Enviado por Cecília Negrão
O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, anunciou neste domingo (20) a reestruturação de agências e o plano de aposentadoria incentivada pela instituição financeira. O banco prevê redução de até 18 mil pessoas, que estariam aptas a se aposentar e aderir ao plano. O anúncio também inclui o fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento, com o encerramento de 31 superintendências do banco em diversos municípios. Diante do anúncio, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) cobraram negociação urgente com a direção da instituição, que ocorrerá na terça-feira (22).
O desmonte do Banco do Brasil terá impacto no acesso ao crédito no país. Somente os bancos públicos aumentaram o crédito de 38% para 57% de 2008 para 2016, enquanto os privados tiveram redução de 5% nos últimos dois anos. Atualmente, o Banco do Brasil é responsável por 61% do crédito agrícola.
A economia brasileira passa por um momento grave, com forte retração da atividade econômica, elevação do desemprego e queda na renda das famílias. No primeiro semestre de 2016, o PIB teve queda de 4,6% e as perspectivas futuras não trazem esperanças para a população, visto que dia após dia são anunciadas intenções de medidas regressivas, como endurecimento das regras da Previdência, congelamento dos gastos públicos primários, inclusive com Saúde e Educação, mudanças no FGTS, entre outras.
Essa agenda irá aprofundar a recessão na medida em que enfraquece o mercado interno e a infraestrutura social e econômica que nos fizeram avançar na última década. O saldo de crédito na economia brasileira apresentou retração de 3,4% entre janeiro e setembro de 2016, enquanto as taxas de juros cobradas de famílias e empresas apresentam sucessivas e intensas elevações. Os juros do cheque especial, por exemplo, subiram 61,2 pontos percentuais nos últimos 12 meses atingindo 324,9% ao ano. As taxas do rotativo do cartão de crédito chegaram a 480,3% com alta de 66,1 pontos percentuais em um ano. São recursos drenados do bolso da classe trabalhadora, do caixa das empresas e do fundo público diretamente para engordar o lucro do sistema financeiro.
Nesse sentido, é urgente que alternativas para a saída da crise sejam construídas e que passem pela retomada da expansão do crédito para setores prioritários como moradia popular, agricultura familiar, pequenas e médias empresas etc. Tais medidas contribuiriam ao mesmo tempo para fortalecer a economia, gerar empregos em setores intensivos em mão de obra, dinamizar o mercado interno e amenizar graves problemas sociais do Brasil como o déficit de moradias, a falta de acesso a terra e também a alta dos preços dos alimentos.
Há alternativas concretas à disposição dos formuladores da política econômica do governo, como a redução da taxa Selic, a utilização dos bancos públicos para rebaixar o spread bancário e elevar o crédito, a liberação de depósitos compulsórios com garantia de aplicação em áreas prioritárias. Basta vontade política para implantar tais medidas.
* Cecilia Negrão é assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, anunciou neste domingo (20) a reestruturação de agências e o plano de aposentadoria incentivada pela instituição financeira. O banco prevê redução de até 18 mil pessoas, que estariam aptas a se aposentar e aderir ao plano. O anúncio também inclui o fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento, com o encerramento de 31 superintendências do banco em diversos municípios. Diante do anúncio, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) cobraram negociação urgente com a direção da instituição, que ocorrerá na terça-feira (22).
O desmonte do Banco do Brasil terá impacto no acesso ao crédito no país. Somente os bancos públicos aumentaram o crédito de 38% para 57% de 2008 para 2016, enquanto os privados tiveram redução de 5% nos últimos dois anos. Atualmente, o Banco do Brasil é responsável por 61% do crédito agrícola.
A economia brasileira passa por um momento grave, com forte retração da atividade econômica, elevação do desemprego e queda na renda das famílias. No primeiro semestre de 2016, o PIB teve queda de 4,6% e as perspectivas futuras não trazem esperanças para a população, visto que dia após dia são anunciadas intenções de medidas regressivas, como endurecimento das regras da Previdência, congelamento dos gastos públicos primários, inclusive com Saúde e Educação, mudanças no FGTS, entre outras.
Essa agenda irá aprofundar a recessão na medida em que enfraquece o mercado interno e a infraestrutura social e econômica que nos fizeram avançar na última década. O saldo de crédito na economia brasileira apresentou retração de 3,4% entre janeiro e setembro de 2016, enquanto as taxas de juros cobradas de famílias e empresas apresentam sucessivas e intensas elevações. Os juros do cheque especial, por exemplo, subiram 61,2 pontos percentuais nos últimos 12 meses atingindo 324,9% ao ano. As taxas do rotativo do cartão de crédito chegaram a 480,3% com alta de 66,1 pontos percentuais em um ano. São recursos drenados do bolso da classe trabalhadora, do caixa das empresas e do fundo público diretamente para engordar o lucro do sistema financeiro.
Nesse sentido, é urgente que alternativas para a saída da crise sejam construídas e que passem pela retomada da expansão do crédito para setores prioritários como moradia popular, agricultura familiar, pequenas e médias empresas etc. Tais medidas contribuiriam ao mesmo tempo para fortalecer a economia, gerar empregos em setores intensivos em mão de obra, dinamizar o mercado interno e amenizar graves problemas sociais do Brasil como o déficit de moradias, a falta de acesso a terra e também a alta dos preços dos alimentos.
Há alternativas concretas à disposição dos formuladores da política econômica do governo, como a redução da taxa Selic, a utilização dos bancos públicos para rebaixar o spread bancário e elevar o crédito, a liberação de depósitos compulsórios com garantia de aplicação em áreas prioritárias. Basta vontade política para implantar tais medidas.
* Cecilia Negrão é assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
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