Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Merval viralizou nas redes sociais.
Uma foto na qual ele aparecia prevendo a vitória por ampla margem do voto de Fachin quanto ao roteiro do impeachment se espalhou pelo Facebook e pelo Twitter.
Merval foi merecidamente esculachado. Nunca confunda o papel de jornalista com o do torcedor é um dos pilares do jornalismo, e ele agiu como se estivesse na arquibancada. Por isso se expôs ao justo escárnio dos contrários ao golpe.
Do ponto de vista lógico, ele, com alguma inteligência, teria evitado o vexame. O primeiro voto do dia era o de Barroso, o mais capaz e mais influente dos juízes do STF.
Se Barroso divergisse de Fachin, teríamos logo no início da sessão um empate. Dada a diferença de peso entre Fachin e Barroso, seria um sinal de que as coisas poderiam mudar, como aconteceu.
Tentei entender de onde Merval extraiu seu otimismo obtuso. E tive uma pista ao ver o comportamento abjeto de Gilmar Mendes na discussão do STF.
Como são amigos, uma possibilidade real é que, num telefonema, Merval tenha se deixado levar pelas considerações e prognósticos de Gilmar.
A atitude de Gilmar de deixar o plenário abruptamente sob a alegação de viagem sugere que também ele tinha como certo o triunfo do voto de Fachin.
Quando Gilmar votou já estava claro que Fachin sofrera um extraordinário revés. E com ele um voto amplamente favorável ao golpe.
Só o ódio pelo que estava acontecendo pode explicar o que Gilmar fez. Ele falou como um político, e não como juiz. No auge da inflamação, cometeu a insanidade de citar um artigo de Serra, um político que não é respeitado sequer no PSDB.
Num mundo menos imperfeito, juízes que agissem tão acintosamente como políticos sofreriam, eles sim, um processo rápido de impeachment.
Eles conspiram contra a imagem e contra os ideais da Justiça. São, essencialmente, iníquos porque suas sentenças são pautadas pelas simpatias políticas.
Mas, num mundo menos imperfeito, também não haveria jornalistas como Merval, que apoiam juízes como Gilmar em vez de fiscalizá-los e cobrar deles isenção.
Não surpreende que sejam amigos.
Pulitzer, talvez o maior dos editores de jornais, famosamente disse que jornalista não tem amigo. Pelas razões óbvias: o jornalista não vai cobrir como deveria um amigo. Vai protegê-lo.
A mesma máxima se aplica aos juízes. Juiz não tem amigo. Juízes e jornalistas deveriam manter uma sagrada distância entre si para se fiscalizarem uns aos outros.
Dê um Google Imagens e você encontrará diversas fotos de Merval com juízes do STF em alegres confraternizações. Um juiz, Ayres Brito, escreveu o prefácio do livro de Merval sobre o Mensalão, uma agressão brutal à ética do jornalismo e da Justiça ao mesmo tempo.
Posso estar enganado. Mas é provável que a fonte da profecia que vem gerando tantas gargalhadas tenha sido o amigo Gilmar.
Num Brasil mais avançado, não haverá juízes como Gilmar e nem jornalistas como Merval porque a cumplicidade deles é nefasta para a sociedade – mesmo que renda, aqui e ali, risadas.
Merval viralizou nas redes sociais.
Uma foto na qual ele aparecia prevendo a vitória por ampla margem do voto de Fachin quanto ao roteiro do impeachment se espalhou pelo Facebook e pelo Twitter.
Merval foi merecidamente esculachado. Nunca confunda o papel de jornalista com o do torcedor é um dos pilares do jornalismo, e ele agiu como se estivesse na arquibancada. Por isso se expôs ao justo escárnio dos contrários ao golpe.
Do ponto de vista lógico, ele, com alguma inteligência, teria evitado o vexame. O primeiro voto do dia era o de Barroso, o mais capaz e mais influente dos juízes do STF.
Se Barroso divergisse de Fachin, teríamos logo no início da sessão um empate. Dada a diferença de peso entre Fachin e Barroso, seria um sinal de que as coisas poderiam mudar, como aconteceu.
Tentei entender de onde Merval extraiu seu otimismo obtuso. E tive uma pista ao ver o comportamento abjeto de Gilmar Mendes na discussão do STF.
Como são amigos, uma possibilidade real é que, num telefonema, Merval tenha se deixado levar pelas considerações e prognósticos de Gilmar.
A atitude de Gilmar de deixar o plenário abruptamente sob a alegação de viagem sugere que também ele tinha como certo o triunfo do voto de Fachin.
Quando Gilmar votou já estava claro que Fachin sofrera um extraordinário revés. E com ele um voto amplamente favorável ao golpe.
Só o ódio pelo que estava acontecendo pode explicar o que Gilmar fez. Ele falou como um político, e não como juiz. No auge da inflamação, cometeu a insanidade de citar um artigo de Serra, um político que não é respeitado sequer no PSDB.
Num mundo menos imperfeito, juízes que agissem tão acintosamente como políticos sofreriam, eles sim, um processo rápido de impeachment.
Eles conspiram contra a imagem e contra os ideais da Justiça. São, essencialmente, iníquos porque suas sentenças são pautadas pelas simpatias políticas.
Mas, num mundo menos imperfeito, também não haveria jornalistas como Merval, que apoiam juízes como Gilmar em vez de fiscalizá-los e cobrar deles isenção.
Não surpreende que sejam amigos.
Pulitzer, talvez o maior dos editores de jornais, famosamente disse que jornalista não tem amigo. Pelas razões óbvias: o jornalista não vai cobrir como deveria um amigo. Vai protegê-lo.
A mesma máxima se aplica aos juízes. Juiz não tem amigo. Juízes e jornalistas deveriam manter uma sagrada distância entre si para se fiscalizarem uns aos outros.
Dê um Google Imagens e você encontrará diversas fotos de Merval com juízes do STF em alegres confraternizações. Um juiz, Ayres Brito, escreveu o prefácio do livro de Merval sobre o Mensalão, uma agressão brutal à ética do jornalismo e da Justiça ao mesmo tempo.
Posso estar enganado. Mas é provável que a fonte da profecia que vem gerando tantas gargalhadas tenha sido o amigo Gilmar.
Num Brasil mais avançado, não haverá juízes como Gilmar e nem jornalistas como Merval porque a cumplicidade deles é nefasta para a sociedade – mesmo que renda, aqui e ali, risadas.
2 comentários:
Ontem, pitonisa, hoje, juiz dos juízes... medíocre. Trecho da coluna dele, hoje:
“Os ministros não quiseram pesar essa situação política específica, ou, para os mais céticos, tomaram a decisão justamente por que ela beneficia em tese a presidente Dilma. Para desgastar essa tese do deliberado favorecimento à presidente Dilma, no entanto, o ministro Barroso foi quem recusou aumentar o quorum para a aceitação da denúncia no Senado contra a presidente, de maioria simples para 2/3, alegando justamente que em 1992 o quorum não fora qualificado.”
Para o Merval só um adjetivo me ocorre agora: BUNDÃO !!!
Perdeu playboy.
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