Do site da Contee:
A atual conjuntura política brasileira e o papel da comunicação dos movimentos sociais e sindical no enfrentamento à onda conservadora que assola o país foi o tema de abertura do 3º Seminário de Comunicação da Contee, que teve início hoje (10), em Belo Horizonte. O debate, que abordou também o papel das redes sociais no diálogo com a categoria e com a sociedade, estendeu-se por mais de quatro horas e possibilitou uma troca de experiências entre as dezenas de representantes das entidades filiadas à Confederação presentes no evento, de jornalistas a diretores.
Após a saudação inicial feita pela coordenadora-geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto, pela coordenadora da Secretaria de Comunicação Social, Cristina de Castro, e pelo presidente do Sinpro Minas e vereador da capital mineira Gilson Reis, o jornalista Altamiro Borges fez uma reflexão acerca do quadro complexo vivido pelo país. “É mais que uma onda neoliberal, há uma onda neofascista no mundo. Isso está se refletindo na América Latina. Estamos vivendo um período de muita dificuldade para os trabalhadores no mundo, na América Latina e no Brasil. Uma realidade de perda de direitos”, destacou Miro, citando a aprovação, na última quarta-feira (8), do Projeto de Lei 4.330/04, que escancara a terceirização.
“Essa semana fica para a história e uma parte do movimento sindical ainda não se deu conta do que representa o PL 4.330. É uma bomba, acaba com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estimula a irresponsabilidade das empresas. É um estímulo ao trabalho escravo no Brasil, um desmonte da legislação trabalhista. Pode estar sendo decretado o pior período da história do sindicato brasileiro”.
A questão do PL 4.330 e a forma como os trabalhadores perceberam ou não a ameaça aos seus direitos passa diretamente pela disputa de discurso no próprio campo da comunicação. “Não são as formas partidárias da direita que estão com força. Quem unifica a direita hoje é a mídia”, observou Miro. Assim, segundo ele, enfrentar esse poder midiático que continua forte, a despeito da crise em seu modelo de negócios, exige dois desafios combinados. “O primeiro é diminuir o poder desse exército regular. Como? É simples. Aplique-se o que está escrito na Constituição”, resume. “A Constituição brasileira é muito avançada no que diz respeito à Comunicação. É proibido monopólio e oligopólio nos meios de comunicação. Isso está escrito, só que nunca foi regulamentado. A única área da economia que não tem controle de monopólio é a mídia.” Por outro lado, de acordo com o jornalista, é necessário fortalecer os instrumentos comunicacionais dos trabalhadores e de todo o campo popular, inclusive exigindo o apoio de políticas públicas.
Redes sociais
Na segunda parte do debate desta sexta-feira , o publicitário Fernando Waschburger abordou as mídias sociais e sua relação com a categoria. Mais do que isso, ele frisou também como as redes sociais servem para discutir as pautas dos trabalhadores – e, no caso, especificamente dos trabalhadores em educação – com a sociedade. “É importante deixar de falar só para nós e passar a falar para a sociedade.”
Novamente, a aprovação do PL 4.330 serviu de exemplo para provocar a reflexão sobre as possíveis falhas comunicacionais das entidades sindicais, tanto no esclarecimento quanto da mobilização dos trabalhadores. “A direita leva vantagem, porque é muito mais fácil desconstruir do que construir”, destacou. Entretanto, em relação aos professores e técnicos administrativos do setor privado, categoria representada pela Contee e suas entidades filiadas, Fernando ponderou que não deve haver um sentimento de frustração quando um post ou campanha não alcança a repercussão ou compartilhamento esperado nas mídias sociais, haja vista que cada coisa que um trabalhador posta é observado inclusive por seus patrões. “A identificação de um funcionário do setor privado com uma causa que enfrente seu patrão tem que ser levada em conta”, enfatizou. “A rede social gera conteúdos e argumentos. O papel da Contee como geradora de conteúdo é importante para mostrar que a gente não está sozinho, que temos uma confederação nacional que congrega sindicatos do Brasil inteiro.” Apesar dessa relevância, ele fez questão de frisar que a internet jamais vai substituir o corpo a corpo e o olho no olho da luta sindical.
A explanação foi seguida por intervenções feitas por representantes das entidades filiadas, que tiveram espaço para fazer observações, críticas e sugestões em relação aos seus próprios modelos de comunicação, à comunicação da Contee e às ferramentas necessárias para fazer com que o discurso chegue à categoria e à sociedade. Foi reiterada também a importância do diálogo permanente entre as entidades e a Confederação.
A atual conjuntura política brasileira e o papel da comunicação dos movimentos sociais e sindical no enfrentamento à onda conservadora que assola o país foi o tema de abertura do 3º Seminário de Comunicação da Contee, que teve início hoje (10), em Belo Horizonte. O debate, que abordou também o papel das redes sociais no diálogo com a categoria e com a sociedade, estendeu-se por mais de quatro horas e possibilitou uma troca de experiências entre as dezenas de representantes das entidades filiadas à Confederação presentes no evento, de jornalistas a diretores.
Após a saudação inicial feita pela coordenadora-geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto, pela coordenadora da Secretaria de Comunicação Social, Cristina de Castro, e pelo presidente do Sinpro Minas e vereador da capital mineira Gilson Reis, o jornalista Altamiro Borges fez uma reflexão acerca do quadro complexo vivido pelo país. “É mais que uma onda neoliberal, há uma onda neofascista no mundo. Isso está se refletindo na América Latina. Estamos vivendo um período de muita dificuldade para os trabalhadores no mundo, na América Latina e no Brasil. Uma realidade de perda de direitos”, destacou Miro, citando a aprovação, na última quarta-feira (8), do Projeto de Lei 4.330/04, que escancara a terceirização.
“Essa semana fica para a história e uma parte do movimento sindical ainda não se deu conta do que representa o PL 4.330. É uma bomba, acaba com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estimula a irresponsabilidade das empresas. É um estímulo ao trabalho escravo no Brasil, um desmonte da legislação trabalhista. Pode estar sendo decretado o pior período da história do sindicato brasileiro”.
A questão do PL 4.330 e a forma como os trabalhadores perceberam ou não a ameaça aos seus direitos passa diretamente pela disputa de discurso no próprio campo da comunicação. “Não são as formas partidárias da direita que estão com força. Quem unifica a direita hoje é a mídia”, observou Miro. Assim, segundo ele, enfrentar esse poder midiático que continua forte, a despeito da crise em seu modelo de negócios, exige dois desafios combinados. “O primeiro é diminuir o poder desse exército regular. Como? É simples. Aplique-se o que está escrito na Constituição”, resume. “A Constituição brasileira é muito avançada no que diz respeito à Comunicação. É proibido monopólio e oligopólio nos meios de comunicação. Isso está escrito, só que nunca foi regulamentado. A única área da economia que não tem controle de monopólio é a mídia.” Por outro lado, de acordo com o jornalista, é necessário fortalecer os instrumentos comunicacionais dos trabalhadores e de todo o campo popular, inclusive exigindo o apoio de políticas públicas.
Redes sociais
Na segunda parte do debate desta sexta-feira , o publicitário Fernando Waschburger abordou as mídias sociais e sua relação com a categoria. Mais do que isso, ele frisou também como as redes sociais servem para discutir as pautas dos trabalhadores – e, no caso, especificamente dos trabalhadores em educação – com a sociedade. “É importante deixar de falar só para nós e passar a falar para a sociedade.”
Novamente, a aprovação do PL 4.330 serviu de exemplo para provocar a reflexão sobre as possíveis falhas comunicacionais das entidades sindicais, tanto no esclarecimento quanto da mobilização dos trabalhadores. “A direita leva vantagem, porque é muito mais fácil desconstruir do que construir”, destacou. Entretanto, em relação aos professores e técnicos administrativos do setor privado, categoria representada pela Contee e suas entidades filiadas, Fernando ponderou que não deve haver um sentimento de frustração quando um post ou campanha não alcança a repercussão ou compartilhamento esperado nas mídias sociais, haja vista que cada coisa que um trabalhador posta é observado inclusive por seus patrões. “A identificação de um funcionário do setor privado com uma causa que enfrente seu patrão tem que ser levada em conta”, enfatizou. “A rede social gera conteúdos e argumentos. O papel da Contee como geradora de conteúdo é importante para mostrar que a gente não está sozinho, que temos uma confederação nacional que congrega sindicatos do Brasil inteiro.” Apesar dessa relevância, ele fez questão de frisar que a internet jamais vai substituir o corpo a corpo e o olho no olho da luta sindical.
A explanação foi seguida por intervenções feitas por representantes das entidades filiadas, que tiveram espaço para fazer observações, críticas e sugestões em relação aos seus próprios modelos de comunicação, à comunicação da Contee e às ferramentas necessárias para fazer com que o discurso chegue à categoria e à sociedade. Foi reiterada também a importância do diálogo permanente entre as entidades e a Confederação.
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