domingo, 17 de setembro de 2017

Senador da RBS agride mulher e servidores

Por Altamiro Borges

Após um período de sumiço, o senador Lasier Martins, que se elegeu depois de 27 anos de exposição midiática como comentarista da RBS – afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul – voltou a aparecer na semana passada. O parlamentar do ultraliberal PSD fez um apelo a seus pares para que aprovem o projeto de lei que permite a demissão sumária dos servidores públicos concursados. A medida draconiana, duramente criticada pelo sindicalismo, serve à política de "austericídio" fiscal do covil golpista de Michel Temer. Ela objetiva reduzir o tamanho do Estado e dos serviços prestados à sociedade para fazer caixa para os abutres financeiros que especulam com títulos da dívida pública. O projeto facilita a demissão do servidor e garante os juros dos rentistas.

Como relator do projeto no Senado, o ex-serviçal da RBS/Globo alegou que a medida visa melhorar a eficiência dos serviços públicos ao criar critérios de desempenho. “Não é nenhuma perseguição aos funcionários estáveis, é um apelo de que prestem um bom serviço”, afirmou em entrevista na quarta-feira (13). A proposta ainda está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas já conta com o apoio da bancada mercenária de apoio à quadrilha de Michel Temer. Diante do enorme risco do fim da estabilidade no emprego dos servidores públicos, um direito garantindo em vários países do mundo, os sindicatos da categoria prometem intensificar a pressão nas próximas semanas.

A "suposta" agressão à mulher

O senador-comentarista do PSD gaúcho andava meio sumido por razões menos ideológicas e mais grotescas. No início deste ano, Lasier Martins foi acusado de ter agredido a sua ex-esposa. Segundo reportagem do jornal Correio Braziliense, publicada em 30 de março, o episódio foi violento. “Com lesões aparentes pelo corpo, a jornalista Janice Santos prestou queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Brasília, e realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Ela acusa o parlamentar de lesão corporal e injúria, e diz que esta não foi a primeira vez que sofreu agressões. O senador, por sua vez, nega as acusações e afirma que apenas ‘reagiu para se defender’, pois, segundo ele, Janice Santos teria partido para cima com um objeto de metal. Além disso, o congressista alega que ela própria se feriu para forjar a situação”.

A desculpa do senador, porém, parece que não passou pelo critério de bom desempenho e até poderia resultar na sua “demissão” – cassação. Ainda de acordo com o jornal, a jornalista que estava casada há quase cinco anos com o político gaúcho apresentou provas concretas da agressão. “No depoimento prestado à Polícia Civil, ela levou a empregada doméstica da residência, que presenciou a cena, para servir como testemunha. De acordo com Janice Santos, de 38 anos, ela já havia sofrido agressões em outras oportunidades, mas não tinha avisado a polícia. Desta vez, porém, decidiu detalhar o caso e garantiu que se trata de um homem ‘violento e agressivo’. Ela afirma que sofreu chutes nas pernas e que segurava um porta-joias no momento da briga e teve a mão pressionada contra o acessório, o que também deixou lesões aparentes”.

“Janice contou que, mais de uma vez, foi xingada e humilhada pelo marido. ‘Dizia que eu era burra, que não entendia nada de política, apenas de moda’, além de chamá-la de ‘chantagista e paranoica’, segundo relato dado na delegacia. Em outra briga, logo após ter passado por um processo cirúrgico na barriga, ele teria chutado a região recentemente operada”, completou o Correio Braziliense. Diante da gravidade das acusações, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a proibir Lasier Martins de entrar no apartamento funcional do Senado em Brasília. “Fachin decidiu proibi-lo de habitar o imóvel após a mulher do senador dizer ter sido agredida por ele. Faz três meses que Martins está longe do apartamento. A ex-mulher mora no imóvel”, postou no final de junho o jornalista Murilo Ramos, da revista Época.

Agora, o "suposto" agressor de mulher volta à tona para agredir os servidores públicos. Na mídia privatista, especialmente na TV Globo, o caso dantesco simplesmente foi ocultado e o senador está novamente a postos para cumprir os intentos neoliberais dos que almejam há muito tempo destruir a estabilidade do funcionalismo.

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1 comentários:

jorge disse...

Muito estranha essa proposta , pois a lei atual já prevê punição ao servidor desde de advertência por escrito até demissão que nunca mais poderá voltar ao cargo.
O quer esta por tras disso : usar servidores de cabo eleitoral, evitar investigações aos amigos do poder e como verba cortada por 20 anos não abrir concursos e obriga o servidor trabalhar por 3