quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Kim Kataguiri e o rabo preso da ‘Folha’

Por Altamiro Borges

A estreia na 'Folha' tucana do fascista mirim Kim Kataguiri - também já apelidado carinhosamente de "Kimta Katiguria" - gerou uma onda de indignação na internet. Mas, de fato, não há porque estranhar a nova aquisição do jornalismo nativo. Afinal, o líder do sinistro Movimento Brasil Livre (MBL) e a famiglia Frias têm vários pontos de convergência. Ambos são partidários do receituário neoliberal do desmonte do Estado, da nação e do trabalho. Ambos são golpistas. A Folha apoiou o golpe de 1964, a sanguinária ditadura - batizada por ela de "ditabranda" - e até hoje está metida em conspiratas contra a democracia. Já o "colunista" Kim Kataguiri, famoso por sua vasta obra intelectual, tornou-se o ídolo dos fascistas, velhacos e fedelhos, saudosos das torturas e assassinatos do regime militar.

Ao anunciar o passe do líder do MBL, o jornal tucano foi só elogios. "A Folha passa a contar em seu site com a coluna semanal de Kim Kataguiri, 19 anos, um dos organizadores das manifestações pró-impeachment. O próximo ato pela saída de Dilma está marcado para 13 de março", relatou de forma "imparcial". Já o pirralho fascista bajulou a "pluralidade" do diário da famiglia Frias. "A Folha sabe que terá como colunista alguém que vai criticar o jornal constantemente". Haja cinismo. Neste pacto mafioso o difícil é saber quem tem o rabo mais preso com o golpismo e as teses neoliberais. 

Em sua primeira coluna, nesta terça-feira (19), Kim Kataguiri escreveu um artigo hidrófobo contra o "terrorismo" do Movimento Passe Livre e aproveitou para defender a chamada "lei antiterror", em debate no parlamento. "A Constituição brasileira repudia o terror em dois artigos, no 4º e no 5º, mas este é um dos poucos países do mundo que não dispõem de uma lei para punir os atos terroristas. A que tramita no Congresso é duramente combatida pelas esquerdas. Dá para entender por quê. Querem continuar a jogar coquetel molotov em estação do metrô 'em nome de um outro mundo possível'". De forma discreta, o fascista mirim também elogiou a ação da PM de Geraldo Alckmin - afinal, vários integrantes do seu grupelho deverão ser candidatos nas eleições deste ano com o apoio dos tucanos.

Já que está tão preocupado com o terrorismo, Kim Kataguiri poderia ter aproveitado a sua coluna de estreia para explicar a presença de pessoas armadas no acampamento liderado pelo MBL em Brasília, no final do ano passado. A polícia local chegou a apreender um carro com um arsenal de guerra. Já na Marcha das Mulheres Negras, tiros foram disparados por dois participantes do ato pelo impeachment da presidenta Dilma. O acampamento "terrorista", que foi autorizado por Eduardo Cunha, o ex-aliado carnal do MBL, só foi dissolvido após estas manifestações de violência. Na ocasião, o jovem fascista "Kimta Katiguria" afirmou que os vândalos detidos pela polícia eram "infiltrados". Será?

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