Por Bepe Damasco, em seu blog:
Embora o número de manifestantes tenha ficado bem aquém do que esperavam seus organizadores do submundo da política, sinceramente pouco importa se o ato de São Paulo teve mais ou menos de 100 mil pessoas ou se em todos os estados tenham acontecido protestos, mesmo que em alguns uma quantidade pífia de pessoas tenha dado o ar da graça.
Também não causa nenhuma surpresa a artimanha global de manter sua programação normal na TV aberta, com chamadas ao vivo direto das manifestações, mas escalando a GloboNews para cobrir o dia inteiro os protestos, com direito aos comentaristas de sempre no estúdio e a repórteres que pareciam se confundir com os manifestantes, tamanho o "vigor cívico" que exibiam.
A esta altura da crise política, penso ser mais eficaz para se entender o fenômeno focar no conteúdo dos atos, nas suas bandeiras políticas e palavras de ordem expostas em faixas, cartazes e bonecos, na fala dos oradores, no semblante das pessoas. E misturando e espremendo tudo isso, praticamente não sobra nada que preste em termos de convicção democrática, consciência republicana e um mínimo de informação política por parte do grosso dos manifestantes. Sem falar no já conhecido déficit de civilidade e educação, espécie de marca registrada da turba que pede a ruptura da ordem democrática nas ruas.
Chega a ser assustadora a constatação de que parte significativa dos bem-nascidos brasileiros, das classes médias e alta, seja composta por analfabetos políticos irreversíveis, gente que, embora tenha tido a oportunidade de estudar, muitos até em bons colégios, ostente uma abissal falta de conhecimentos históricos e políticos. Uns pedem intervenção militar, outros querem que a presidenta Dilma se suicide, mais uma leva prega a prisão de Lula e berram pelo fim do PT. Todos desejam ardentemente que a nossa democracia se dane e bradam pelo golpe.
Nada disso, porém, ofusca o fato de que o governo Dilma está no "volume morto" da popularidade, como reconhece o ex-presidente Lula. Mas, na certa, essas manifestações não contam com a esmagadora maioria dos que torcem o nariz para o governo devido ao aumento das tarifas de energia elétrica, do preço da gasolina, da inflação que teima em encher o saco, do nível de emprego que já não está alto como nos outros anos da era petista, do ajuste fiscal que poupa os ricos.
Neste domingo, dia 16 de agosto, o perfil de quem aderiu às manifestações foi o mesmo dos protestos de março e abril. A grande massa permanece silenciosa, em que pese reprove o governo O desafio do governo é recuperar a confiança desses brasileiros e brasileiras, pois os que disseminam intolerância e ódio são um caso perdido. Não para o governo ou para PT, mas para a causa democrática.
Embora o número de manifestantes tenha ficado bem aquém do que esperavam seus organizadores do submundo da política, sinceramente pouco importa se o ato de São Paulo teve mais ou menos de 100 mil pessoas ou se em todos os estados tenham acontecido protestos, mesmo que em alguns uma quantidade pífia de pessoas tenha dado o ar da graça.
Também não causa nenhuma surpresa a artimanha global de manter sua programação normal na TV aberta, com chamadas ao vivo direto das manifestações, mas escalando a GloboNews para cobrir o dia inteiro os protestos, com direito aos comentaristas de sempre no estúdio e a repórteres que pareciam se confundir com os manifestantes, tamanho o "vigor cívico" que exibiam.
A esta altura da crise política, penso ser mais eficaz para se entender o fenômeno focar no conteúdo dos atos, nas suas bandeiras políticas e palavras de ordem expostas em faixas, cartazes e bonecos, na fala dos oradores, no semblante das pessoas. E misturando e espremendo tudo isso, praticamente não sobra nada que preste em termos de convicção democrática, consciência republicana e um mínimo de informação política por parte do grosso dos manifestantes. Sem falar no já conhecido déficit de civilidade e educação, espécie de marca registrada da turba que pede a ruptura da ordem democrática nas ruas.
Chega a ser assustadora a constatação de que parte significativa dos bem-nascidos brasileiros, das classes médias e alta, seja composta por analfabetos políticos irreversíveis, gente que, embora tenha tido a oportunidade de estudar, muitos até em bons colégios, ostente uma abissal falta de conhecimentos históricos e políticos. Uns pedem intervenção militar, outros querem que a presidenta Dilma se suicide, mais uma leva prega a prisão de Lula e berram pelo fim do PT. Todos desejam ardentemente que a nossa democracia se dane e bradam pelo golpe.
Nada disso, porém, ofusca o fato de que o governo Dilma está no "volume morto" da popularidade, como reconhece o ex-presidente Lula. Mas, na certa, essas manifestações não contam com a esmagadora maioria dos que torcem o nariz para o governo devido ao aumento das tarifas de energia elétrica, do preço da gasolina, da inflação que teima em encher o saco, do nível de emprego que já não está alto como nos outros anos da era petista, do ajuste fiscal que poupa os ricos.
Neste domingo, dia 16 de agosto, o perfil de quem aderiu às manifestações foi o mesmo dos protestos de março e abril. A grande massa permanece silenciosa, em que pese reprove o governo O desafio do governo é recuperar a confiança desses brasileiros e brasileiras, pois os que disseminam intolerância e ódio são um caso perdido. Não para o governo ou para PT, mas para a causa democrática.
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