Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Li, alguns anos atrás, o relato das Guerras do Ópio segundo um historiador chinês.
Estava curioso para ver como os chineses tratavam de um episódio em que foram devastados abjetamente pelas potências ocidentais, a começar pela Inglaterra.
As guerras aconteceram em meados do século XIX. A Inglaterra tinha um déficit comercial enorme com a China, por conta de importações de chá, cerâmica e seda.
Para equilibrar a balança, os ingleses tentaram vender bugigangas recém-saídas da Revolução Industrial. Os chineses não se interessaram por nenhuma delas.
Veio então uma ideia sordida. Vender ópio para os chineses. O ópio era produzido na Índia.
A China reagiu e proibiu o ópio em seu território. Eram terríveis os estragos que a droga vinha fazendo entre os chineses.
Os ingleses viram na proibição uma oportunidade de declarar guerra em nome do “livre comércio”. Os chineses eram pacíficos, os agressores não: estavam armadíssimos por conta das guerras napoleônicas.
É um episódio que, com o tempo, traria vergonha aos próprios vencedores. Nos livros de história ingleses, as Guerras do Ópio são tratadas como uma infâmia do passado imperial.
No livro chinês que li, o autor afirma, com imensa sabedoria, que o maior triunfo da China foi haver conseguido batizar a devastação como “Guerras do Ópio”.
Nada, dali por diante, poderia salvar a imagem imunda da ação britânica na China.
Contei isso porque há um paralelo fascinante com o que ocorre hoje no Brasil.
A maior vitória dos que se batem pela democracia e contra o impeachment não se dará no Senado, na decisão viciada que em breve será tomada.
Ela já aconteceu, e foi na consagração da palavra “golpe”. Como nas Guerras do Ópio, nada vai eliminar a expressão “golpe” quando o assunto for tratado pelos historiadores e pela posteridade.
Todos aqueles que se aliaram na manobra espúria de exterminar 54 milhões de votos serão inevitavelmente conhecidos como “golpistas”.
Já não há nada que eles possam fazer para evitar a vingança da história. Cada vez que se manifestam a situação só piora para eles.
São cínicos, são hipócritas, são canalhas.
E assim serão, para sempre, conhecidos, como os ingleses que destroçaram a China para poderem vender livremente o mesmo ópio que proibiam em seu país.
Estava curioso para ver como os chineses tratavam de um episódio em que foram devastados abjetamente pelas potências ocidentais, a começar pela Inglaterra.
As guerras aconteceram em meados do século XIX. A Inglaterra tinha um déficit comercial enorme com a China, por conta de importações de chá, cerâmica e seda.
Para equilibrar a balança, os ingleses tentaram vender bugigangas recém-saídas da Revolução Industrial. Os chineses não se interessaram por nenhuma delas.
Veio então uma ideia sordida. Vender ópio para os chineses. O ópio era produzido na Índia.
A China reagiu e proibiu o ópio em seu território. Eram terríveis os estragos que a droga vinha fazendo entre os chineses.
Os ingleses viram na proibição uma oportunidade de declarar guerra em nome do “livre comércio”. Os chineses eram pacíficos, os agressores não: estavam armadíssimos por conta das guerras napoleônicas.
É um episódio que, com o tempo, traria vergonha aos próprios vencedores. Nos livros de história ingleses, as Guerras do Ópio são tratadas como uma infâmia do passado imperial.
No livro chinês que li, o autor afirma, com imensa sabedoria, que o maior triunfo da China foi haver conseguido batizar a devastação como “Guerras do Ópio”.
Nada, dali por diante, poderia salvar a imagem imunda da ação britânica na China.
Contei isso porque há um paralelo fascinante com o que ocorre hoje no Brasil.
A maior vitória dos que se batem pela democracia e contra o impeachment não se dará no Senado, na decisão viciada que em breve será tomada.
Ela já aconteceu, e foi na consagração da palavra “golpe”. Como nas Guerras do Ópio, nada vai eliminar a expressão “golpe” quando o assunto for tratado pelos historiadores e pela posteridade.
Todos aqueles que se aliaram na manobra espúria de exterminar 54 milhões de votos serão inevitavelmente conhecidos como “golpistas”.
Já não há nada que eles possam fazer para evitar a vingança da história. Cada vez que se manifestam a situação só piora para eles.
São cínicos, são hipócritas, são canalhas.
E assim serão, para sempre, conhecidos, como os ingleses que destroçaram a China para poderem vender livremente o mesmo ópio que proibiam em seu país.
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