Por Henrique Domingues, no site da UJS:
A grave recessão econômica somada à inversão do projeto político causada pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff coloca o povo brasileiro diante de velhos fantasmas do passado. Parece que, do dia para a noite, voltamos duas décadas no tempo e manchetes dos anos 90 começaram a dar a tonalidade das notícias da grande mídia: privatizações, inflação, aumento da violência, da desigualdade, da intolerância, desprestígio internacional, desemprego.
O governo de Michel Temer dá demonstrações diárias de incapacidade política para dirigir o país rumo à retomada do desenvolvimento, uma vez que busca a qualquer custo aplicar o modelo de governo alçado pelo golpe de Estado. A promiscuidade entreguista de Temer é explícita nas declarações e nas medidas do presidente que têm o objetivo central de diminuir a responsabilidade do Estado enquanto principal meio de superação da crise. O poder que deveria ser público, vê hoje na iniciativa privada a única solução possível, a salvação.
Até o momento, o golpe não conseguiu dar respostas efetivas para os desafios postos e o crescente índice de desemprego é, talvez, o maior expoente da ineficiência do novo governo. As projeções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostram que o Brasil terá 1/3 dos novos desempregados do mundo em 2017, atingindo mais de 13 milhões de brasileiros e brasileiras. A tendência seguirá em 2018 quando no país serão aproximadamente 14 milhões de desempregados, num total de 27,1 milhões em toda a América Latina.
Mesmo com mais da metade de todos os desempregados da América Latina, Michel Temer insiste na tese de que apenas a recuperação da economia e a posterior supressão da capacidade ociosa das empresas pode retomar as contratações a ponto de materializar-se um combate real à falta de postos de trabalho. Acredita ainda que são as reformas propostas por ele que irão impulsionar o país rumo a superação da crise, então temos a reforma da previdência, a PEC do teto, e a queda dos investimentos em políticas públicas como principais medidas para a retomada do crescimento.
O que Temer ignora e omite da população é que os exemplos mundo afora apontam para outro sentido. Nações com altos índices de empregabilidade contam com expressiva participação do Estado na criação de postos de trabalho sendo os investimentos públicos um dos pilares para manter a PEA (População Economicamente Ativa) empregada e a economia aquecida. Os melhores exemplos mostram o governo, minimamente, como um agente regulador das relações econômicas, quando não o principal indutor do desenvolvimento.
São muitas as possibilidades que o poder público tem de criar novos postos de trabalho. No Brasil anterior ao golpe, iniciavam-se robustos investimentos em infraestrutura, com o objetivo de otimizar a produção e o escoamento desta, para assim tornar-nos ainda mais competitivos em nível internacional. Fortes incentivos à engenharia nacional buscavam através da inovação tecnológica a diversificação de nossa matriz econômica, outrora baseada quase que exclusivamente na exploração de insumos.
Contudo, não é interesse do novo governo promover o fortalecimento do Estado nacional. Ao contrário, fora alçado ao poder de maneira traumática para viabilizar justamente o que foi derrotado nas urnas em 2014: a minimização da coisa pública em detrimento da iniciativa privada. Tentam a todo custo enfiar goela abaixo do provo brasileiro o neoliberalismo econômico que vem sendo refutado pelo povo há mais de uma década, pois serve apenas àqueles que têm interesse em aumentar as já altíssimas taxas de lucro do empresariado e, consequentemente, a desigualdade social.
Há também o fato de que quanto maior for a fila para as vagas de emprego, mais desvalorizadas ficam essas vagas, ou seja, menor será o salário e os benefícios oferecidos pelos empregadores. Afinal, se um trabalhador não aceitar as condições oferecidas basta ligar para o próximo da fila e assim sucessivamente. Forma-se com isso uma espécie de “exército de reserva” que contribui para a desvalorização da mão de obra, possibilitando um aumento ainda maior das taxas de lucro e da concentração de renda nas mãos de poucos.
Quando Temer esquiva-se da responsabilidade de criar novos empregos via poder público, ou quando defende que o grande problema na criação de empregos é a CLT, demonstra a quais interesses está servindo na Presidência da República. São os mais escusos interesses da elite que tem como principal objetivo suprimir o progresso popular conquistado com muita luta por todo o povo que se desafiou a construir um país mais justo e soberano, um país que traga dignidade ao cotidiano de cada um de seus cidadãos e cidadãs.
A grave recessão econômica somada à inversão do projeto político causada pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff coloca o povo brasileiro diante de velhos fantasmas do passado. Parece que, do dia para a noite, voltamos duas décadas no tempo e manchetes dos anos 90 começaram a dar a tonalidade das notícias da grande mídia: privatizações, inflação, aumento da violência, da desigualdade, da intolerância, desprestígio internacional, desemprego.
O governo de Michel Temer dá demonstrações diárias de incapacidade política para dirigir o país rumo à retomada do desenvolvimento, uma vez que busca a qualquer custo aplicar o modelo de governo alçado pelo golpe de Estado. A promiscuidade entreguista de Temer é explícita nas declarações e nas medidas do presidente que têm o objetivo central de diminuir a responsabilidade do Estado enquanto principal meio de superação da crise. O poder que deveria ser público, vê hoje na iniciativa privada a única solução possível, a salvação.
Até o momento, o golpe não conseguiu dar respostas efetivas para os desafios postos e o crescente índice de desemprego é, talvez, o maior expoente da ineficiência do novo governo. As projeções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostram que o Brasil terá 1/3 dos novos desempregados do mundo em 2017, atingindo mais de 13 milhões de brasileiros e brasileiras. A tendência seguirá em 2018 quando no país serão aproximadamente 14 milhões de desempregados, num total de 27,1 milhões em toda a América Latina.
Mesmo com mais da metade de todos os desempregados da América Latina, Michel Temer insiste na tese de que apenas a recuperação da economia e a posterior supressão da capacidade ociosa das empresas pode retomar as contratações a ponto de materializar-se um combate real à falta de postos de trabalho. Acredita ainda que são as reformas propostas por ele que irão impulsionar o país rumo a superação da crise, então temos a reforma da previdência, a PEC do teto, e a queda dos investimentos em políticas públicas como principais medidas para a retomada do crescimento.
O que Temer ignora e omite da população é que os exemplos mundo afora apontam para outro sentido. Nações com altos índices de empregabilidade contam com expressiva participação do Estado na criação de postos de trabalho sendo os investimentos públicos um dos pilares para manter a PEA (População Economicamente Ativa) empregada e a economia aquecida. Os melhores exemplos mostram o governo, minimamente, como um agente regulador das relações econômicas, quando não o principal indutor do desenvolvimento.
São muitas as possibilidades que o poder público tem de criar novos postos de trabalho. No Brasil anterior ao golpe, iniciavam-se robustos investimentos em infraestrutura, com o objetivo de otimizar a produção e o escoamento desta, para assim tornar-nos ainda mais competitivos em nível internacional. Fortes incentivos à engenharia nacional buscavam através da inovação tecnológica a diversificação de nossa matriz econômica, outrora baseada quase que exclusivamente na exploração de insumos.
Contudo, não é interesse do novo governo promover o fortalecimento do Estado nacional. Ao contrário, fora alçado ao poder de maneira traumática para viabilizar justamente o que foi derrotado nas urnas em 2014: a minimização da coisa pública em detrimento da iniciativa privada. Tentam a todo custo enfiar goela abaixo do provo brasileiro o neoliberalismo econômico que vem sendo refutado pelo povo há mais de uma década, pois serve apenas àqueles que têm interesse em aumentar as já altíssimas taxas de lucro do empresariado e, consequentemente, a desigualdade social.
Há também o fato de que quanto maior for a fila para as vagas de emprego, mais desvalorizadas ficam essas vagas, ou seja, menor será o salário e os benefícios oferecidos pelos empregadores. Afinal, se um trabalhador não aceitar as condições oferecidas basta ligar para o próximo da fila e assim sucessivamente. Forma-se com isso uma espécie de “exército de reserva” que contribui para a desvalorização da mão de obra, possibilitando um aumento ainda maior das taxas de lucro e da concentração de renda nas mãos de poucos.
Quando Temer esquiva-se da responsabilidade de criar novos empregos via poder público, ou quando defende que o grande problema na criação de empregos é a CLT, demonstra a quais interesses está servindo na Presidência da República. São os mais escusos interesses da elite que tem como principal objetivo suprimir o progresso popular conquistado com muita luta por todo o povo que se desafiou a construir um país mais justo e soberano, um país que traga dignidade ao cotidiano de cada um de seus cidadãos e cidadãs.
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