Por Renato Rovai, em seu blog:
Política tem lógica, a despeito de alguns acharem, como alguns boleiros, que é “uma caixinha de surpresas”. Isso não significa que vez por outra aconteça algo muito surpreendente. Mas é raro, raríssimo.
Marta Suplicy saiu do PT atirando no partido como poucos.
A senadora imagina que com isso pode vir a conquistar uma fatia cada vez maior de anti-petistas paulistanos.
Política tem lógica, a despeito de alguns acharem, como alguns boleiros, que é “uma caixinha de surpresas”. Isso não significa que vez por outra aconteça algo muito surpreendente. Mas é raro, raríssimo.
Marta Suplicy saiu do PT atirando no partido como poucos.
Marta Suplicy saiu esculhambando seus ex-companheiros como poucos.
A senadora imagina que com isso pode vir a conquistar uma fatia cada vez maior de anti-petistas paulistanos.
E com isso empinar sua candidatura para prefeita de São Paulo.
Mas isso é tão difícil de acontecer como Eduardo Cunha desembarcar do golpe.
E só vai fazer com que Marta jogue fora boa parte do seu capital político.
Marta fez um grande governo em São Paulo. E não foi reeleita muito menos por conta do PT e muito mais por conta da sua alta rejeição pessoal e de suas opções táticas.
Naqueles tempos, Marta não elogiava Sarney e Eduardo Cunha. E se negou a fazer uma coligação com o PMDB que exigia ter o cargo de vice na sua chapa da reeleição. Preferiu sair em chapa pura, com o atual presidente do PT, Rui Falcão, de vice. Porque mirava ser candidata a governadora no meio do mandato.
Marta abriu mão do tempo que o PMDB lhe daria porque considerava o partido fisiológico. E isso foi um dos motivos que lhe levaram a perder a eleição.
Marta dos tempos do PT não abria mão de fazer investimentos na periferia e confrontava sua classe social, batendo boca em vários lugares com aqueles que a criticavam por fazer CEUs, por exemplo.
Até por isso, pessoalmente Marta foi muito mais rejeitada do que Haddad pela classe média paulistana nos seus tempos de prefeita.
Essas pessoas não vão votar em Marta de novo. Nem elas e nem seus filhos.
Esses paulistanos vão escolher no primeiro turno qualquer outro candidato. Não vão votar nela e muito dificilmente votarão em Haddad.
E na periferia Marta vai ter que convencer seus antigos eleitores que não mudou. Que continua a mesma que fez um grande governo. E que defendia a periferia.
A questão é que a ex-prefeita terá milhares de pessoas que hoje consideram Marta uma traidora com t maiúsculo e que farão o que for necessário para dar o troco a ela.
E sem lideranças para reverberar suas mensagens na periferia, Marta será uma candidata com pés de barro. Não com os pés no barro.
Ou seja, quando foi candidata à reeleição Marta errou por esbanjar o PMDB e deu de barato que não precisava daquele partidinho (sim, Marta despreza o PMDB) para derrotar Serra.
Agora, ela vai para o PMDB, chama Sarney de grande líder, afaga Eduardo Cunha, defende o impeachment de Dilma e dá de barato que não precisará nunca mais do PT e dos seus eleitores.
Não tem como dar certo.
Marta vai ficar no primeiro turno.
E na próxima eleição este blogueiro não se surpreenderá se ao invés de disputar o Senado ela vier se conformar com uma candidatura para deputada federal.
O povo aceita que as pessoas mudem de partido, mas não costuma perdoar quem muda de lado.
3 comentários:
A politica ama a traiçāo mas detesta os traidores. Leonel Brizola
Só um comentário, marca aí em sua agenda e me cobre e congratule-se comigo depois: HADDAD será reeleito em SP com larga vantagem de votos.
Ninguém gosta de traíras como a martaxa.
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