quinta-feira, 12 de maio de 2016

"Ficha suja" assalta o Palácio do Planalto

Por Altamiro Borges

Com a aprovação no Senado do impeachment de Dilma na manhã desta quinta-feira (12), o Brasil terá pela primeira vez um "ficha suja" ocupando a presidência da República. O Judas Michel Temer, sem legitimidade, poderia ter sido cassado antes mesmo da consumação do golpe. Mas contou com o apoio da mídia privada, a cumplicidade do Poder Judiciário e o cinismo dos "moralistas sem moral" que dominam o parlamento nativo. Poucos dias antes da votação do afastamento, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo condenou o vice-traidor por fazer doações de campanha acima do limite permitido por lei. Essa decisão tornou Michel Temer um "ficha-suja" diante da Justiça. Mas isto "não vem ao caso" no voto dos senadores hipócritas e na cobertura blindada da mídia!

A Folha oposicionista, em matéria postada nesta quinta-feira, fez questão de enfatizar que "a decisão judicial não tira de Michel Temer a prerrogativa de assumir a Presidência da República nem suspende os seus direitos políticos". Apenas registrou que a sentença "pode, no futuro, enquadrá-lo na chamada Lei da Ficha Limpa e torná-lo inelegível por oito anos". A decisão bombástica - e reveladora da falta de caráter da direita nativa - não virou manchete na Folha e no restante da mídia golpista. Na prática, a imprensa privada já tenta embelezar o "novo presidente" - "recatado e do lar". Todos os seus podres - e não são poucos - serão esquecidos pelo noticiário nos próximos meses.

Diante da decisão do TRE, tomada em 3 de maio - mas ofuscada pela mídia -, a assessoria do agora presidente interino reconheceu o crime eleitoral, mas alegou que foi apenas "por erro de cálculo" na prestação de contas da campanha. A cínica justificativa foi suficiente para "inocentar" os algozes de Dilma e da democracia brasileira. De nada adiantou a sentença do autor da ação, o promotor José Carlos Mascari Bonilha, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, que argumentou que a doação acima do estabelecido em lei "é causa de inelegibilidade prevista na lei da ficha-limpa" pelo prazo de oito anos.

Em mais uma cena do teatro do absurdo do impeachment de Dilma, o Brasil tem agora um "ficha-suja" na Presidência da República. E muitos "midiotas" foram às ruas com a ilusão de que lutavam contra a corrupção. Serviram de massa de manobra para o "golpe dos corruptos". Durma-se com este barulho!

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