Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O Brasil tem uma coisa original na imprensa.
É o “todo mundo sabe, mas só quando interessa vira notícia”.
O Estadão dominical “descobre” que uma emenda de Eduardo Cunha a uma Medida Provisória de 2012 que estabeleceu novas regras para a gestão dos portos no país favoreceu um doador de campanha do vice-presidente, Michel Temer.
A emenda permitia a renovação de concessões de terminais portuários privados a operadores com débitos com a União, desde que estes estivessem em processo de arbitragem.
Que Cunha e Temer têm mais interesse na “abertura dos portos às nações amigas” que D. João IV quando chegou ao Brasil não é novidade para ninguém.
Se qualquer repórter for conversar com o deputado Anthony Garotinho, ex-protetor de Cunha, e perguntar porque ele chamava a MP dos Portos de MP dos Porcos, vai precisar de um carrinho para levar suas anotações.
Cunha, ao lado de Paulinho da Força, era o principal “transformador” da MP. Não é preciso senão consultar o site da Camara (aqui, aqui e aqui) para saber disso. E com a ajuda luxuosa do então Governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Já as suspeitas sobre as ligações entre Michel Temer com empresas operadoras de portos, especialmente o grupo Libra, vêm de lá do governo FHC, foram engavetadas pelo Engavetador-Geral da República, Geraldo Brindeiro e ressurgiram depois e ainda antes da MP dos Portos.
E, nela, sem pudor, como registrava a Folha, há quase dois anos:
A votação da MP dos Portos na Câmara foi conduzida como um jogo de pôquer entre o Palácio do Planalto e o líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ). O governo comemorava ter vencido o deputado quando teve de engolir uma das emendas mais polêmicas defendidas por ele. Com os blefes de ambos os lados, a aposta agora é que Dilma Rousseff vai vetar o dispositivo que prevê a renovação de contratos de arrendamento firmados depois de 1993, caso a MP seja aprovada.
Truco! Quem convenceu Eduardo Cunha a retirar o apoio à emenda de Paulinho da Força (PDT-SP), que obrigava portos privados a contratar trabalhadores por meio dos Órgãos Gestores de Mão de Obra, foi o vice-presidente da República, Michel Temer.
Seis! “Se deram um truco, não foi em mim: foi no Michel”, reagia ontem o líder do PMDB, antes da reviravolta que levou o governo a ceder para viabilizar a votação.
Por que isso apareceu agora?
Porque, como o impeachment não tem base para se impor politicamente, é preciso dar munição a Gilmar Mendes e Dias Tóffoli no TSE, que sabem que não precisam de nada, senão suposições para dar o golpe sobre Dilma mas que precisam “completar o serviço” pegando Temer, de modo que haja uma “eleição”, debaixo de um clima de comoção pública para ver se “assim a coisa vai” para….para quem, mesmo?
A fome de poder sem voto parece mesmo incontrolável.
O Brasil tem uma coisa original na imprensa.
É o “todo mundo sabe, mas só quando interessa vira notícia”.
O Estadão dominical “descobre” que uma emenda de Eduardo Cunha a uma Medida Provisória de 2012 que estabeleceu novas regras para a gestão dos portos no país favoreceu um doador de campanha do vice-presidente, Michel Temer.
A emenda permitia a renovação de concessões de terminais portuários privados a operadores com débitos com a União, desde que estes estivessem em processo de arbitragem.
Que Cunha e Temer têm mais interesse na “abertura dos portos às nações amigas” que D. João IV quando chegou ao Brasil não é novidade para ninguém.
Se qualquer repórter for conversar com o deputado Anthony Garotinho, ex-protetor de Cunha, e perguntar porque ele chamava a MP dos Portos de MP dos Porcos, vai precisar de um carrinho para levar suas anotações.
Cunha, ao lado de Paulinho da Força, era o principal “transformador” da MP. Não é preciso senão consultar o site da Camara (aqui, aqui e aqui) para saber disso. E com a ajuda luxuosa do então Governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Já as suspeitas sobre as ligações entre Michel Temer com empresas operadoras de portos, especialmente o grupo Libra, vêm de lá do governo FHC, foram engavetadas pelo Engavetador-Geral da República, Geraldo Brindeiro e ressurgiram depois e ainda antes da MP dos Portos.
E, nela, sem pudor, como registrava a Folha, há quase dois anos:
A votação da MP dos Portos na Câmara foi conduzida como um jogo de pôquer entre o Palácio do Planalto e o líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ). O governo comemorava ter vencido o deputado quando teve de engolir uma das emendas mais polêmicas defendidas por ele. Com os blefes de ambos os lados, a aposta agora é que Dilma Rousseff vai vetar o dispositivo que prevê a renovação de contratos de arrendamento firmados depois de 1993, caso a MP seja aprovada.
Truco! Quem convenceu Eduardo Cunha a retirar o apoio à emenda de Paulinho da Força (PDT-SP), que obrigava portos privados a contratar trabalhadores por meio dos Órgãos Gestores de Mão de Obra, foi o vice-presidente da República, Michel Temer.
Seis! “Se deram um truco, não foi em mim: foi no Michel”, reagia ontem o líder do PMDB, antes da reviravolta que levou o governo a ceder para viabilizar a votação.
Por que isso apareceu agora?
Porque, como o impeachment não tem base para se impor politicamente, é preciso dar munição a Gilmar Mendes e Dias Tóffoli no TSE, que sabem que não precisam de nada, senão suposições para dar o golpe sobre Dilma mas que precisam “completar o serviço” pegando Temer, de modo que haja uma “eleição”, debaixo de um clima de comoção pública para ver se “assim a coisa vai” para….para quem, mesmo?
A fome de poder sem voto parece mesmo incontrolável.
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