas”. Em 15 minutos! Fenômeno…
Claro que não havia 1 milhão na Paulista. Não cabe! (clique aqui para ler o texto completo com as contas e os números – que evidenciam a manipulação da Globo).
Sim, de toda forma, havia muita gente: cerca de 200 mil ou 250 mil. Mas isso não deve apavorar ninguém.
Na Argentina e na Venezuela, a direita põe milhares nas ruas, há mais de 5 anos. E não ganha. A diferença é que lá o governo enfrenta. Faz a batalha de comunicação.
De resto, lembremos: São Paulo é o nó do Brasil. E os paulistas com raiva fazem besteira. Fizeram em 32 – quando a elite cafeeira insuflou a classe média a lutar contra o governo central.
A paulistada foi dar tiro na trincheira em 32! Hoje, falta pouco pra isso. Há um ódio que escorre pela sarjeta – insuflado por blogueiros valentões (como esse aqui, o Reinaldo descontrolado) e pela Globo.
Na eleição, os paulistas deram dois terços dos votos para Aécio. Em bairros ricos, que circundam a Paulista, a proporção passou dos 80% dos votos contra o PT!
Sim, havia uma imensa maioria de classe média na Paulista neste domingo. Mas é verdade que em São Paulo o ódio transpassa a elite e chega ao povo. Havia, sim, parcelas (minoritárias) de povão, da tal classe C na manifestação deste domingo.
De novo, nenhuma novidade. Em São Paulo, em 2014, bairros de Classe C votaram em Aécio numa proporção de 60 x 40. Isso, de alguma forma se refletiu na rua do dia 15. Mas seria tolo não reconhecer que a direita ganhou força, e está no ataque.
Em outras partes do Brasil, não foi assim: no Rio e em BH, mas principalmente no Nordeste, nesse dia 15 a elite branca é que foi gritar seu ódio contra Dilma, contra o PT. Tudo disfarçado de “combate à corrupção”. Em Salvador, não havia negros na rua. Parecia Blumenau. No Rio, era a zona sul protestando com ajuda da Globo.
Sim, há motivos para estar insatisfeito com o governo. Isso é uma coisa. Mas a explosão de ódio que vimos na eleição, e vemos agora de novo (sobretudo em São Paulo), é bem mais que isso.
O Nordeste e o povo trabalhador precisam se preparar porque os paulistas estão querendo armar outro 1932.
Esqueçam São Paulo nos próximos 3 ou 4 anos. Isso aqui está perdido. A direita extremada vai avançar. E a direita extremada que não se cria em outras partes vai correr pra cá. Quanto mais mostrar sua cara (queimando diretórios do PT, ou ‘enforcando’ bonecos de Lula e Dilma – como fizeram hoje em Jundiaí), mais o Brasil vai perceber qual o caráter da luta que será travada neste país.
O resumo da luta é esse: elite paulista+Globo x povo trabalhador do Brasil.
Se essa batalha ficar clara, os trabalhadores vão ganhar. De novo.
Na soma de todo o Brasil, e com apoio maciço e descarado da Globo, essa gente não botou 1/2 milhão nas ruas. A Dilma, com o país em crise, e com todos os erros políticos, ganhou com 54 milhões de votos.
O Brasil não é a Paulista da direita extremada, não é a Globo.
Mas só é possível enfrentara direita se Dilma mudar a politica. E se Lula sair da toca. Mãos á obra! Vamos enfrentar essa gente – que vagou feito zumbi pelas tristes ruas da minha cidade. São Paulo da garoa virou São Paulo da seca e do ódio.
P.S.: meia hora depois de escrever esse texto, vi que DataFolha estimou em 210 mil o número de manifestantes na Paulista. A PM fala em 1 milhão. Estranhamente, na hora de dar números do Brasil, aí UOL usa os números da PM. O fato é que a Globo e a PM estão inflando. A direita foi pra rua, mas não vai falar sozinha.
1 comentários:
Até quando vamos ficar neste "mi-mi-mi", neste "nhém-nhém-nhém" contra a Globo, "Estadão", "Folha" e etc, Esta é a linha editoria deles e não vai mudar nunca.
Uma abraço.
Eduardo.
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