Salvador, 28/4/17. Foto: Cadu Cando/Mídia NINJA |
Com a adesão de 35 milhões de trabalhadores, segundo alguns líderes sindicais, a greve geral que aconteceu hoje (28) já pode ser considerada a maior já vista no Brasil.
Sua importância não é apenas numérica. A extensão da greve (tanto geográfica, envolvendo todo o país, quanto social, mobilizando quase todos os setores da sociedade) é revelada por alguns indicadores que mostram que o povo sente seu futuro ameaçado ante a perda de direitos que o governo golpista tenta impor.
Alguns destes fatores precisam ser arrolados na avaliação da greve.
O povo foi à greve com disposição pacífica, firmeza e alegria, sem aceitar provocações. Outro aspecto é a grande unidade do povo e suas entidades representativas (sindicatos, partidos de esquerda e organizações sociais), na luta por objetivos comuns e reconhecidos por todos: contra as “reformas” trabalhista e previdenciária, e a lei da terceirização irrestrita, extremamente reacionárias e contra o povo e os trabalhadores, que o governo ilegítimo de Michel Temer tenta promover.
O fator fundamental, que dá a esta greve sua enorme importância histórica é o amplo apoio de importantes setores da população. Exemplificado pela participação de entidades da sociedade civil como a OAB, a CNBB, igrejas evangélicas históricas, setores do Ministério Publico do Trabalho e outras entidades democráticas. Que revelam seu forte engajamento na resistência democrática e popular, contra o governo que resultou do golpe de 2016.
O governo golpista e a mídia que o apóia (com destaque para a Rede Globo) tentaram descaracterizar o grande movimento. O governo falou em “baderna” e em “greve de privilegiados”, repetindo surrados argumentos da direita contra a luta grevista. A mídia patronal seguiu caminho semelhante e tentou esconder a greve. Um exemplo foi o noticiário sobre a cidade de São Paulo que viveu uma sexta-feira atípica, silenciosa e com pouco trânsito e engarrafamentos – mas a tevê tentou esconder este efeito da greve nesta grande e barulhenta metrópole.
A greve geral, que paralisou sobretudo o transporte coletivo, fábricas, escolas e outros serviços, mostrou a força que o tem povo quando luta unido por objetivos que afetam a todos, como a resistência à perda de direitos, entre eles o da aposentadoria e contra o fim da CLT, que o ilegítimo Michel Temer quer impor aos brasileiros.
A força popular precisa repercutir entre os parlamentares na Câmara dos Deputados e no Senado, onde as rejeitadas “reformas” de Temer são decididas. Os parlamentares precisam levar em conta, em suas decisões, a força que o povo mostrou nesta greve geral.
‘‘A sociedade começa a se manifestar positivamente” e reconhece a luta como legítima e necessária ao dizer que “as coisas do jeito que estão não podem ficar”, disse Adilson Araújo, presidente da CTB.
Ele tem razão. Depois deste 28 de abril a luta pelos direitos do povo e dos trabalhadores não será a mesma. A luta, pela democracia e contra o governo ilegítimo que nasceu do golpe de 2016 alcançou novo patamar, e a resistência progressista vai crescer.
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