Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
A primeira treta de 2016 já está no ar. No centro está um artigo que Dilma escreveu para a Folha a propósito do Ano Novo.
A questão é: Dilma apanhou tanto da Folha, e é assim que ela responde?
Para mim, trata-se de um modelo mental obsoleto. Dilma enxerga a mídia ao velho modo – jornais e revistas impressos, rádios e televisão.
A internet, nesta ótica, é uma coisa exótica e para poucos.
Os que defendem o artigo na Folha usam também, essencialmente, o mesmo modelo mental obsoleto.
Eles dizem que é uma maneira de Dilma se comunicar com analfabetos políticos, ou reacionários, ou, como muitos definem, “coxinhas”.
Não é um bom argumento.
Quantas pessoas leem a Folha? Destas, quantos lerão Dilma? E quantos se deixarão convencer por qualquer coisa que venha dela? Faça um exercício: leia os comentários no site sobre o texto. Do ponto de vista da simbologia, além de tudo, a mensagem não poderia ser pior: fraqueza e pusilanimidade diante do inimigo.
Dilma não se ajuda com o artigo na Folha. Ajuda, com certeza, a Folha, em seu marketing cínico de pluralidade.
É por esta mesma lógica que os dois governos do PT veem enfiando bilhões de reais, ano após ano, em empresas jornalísticas dedicadas a destruí-los.
Não é fácil para ninguém se libertar de velhos modelos mentais.
No PT, um raro exemplo de libertação veio de Lula. Em 2015, Lula passou a tratar a mídia como ela o trata. Ou quase, uma vez que Lula não é inescrupuloso como os donos das corporações jornalísticas.
Mas ele disse um claro basta depois de apanhar calado durante tanto tempo.
Deixou de dar entrevistas, por exemplo, aos jornais. A internet permite a ele dizer o que quer do modo que quer. Em seu Instituto Lula ele coloca suas opiniões com frequência.
Elas acabam repercutindo na mídia tradicional, nas redes sociais e nos sites progressistas.
Lula encontrou seu jeito, na Era Digital, de se comunicar. Descobriu que não tem que se ajoelhar e pedir espaço para jornais e revistas que o abominam.
Lula deu também entrevistas coletivas não a jornalistas da Folha, Globo, Veja – mas a blogueiros.
É um bom hábito que ele deveria manter em 2016.
Igualmente neste caso, a mídia tradicional acabou cobrindo, indiretamente, Lula.
Em sua reinvenção no trato da mídia, Lula deu outro grande passo. Deixou de ser passivo diante de calúnias e acusações sem fundamento. Passou a dar seu lado prontamente via instituto e, em muitos casos, acionou a Justiça.
Hoje, quem quiser acusar Lula das costumeiras barbaridades vai pensar duas vezes, ou três. Ainda que a Justiça seja de um modo geral favorável à mídia e desfavorável a Lula, ser processado dá trabalho e custa dinheiro.
Em situações normais, a relação entre figuras públicas e a imprensa segue outro caminho, mais cordial. Mas estamos brutalmente distantes de uma situação normal.
Lula se deu conta disso.
Dilma não.
A primeira treta de 2016 já está no ar. No centro está um artigo que Dilma escreveu para a Folha a propósito do Ano Novo.
A questão é: Dilma apanhou tanto da Folha, e é assim que ela responde?
Para mim, trata-se de um modelo mental obsoleto. Dilma enxerga a mídia ao velho modo – jornais e revistas impressos, rádios e televisão.
A internet, nesta ótica, é uma coisa exótica e para poucos.
Os que defendem o artigo na Folha usam também, essencialmente, o mesmo modelo mental obsoleto.
Eles dizem que é uma maneira de Dilma se comunicar com analfabetos políticos, ou reacionários, ou, como muitos definem, “coxinhas”.
Não é um bom argumento.
Quantas pessoas leem a Folha? Destas, quantos lerão Dilma? E quantos se deixarão convencer por qualquer coisa que venha dela? Faça um exercício: leia os comentários no site sobre o texto. Do ponto de vista da simbologia, além de tudo, a mensagem não poderia ser pior: fraqueza e pusilanimidade diante do inimigo.
Dilma não se ajuda com o artigo na Folha. Ajuda, com certeza, a Folha, em seu marketing cínico de pluralidade.
É por esta mesma lógica que os dois governos do PT veem enfiando bilhões de reais, ano após ano, em empresas jornalísticas dedicadas a destruí-los.
Não é fácil para ninguém se libertar de velhos modelos mentais.
No PT, um raro exemplo de libertação veio de Lula. Em 2015, Lula passou a tratar a mídia como ela o trata. Ou quase, uma vez que Lula não é inescrupuloso como os donos das corporações jornalísticas.
Mas ele disse um claro basta depois de apanhar calado durante tanto tempo.
Deixou de dar entrevistas, por exemplo, aos jornais. A internet permite a ele dizer o que quer do modo que quer. Em seu Instituto Lula ele coloca suas opiniões com frequência.
Elas acabam repercutindo na mídia tradicional, nas redes sociais e nos sites progressistas.
Lula encontrou seu jeito, na Era Digital, de se comunicar. Descobriu que não tem que se ajoelhar e pedir espaço para jornais e revistas que o abominam.
Lula deu também entrevistas coletivas não a jornalistas da Folha, Globo, Veja – mas a blogueiros.
É um bom hábito que ele deveria manter em 2016.
Igualmente neste caso, a mídia tradicional acabou cobrindo, indiretamente, Lula.
Em sua reinvenção no trato da mídia, Lula deu outro grande passo. Deixou de ser passivo diante de calúnias e acusações sem fundamento. Passou a dar seu lado prontamente via instituto e, em muitos casos, acionou a Justiça.
Hoje, quem quiser acusar Lula das costumeiras barbaridades vai pensar duas vezes, ou três. Ainda que a Justiça seja de um modo geral favorável à mídia e desfavorável a Lula, ser processado dá trabalho e custa dinheiro.
Em situações normais, a relação entre figuras públicas e a imprensa segue outro caminho, mais cordial. Mas estamos brutalmente distantes de uma situação normal.
Lula se deu conta disso.
Dilma não.
3 comentários:
Isso se chama "mau assessorada".
A assessoria de comunicação tanto do Lula como a da Dilma é um fracasso.
É como se dizia antes, que não se comunica, se trumbica!
A Dilma é mais absoluta que qualquer mídia que circula na internet , acredito que ela precisa de uma reciclagem mental.
Dilma é outra pessoa, sua forma de pensar decorre deste fato e de outros, tais como estratégia, conveniência e oportunidade.
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