O confronto "imediato, intenso e em várias frentes" às ocupações estudantis em todo o país foi defendido como estratégia para asfixiar a narrativa da esquerda – abafada com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, mas que ainda mostra vitalidade. Foi essa uma das abordagens do 2º Congresso do Movimento Brasil Livre, realizado sábado e domingo (19 e 20), na capital paulista.
Entre os palestrantes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o ministro da Educação, Mendonça Filho, o deputado e relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), o prefeito eleito de São Paulo, João Doria Junior (PSDB), a professora da Faculdade de Direito da USP Janaína Paschoal e subcelebridades afinadas com o antipetismo, como o apresentador Danilo Gentili, além de expoentes do MBL, como Kim Kataguiri e Fernando Holiday, eleito vereador na cidade de São Paulo pelo DEM.
No sábado, o jornalista Guilherme Fiuza considerou "insuficientes" os atos violentos contra os estudantes que ocupam em todo o país mais de 620 escolas e campi de universidades e de institutos federais de educação técnica pela retirada da PEC 55 (a antiga PEC 241, aprovada na Câmara e agora no Senado) e da Medida Provisória 746, que reforma o ensino médio. Para ele, militantes do MBL devem ir além e confrontar imediatamente as ocupações porque, conforme lembrou, 2018 está aí.
"Algo precisa ser feito para conter essa narrativa 'facinha, molezinha', da esquerda. Esse movimento de escolas tem de ser confrontado de maneira muito mais intensa e em outras frentes. Não se pode esperar esse movimento murchar", alertou.
"O Chico Buarque faz hino para ocupação de escola (na verdade, Chico participa, com vários músicos de um clipe da música Trono de Estudar, de Dani Black). Não quero detonar ninguém, mas acho que isso tem de ser contraposto nesse momento porque isso vai engrossar. Tem estabelecimento de ensino ocupado em todo o país, Enem foi adiado por causa disso. É um movimento vagabundo. E se não esvaziar, vamos ter esse Ciro Gomes. Malandro que é, mais que Dilma, está defendendo a liberação da maconha para virar herdeiro desse câncer que é a narrativa de esquerda", esbravejou Fiuza.
"Sugiro a vocês que se manifestem de alguma maneira; tem de ter inteligência, propaganda, sex appeal. Tem de haver uma contrapropaganda para essa narrativa", ressaltou, sob aplausos histéricos da plateia.
Entre os palestrantes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o ministro da Educação, Mendonça Filho, o deputado e relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), o prefeito eleito de São Paulo, João Doria Junior (PSDB), a professora da Faculdade de Direito da USP Janaína Paschoal e subcelebridades afinadas com o antipetismo, como o apresentador Danilo Gentili, além de expoentes do MBL, como Kim Kataguiri e Fernando Holiday, eleito vereador na cidade de São Paulo pelo DEM.
No sábado, o jornalista Guilherme Fiuza considerou "insuficientes" os atos violentos contra os estudantes que ocupam em todo o país mais de 620 escolas e campi de universidades e de institutos federais de educação técnica pela retirada da PEC 55 (a antiga PEC 241, aprovada na Câmara e agora no Senado) e da Medida Provisória 746, que reforma o ensino médio. Para ele, militantes do MBL devem ir além e confrontar imediatamente as ocupações porque, conforme lembrou, 2018 está aí.
"Algo precisa ser feito para conter essa narrativa 'facinha, molezinha', da esquerda. Esse movimento de escolas tem de ser confrontado de maneira muito mais intensa e em outras frentes. Não se pode esperar esse movimento murchar", alertou.
"O Chico Buarque faz hino para ocupação de escola (na verdade, Chico participa, com vários músicos de um clipe da música Trono de Estudar, de Dani Black). Não quero detonar ninguém, mas acho que isso tem de ser contraposto nesse momento porque isso vai engrossar. Tem estabelecimento de ensino ocupado em todo o país, Enem foi adiado por causa disso. É um movimento vagabundo. E se não esvaziar, vamos ter esse Ciro Gomes. Malandro que é, mais que Dilma, está defendendo a liberação da maconha para virar herdeiro desse câncer que é a narrativa de esquerda", esbravejou Fiuza.
"Sugiro a vocês que se manifestem de alguma maneira; tem de ter inteligência, propaganda, sex appeal. Tem de haver uma contrapropaganda para essa narrativa", ressaltou, sob aplausos histéricos da plateia.
Ambiente de respeito
Dizendo pela imprensa que, se houver ambiente de respeito, que se for garantida sua integridade física e que lhe seja dado o direito de falar e de ser ouvido, irá a qualquer ocupação dialogar com os manifestantes, o ministro Mendonça Filho mostra-se muito à vontade entre seus companheiros de luta pela derrubada do governo de Dilma Rousseff. Sem o terno de ministro, no final da tarde deste domingo, foi recebido calorosamente com gritos de "desocupa, desocupa", elogiou a importância da parceria e do MBL "no sucesso dessa luta popular que marca a história do Brasil", e logo mostrou a esperteza de sua gestão.
"Alguns segmentos queriam que botássemos a polícia para tirar todo mundo na base da força. A gente não podia cair nessa armadilha", disse. "Aí eu acho que a gente conseguiu virar a maior parte da opinião pública ao nosso favor. A razão prevaleceu. Eu respeito o direito de protesto de quem quiser protestar, mas ninguém pode impedir que outros direitos sejam exercidos, como o de ir e vir e o de acesso à educação."
Em outubro, porém, Mendonça assinou comunicado oficial solicitando aos dirigentes de campi da rede federal de educação profissional e tecnológica a identificação de estudantes e manifestantes que ocuparem instituições de ensino. A medida foi vista pela comunidade estudantil como aviso de que haverá perseguição e criminalização do movimento – cujas preocupações são com o congelamento de investimentos às áreas sociais da União por 20 anos por meio da PEC 55 e com a fragmentação do ensino médio e o empobrecimento do currículo proposto pela MP 746.
Empobrecimento curricular esse, segundo Mendonça deixou claro ontem, que não será definido por ele, mas por "especialistas" no setor, sob a batuta de sua equipe comandada pela tucana Maria Helena Guimarães Castro. Outra pérola: a reforma vai como MP porque ele, que é deputado (DEM-PE), conhece bem o funcionamento do Parlamento e considera a educação "relevante e urgente". Além do mais, entende que o ensino médio já foi debatido demais. "Desde 1989 vem sendo debatido em vários seminários, fóruns e no encaminhamento de projetos de lei. O último tramita há quatro anos. É nessa toada, sempre adiando."
Para delírio da plateia, Mendonça arrematou sua participação dizendo não acreditar que seja pela força da lei que seja possível controlar a chamada doutrinação dentro de escolas e universidades. "Não tem nenhuma experiência assim no mundo. E também um tribunal de ideias, num tempo obscuro, pode vir contra seu próprio pensamento. Entendo que isso possa ser resolvido com o controle social, a atuação de pais, a mobilização da sociedade e com boa formação técnica e ética dos professores, que podem ter suas convicções, mas têm de saber que em sala de aula sua ideologia, sua filosofia, tem de ser expressa de forma plural, desde a linha de pensamento mais liberal até a marxista. Eu estudei em escola tida como a mais esquerdista do Recife, meus professores a maioria era marxista e não me tornei um."
Outro palestrante ovacionado com vigor, com gritos de “Paulo federal vai acabar com o imposto sindical”, o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSDB-PR), defendeu o combate à contribuição como forma de enfraquecer os sindicatos, as centrais e atingir diretamente o Partido dos Trabalhadores.
“O que levou o PT ao poder ainda está vivo e precisa ser combatido. Os sindicatos sustentam o PT e esses movimentos que sustentaram seu governo, como esse movimento estudantil aparelhado, que o MBL vem fazendo o enfrentamento. Esses movimentos são franjas artificias do PT ”, disse, referindo-se à União Brasileira dos Estudantes (UNE) e à União Brasileira das Estudantes Secundaristas (Ubes). “Temos de começar quebrando a fonte de financiamento dessa verdadeira fábrica de pixulecos."
Mais que espaço para congraçamento entre os integrantes do movimento direitista e para troca de afagos sobre a sua importância na derrubada de um governo eleito democraticamente, o congresso foi também espaço de atualização.
Como defendeu Kim Kataguiri, o MBL tem de desmontar o senso comum de que se candidatar a um cargo público seja sinônimo de "se corromper ou virar bandido". Afinal, é para isso que o movimento existe. "Existimos para que as pessoas se apaixonem, se empolguem, militem. O liberal tradicional é muito chato, ao contrário do de esquerda, que é legal, que organiza as festas animadas na faculdade. A gente está fazendo as pessoas gostarem da gente por causa da nossa linguagem. É nisso que temos de focar: para ser força política importante, temos de fazer nossa mensagem chegar". Ou seja, segundo seu diagnóstico, a criminalização da política deve se restringir do centro à esquerda. Apropriada pela direita, a política é legítima.
De olho nessa demanda interna do movimento, o publicitário e diretor do Instituto Liberal, Alexandre Borges, e o escritor e analista político Flavio Morgenstern deram uma aula com informações técnicas – e básicas – para que o MBL consiga aperfeiçoar o discurso e imagem e assim produzir outros "Fernandos Holiday".
Nascido Fernando Silva Bispo – Holiday é homenagem à cantora norte-americana Billie Holiday, segundo ele –, o coordenador nacional do movimento foi eleito vereador em São Paulo com mais de 48 mil votos. Além disso, ele é considerado um trunfo do movimento contra o discurso da esquerda em defesa dos direitos das minorias. Negro e homossexual, é voz contra programas e ações afirmativas, como as cotas, por exemplo.
Segundo enfatizaram Borges e Morgenstern, em tom de comemoração, o impeachment não serviu apenas para tirar Dilma Rousseff da presidência da República. "Vejam o resultado das eleições em todo o país."
Musa do MBL, Janaína Paschoal preferiu falar mais sobre os aspectos jurídicos do que dos políticos pós-impeachment. E na linha de continuar subsidiando os apoiadores do golpe, recomendou a todos monitorar o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, de um recurso sobre o período de validade das escutas telefônicas que pode afetar investigações criminais no âmbito da Lava Jato. "Isso pode jogar na lata do lixo, pode anular tudo o que foi feito até aqui", advertiu.
Depois de dois dias de programação, regada a obsessão com relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT e os 13 anos em que governou o país, o ódio à esquerda como um todo e o deboche como marca registrada, o movimento segue agenda. Volta às ruas amanhã (22) pelo fim do foro privilegiado, o "Fora, Renan" e em apoio ao lobby de setores do Ministério Público por um projeto que dê mais poderes ao órgão.
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