Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Como se sabe, o papel para o qual a elite dominante escalou Michel Temer foi o de “mula”.
Pegar o poder com o golpe e entregar, depois, ao PSDB, já devidamente higienizado dos direitos dos pobres e com as medidas de depenamento do Estado brasileiro.
A mula, porém, está escandalosamente manca.
A tropa que ela liderava perde um integrante por semana, e cada um que sai se torna um fardo a mais: é mais um para livrar das encrencas ma Justiça.
E, em matéria de livrar, nada é mais importante do que aliviar a “pressão Cunha”, conseguindo colocar o ex-deputado em liberdade, missão que está confiada a Gilmar “Alongadas Prisões” Mendes. Da decisão, se possível manter na Segunda Turma do STF, deve ser poupada uma constrangedora estréia de Alexandre de Moraes, que marcaria ainda mais as digitais de Temer.
Se fosse uma prática desde o início, a de permitir, tão logo executadas as apreensões de documentos, bloqueios de bens e de contas, limitações de deslocamentos e proibição de ida ao exterior, que os acusados respondessem, como manda a lei, em liberdade, seria mais uma.
Mas Moro, a Justiça e, especialmente, o STJ e o STF acostumaram o país, durante dois anos e pico, à ideia de que lugar de acusado é na cadeia. E quem mais acusado, quem mais bandido perante a opinião pública que Eduardo Cunha?
Talvez, sem repercussão política, o ex-goleiro Bruno.
Então, ferida e só, a “mula” aperta o passo para a entrega de sua principal encomenda: a reforma da previdência, na qual, como penduricalho, vem a reforma trabalhista.
Mas surgem problemas para isso, tanto no “baixo clero” peemedebista, que vê os tucanos nos melhores poleiros quanto na cúpula do parlamento, abalada pelas denúncias contra Rodrigo Maia (às da Odebrecht se somam agora as da Delta Engenharia, de Fernando Cavendish, antecipadas pela Veja) e o rebuliço que a prisão de Jorge e Bruno Luz causarão na bancada peemedebista no Senado.
Em O Globo, um dirigente tucano faz pouco da insatisfação peemedebista: ” A decorrência natural é que Temer, para fugir do isolamento, demande cada vez mais a presença de quadros do PSDB que possam apoiá-lo e com quem trabalhe com um grau de confiança maior. Lamentavelmente, ele perdeu esses interlocutores de confiança no PMDB, não sobrou ninguém e a bancada é um deserto. Ele tem chamado o Aécio cada vez com mais frequência ao Planalto, e o Imbassahy vai crescer muito. É discreto e confiável. Vai gerar ciúmes? Vai. Mas lamentavelmente eles não têm como reagir a isso.
Será? Boa parte do centrão flutua levada pela maré. E a maré é ruim, muito ruim.
O carnaval triunfal de Temer, previsto para desfilar aos gritos de “olha o crescimento aí, gente” viu, na quinta-feira, virar seu clima para quarta-feira de cinzas.
Como se sabe, o papel para o qual a elite dominante escalou Michel Temer foi o de “mula”.
Pegar o poder com o golpe e entregar, depois, ao PSDB, já devidamente higienizado dos direitos dos pobres e com as medidas de depenamento do Estado brasileiro.
A mula, porém, está escandalosamente manca.
A tropa que ela liderava perde um integrante por semana, e cada um que sai se torna um fardo a mais: é mais um para livrar das encrencas ma Justiça.
E, em matéria de livrar, nada é mais importante do que aliviar a “pressão Cunha”, conseguindo colocar o ex-deputado em liberdade, missão que está confiada a Gilmar “Alongadas Prisões” Mendes. Da decisão, se possível manter na Segunda Turma do STF, deve ser poupada uma constrangedora estréia de Alexandre de Moraes, que marcaria ainda mais as digitais de Temer.
Se fosse uma prática desde o início, a de permitir, tão logo executadas as apreensões de documentos, bloqueios de bens e de contas, limitações de deslocamentos e proibição de ida ao exterior, que os acusados respondessem, como manda a lei, em liberdade, seria mais uma.
Mas Moro, a Justiça e, especialmente, o STJ e o STF acostumaram o país, durante dois anos e pico, à ideia de que lugar de acusado é na cadeia. E quem mais acusado, quem mais bandido perante a opinião pública que Eduardo Cunha?
Talvez, sem repercussão política, o ex-goleiro Bruno.
Então, ferida e só, a “mula” aperta o passo para a entrega de sua principal encomenda: a reforma da previdência, na qual, como penduricalho, vem a reforma trabalhista.
Mas surgem problemas para isso, tanto no “baixo clero” peemedebista, que vê os tucanos nos melhores poleiros quanto na cúpula do parlamento, abalada pelas denúncias contra Rodrigo Maia (às da Odebrecht se somam agora as da Delta Engenharia, de Fernando Cavendish, antecipadas pela Veja) e o rebuliço que a prisão de Jorge e Bruno Luz causarão na bancada peemedebista no Senado.
Em O Globo, um dirigente tucano faz pouco da insatisfação peemedebista: ” A decorrência natural é que Temer, para fugir do isolamento, demande cada vez mais a presença de quadros do PSDB que possam apoiá-lo e com quem trabalhe com um grau de confiança maior. Lamentavelmente, ele perdeu esses interlocutores de confiança no PMDB, não sobrou ninguém e a bancada é um deserto. Ele tem chamado o Aécio cada vez com mais frequência ao Planalto, e o Imbassahy vai crescer muito. É discreto e confiável. Vai gerar ciúmes? Vai. Mas lamentavelmente eles não têm como reagir a isso.
Será? Boa parte do centrão flutua levada pela maré. E a maré é ruim, muito ruim.
O carnaval triunfal de Temer, previsto para desfilar aos gritos de “olha o crescimento aí, gente” viu, na quinta-feira, virar seu clima para quarta-feira de cinzas.
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